Quando se compra um sistema AV, já se tem uma ideia razoável sobre como e onde se devem colocar as cinco colunas de som para obter o desejado efeito surround: uma de cada lado do televisor, uma ao centro em cima do dito e duas atrás do ouvinte, fechando-se assim o círculo. O subwoofer, aquele caixote que faz bum-bum e deixa as esposas à beira de um ataque de nervos, “pode ser colocado em qualquer sítio da sala”, lê-se no manual. Ora este “em qualquer sítio” complica mais do que facilita.
Os “subs” só reproduzem baixas frequências, logo devia ser difícil “localizar” a fonte de som. Assim, em teoria, tanto podem ficar ali como acolá. Mas a tendência para fabricar colunas de som cada vez mais pequenas obriga a subir a frequência de corte e a maior parte dos “subs” continuam activos nos registos que correspondem à voz humana, e o ouvido topa logo onde eles estão. Quanto mais baixa for a frequência de corte melhor, pelo que as colunas principais devem ter à partida uma boa resposta de graves.
É nos cantos da sala que os subwoofers são mais eficazes, porque a proximidade de três superfícies reflectoras (duas paredes e chão) reforçam a sua acção telúrica. Mas graves em excesso tornam o som confuso e pesadão: nem só de explosões vive a banda sonora dos filmes. Os melhores “subs” são os que permitem regular o volume, a frequência de corte e a fase. Os que se vendem em “pacotes” prontos-a-usar não permitem afinações, e as opções de colocação são limitadas pelo comprimento dos cabos fornecidos, enquanto com os “subs” independentes a imaginação é o limite. Há até quem goste de se sentar em cima deles para sentir o formigueiro no «traseiro»...