JVH foi à Imacústica-Lisboa, e saiu de lá de papo cheio. Ouviu de tudo: CD, LP, streaming, válvulas, as novas Wilson Audio Tune Tot e acabou no cinema a recordar o génio de Michael Jackson.
A ideia era passar por lá apenas para ‘pegar’ um par de Wilson Audio TuneTot para teste (que já está em curso). Mas Manuel Dias tem sempre a mesa posta para receber os amigos, e não me ia deixar sair assim sem cerimónia.
ProAc e PrimaLuna abrem as festividades
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Sistema ProAC Response D48R com amplificação Primaluna Dialogue Premium HP (KT150); fontes Marantz e Innuos
Iniciámos as audições na sala onde pontificava um par de ProAc Response D48 R(ibbon), que se distinguem pelo diâmetro do tapa-poeira do novo altifalante de médio-grave e a possibilidade de optar por um tweeter de ribbon ou de cúpula de seda, aqui alimentadas pelo PrimaLuna Dialogue Premium HP, artilhado com válvulas KT150. Fontes a cargo da Marantz, cuja distribuição dos modelos alto de gama a Imacústica garantiu junto da Sarte, e, claro, Innuos Zenith para a função de streaming – e não só por uma questão de patriotismo (ver teste aqui).
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O novo Primaluna Dialogue Premium HP Integrated Amplifier com válvulas KT150
As KT150 deram uma nova vida ao Dialogue. Digamos que a capacidade de ‘diálogo’ sistema/ouvinte é agora maior. E as Response D48R agradecem e retribuem com entusiasmo e musicalidade. Numa visita anterior, em Outubro de 2017, as ProAC, cujo preço até é acessível pelos padrões Imacústica, já me tinha deixado muito bem impressionado com amplificação Audio Analogue.
As ProAc são colunas com pedigree britânico e pergaminhos audiófilos, sem o mediatismo das grandes marcas americanas, mas a merecerem a atenção de quem não pode 'contratar' as vedetas do mundo do áudio.
Para a Tune Tot ser a futura Tiny Tot só falta a…Puppy!
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As pequenas mas atrevidas (e caras) Wilson Audio TuneTot, com amplificação Devialet e fontes Marantz e Innuos
E por falar em vedetas, a Wilson Audio Tune Tot foi uma das atracções do Highend 2018, embora apenas em exposição estática. Foi assim esta a primeira vez que tive oportunidade de as ouvir, com amplificação Devialet e fontes Marantz/Innuos.
A bebé da família Wilson estava ‘sentada’ em suportes altos de metal, ainda em fase experimental de colocação na sala, mas foi imediatamente óbvio que o ADN está lá, com as limitações próprias do reduzido volume interno: um som limpo, muito coerente com um misto de doçura e definição, enorme claridade e elevada resolução. Contudo, soam bem maiores do que parecem, sem perder o foco e a precisão que distingue as Alexia 2, por exemplo.
Esta coluna foi concebida para ser ouvida como desk speaker, logo para ser ouvida no campo próximo – e é assim que a vou/estou a testar. É uma homenagem de Daryl Wilson ao pai, criador das WATT (Wilson Audio Tiny Tot), que foram o embrião da coluna de maior longevidade e sucesso da marca, as Watt/Puppies. E para mim é mais que garantido que também vai ser assim com as Tune Tot, pois estão mesmo a pedir uma…Puppy num futuro próximo!...Chegarão as TuneTot à versão Mk8, como as Watt/Puppies?
Nota: dentro de um ano ou dois, lembrem-se quem foi o primeiro crítico a levantar esta hipótese.
A magia das Magico M6
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Na Imacústica-Lisboa, as visitas vão sempre em crescendo, pelo que o próximo passo lógico teria de ser o auditório principal, onde actuam as Magico M6. Já tinha dado notícia das minhas impressões de audição aqui. Desta vez, a amplificação D’Agostino esteve a cargo dos M400, o resto do sistema era basicamente o mesmo.
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EAT JO Nº5, a célula com nome de perfume francês e aroma musical
Pois não creio que a mudança dos Progression para os M400 seja a única razão para este salto performativo. Creio, isso sim, que o processo de ‘queima’ das M6 atingiu o ponto ideal: o grave está agora muito mais bem integrado no processo de reprodução musical e a tonalidade geral é mais neutra sem afectar a pureza dos timbres.
This Is It!
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O meu ‘tour’ termina normalmente no auditório principal, até porque me esqueço do tempo que passa e vou ficando. Mas Manuel Dias propôs-me um final feliz diferente. Fomos à sala de cinema ver ‘This Is It’, um Blu-Ray com os ensaios do que teria sido a última digressão de Michael Jackson.
Caramba!, o homem podia ser um freak mas era um génio. A sua atenção ao pormenor raia a obsessão. O resultado final é fantástico. E a qualidade de som de alguns dos excertos mais completos é impressionante, com os ‘subs’ a massajar-me o vil esqueleto. E se ele sabe dançar!, o Michael, não o meu esqueleto…