Ian Harris, da revista Hifi News, testou, na edição de Agosto, a nova célula de leitura (vulgo cabeça/agulha de gira-discos) da Benz Micro LP. E desfez-se em elogios.
Reprodução do artigo de Ian Harris sobre a Benz Micro LP na HF News de Agosto
A célula, com corpo de ébano e arquitectura aberta, permite ver por baixo da barriga esventrada os elementos que compõem o mecanismo. A haste e a agulha propriamente dita, de geometria especial (“line contact” formada por pirâmide intersectada por pirâmide), apresentam-se “desembainhadas” e impróprias para espíritos fracos ou mãos trémulas.
Benz Micro LP
Alguns leitores (com excepção dos que lêem com regularidade “Sons”) pensam que isto de gira-discos, agulhas e tal são tudo coisas do passado. Mas olhem que não. Há um nicho de mercado de LPs (agora refiro-me aos discos pretos) ainda em actividade que alimenta esta indústria, que assim se salvou da morte anunciada com o advento do CD.
As células de leitura são transaccionadas como jóias de família (o fabrico é quase artesanal e tem sempre um rosto), num negócio de especialistas para especialistas, e os preços reflectem esta situação: a Benz LP vende-se por 2 000 euros!
Mas basta ler o entusiasmo de Ian Harris para perceber que a LP justifica o preço (é tudo relativo na vida, há quem prefira o aeromodelismo, e também quem gaste fortunas com modelos, agora estou a referir-me às de carne e osso...).
Passo a citar, com a devida vénia, algumas passagens do artigo de Ian Harris sobre a Benz Micro LP:
“Oferece uma simbiose mágica de resolução e musicalidade, combinada com ritmo, velocidade e energia que conferem à música uma presença álacre e viva sem nunca soar falsa ou excessiva...a reprodução de graves é extraordinária, com uma mistura perfeita de agilidade, peso e extensão...os registos médios têm aquela qualidade de “imitação do real” que continua a ser feudo do equipamento de topo analógico...”.
E por aí fora, num desfiar interminável de elogios. E Ian Harris termina assim:
“Esta célula é a coisa mais próxima que já experimentei da miscigenação perfeita das virtudes do analógico e do digital...”.
Até aqui tudo bem, parece que todos os elogios serão poucos para descrever a Benz Micro LP Ebony. Mas eis como Ian Harris, membro de uma imprensa sempre tão pronta a criticar a nossa economia, futebol, política, segurança interna, passaportes falsos, etc.; e a dar notícias sobre acidentes, incêndios e outros perigos eventuais para os turistas, como o “infamous” IP5, não faz qualquer referência ao facto de “LP” serem as iniciais de Luís Pires, o engenheiro português que colaborou com o suiço Albert Lukaschek, da Benz, para produzir a que é considerada como a melhor célula de leitura de LP do mundo. O nome não é, pois, aqui apenas uma feliz coincidência.
Luís Pires e João Gonçalves, na CES2022, Las Vegas (ver Artigos Relacionados)
Luís Pires, especialista em mecânica, trouxe de Moçambique, sua terra natal, a madeira de ébano antiga e rara que é um dos segredos da elevada performance da LP, a que juntou algumas ideias próprias sobre a bobina de rubi e a suspensão da haste de suporte. Foram quatro anos de audições e estudos. Sobre isso, Ian Harris não escreve uma única palavra.
A comitiva Portuguesa (eu incluído) na CES 2002, Las Vegas, por ocasião da apresentação das Harpa e da Benz Micro LP nos EUA.
Luís Pires e o seu sócio João Gonçalves apresentaram a “LP” à imprensa mundial na CES 2002 de Las Vegas. E “Sons” esteve lá para contar. Ian Harris é que parece que não.
Ainda por cima era o único stand onde se podia tomar uma bica decente e beber um cálice de Porto ou de Moscatel de Setúbal...
Para mais informações: Luís Pires, GP Audio Video . Telef.: 21 816 22 74 •
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A célula, com corpo de ébano e arquitectura aberta, permite ver por baixo da barriga esventrada os elementos que compõem o mecanismo. A haste e a agulha propriamente dita, de geometria especial (“line contact” formada por pirâmide intersectada por pirâmide), apresentam-se “desembainhadas” e impróprias para espíritos fracos ou mãos trémulas.
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Alguns leitores (com excepção dos que lêem com regularidade “Sons”) pensam que isto de gira-discos, agulhas e tal são tudo coisas do passado. Mas olhem que não. Há um nicho de mercado de LPs (agora refiro-me aos discos pretos) ainda em actividade que alimenta esta indústria, que assim se salvou da morte anunciada com o advento do CD.
As células de leitura são transaccionadas como jóias de família (o fabrico é quase artesanal e tem sempre um rosto), num negócio de especialistas para especialistas, e os preços reflectem esta situação: a Benz LP vende-se por 2 000 euros!
Mas basta ler o entusiasmo de Ian Harris para perceber que a LP justifica o preço (é tudo relativo na vida, há quem prefira o aeromodelismo, e também quem gaste fortunas com modelos, agora estou a referir-me às de carne e osso...).
Passo a citar, com a devida vénia, algumas passagens do artigo de Ian Harris sobre a Benz Micro LP:
“Oferece uma simbiose mágica de resolução e musicalidade, combinada com ritmo, velocidade e energia que conferem à música uma presença álacre e viva sem nunca soar falsa ou excessiva...a reprodução de graves é extraordinária, com uma mistura perfeita de agilidade, peso e extensão...os registos médios têm aquela qualidade de “imitação do real” que continua a ser feudo do equipamento de topo analógico...”.
E por aí fora, num desfiar interminável de elogios. E Ian Harris termina assim:
“Esta célula é a coisa mais próxima que já experimentei da miscigenação perfeita das virtudes do analógico e do digital...”.
Até aqui tudo bem, parece que todos os elogios serão poucos para descrever a Benz Micro LP Ebony. Mas eis como Ian Harris, membro de uma imprensa sempre tão pronta a criticar a nossa economia, futebol, política, segurança interna, passaportes falsos, etc.; e a dar notícias sobre acidentes, incêndios e outros perigos eventuais para os turistas, como o “infamous” IP5, não faz qualquer referência ao facto de “LP” serem as iniciais de Luís Pires, o engenheiro português que colaborou com o suiço Albert Lukaschek, da Benz, para produzir a que é considerada como a melhor célula de leitura de LP do mundo. O nome não é, pois, aqui apenas uma feliz coincidência.
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Luís Pires, especialista em mecânica, trouxe de Moçambique, sua terra natal, a madeira de ébano antiga e rara que é um dos segredos da elevada performance da LP, a que juntou algumas ideias próprias sobre a bobina de rubi e a suspensão da haste de suporte. Foram quatro anos de audições e estudos. Sobre isso, Ian Harris não escreve uma única palavra.
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Luís Pires e o seu sócio João Gonçalves apresentaram a “LP” à imprensa mundial na CES 2002 de Las Vegas. E “Sons” esteve lá para contar. Ian Harris é que parece que não.
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Ainda por cima era o único stand onde se podia tomar uma bica decente e beber um cálice de Porto ou de Moscatel de Setúbal...
Para mais informações: Luís Pires, GP Audio Video . Telef.: 21 816 22 74 •