António Almeida é outro dos “senadores do áudio”. A minha carreira e a do António são como duas linhas que se unem no espaço e no tempo. Eu sempre apoiei as iniciativas da Ajasom, e o António as do Hificlube, e tudo o resto que o precedeu, das revistas aos jornais, incluindo, o meu programa de rádio na XFM:
Ainda há duas semanas, fui à Elitexpo, de Madrid, onde a Ajasom apresentou, com grande sucesso – e Olé! - exactamente o mesmo sistema que foi agora demonstrado no Audioshow 2013.
Aliás, gostei mais do som em Madrid que em Lisboa, o que só prova que a acústica envolvente é, por vezes, mais importante para o resultado final que o próprio sistema. Mas não é só a sala.

Sala da Ajasom com os audiovisitantes encantados com a beleza das Vivid
Na Sexta-feira, achei o som fininho, insípido, eu diria mesmo linfático, com um brilho triste nos olhos. Eu sei que o Nagra B300 só tem 20 Watts, e que as Giya 2 são raparigas de muito alimento. Contudo, em Espanha a sala era muito maior, e isso não foi problema de...maior. E eu não acredito que elas prefiram paella a um peixinho fresco grelhado...

As Vivid Giya 2 têm um design original e desconcertante
No Sábado, as coisas tinham melhorado bastante. É compreensível: as válvulas já estavam quentinhas e os altifalantes centrados no campo electromagnético, cumpriam agora o seu movimento linear de pistão, depois de terem sofrido as deslocações próprias do transporte.

Louis Desjardins, acompanhando um audiófilo, na audição do Kronos
No Domingo, já quase ao fecho do show, o som estava no ponto. What’s up, Louis?!
Tinha lá ido para entrevistar Louis Desjardins, da Kronos, e abordei o assunto: en passant, que ele é canadiano de Montréal.
Então Louis, afinaste o VTA? Não, não era isso. O António, o Nuno e o Louis concluiram que grande parte da energia da coluna estava a “escoar-se” para o soalho de madeira devido ao incorrecto acoplamento mecânico.
O baixo, ao “definhar”, emagrecia o médio agudo e expunha o extremo agudo, daí o brilho excessivo. Corrigido o “assentamento” das Giya, com redução do número e tipo de apoios, restabeleceu-se o equilíbrio tonal.
Quem disse que o tweaking não passa de banha-da-cobra? Can’t we be friends?...
Só tive pena que a Ajasom não tivesse levado consigo também o excelente Ayre AX-5, que testei recentemente para o Hificlube. Que fantástico amplificador integrado!
Além da alternância democrática das fontes (Nagra/digital vs. Kronos/analógico), teríamos tido também a alternância na amplificação: B300/válvulas vs. Ayre/transístores.
Sim, porque sobre as Vivid Giya, de Laurence Dickie, a cuja festa de debutante assisti (e se o Lawrence gosta de festas bem faladas e bem...regadas!), em Las Vegas, estamos conversados. Vividamente.