Imacustica - Magico week - Episódio 1: S1 | Imacustica - Lisboa - A Kind of Magic(o) > Eventos > Artigos

A Imacustica, em Lisboa, é uma loja gourmet de produtos de qualidade: raros, caros e apetecíveis. O visitante é atendido por especialistas que sabem da poda, e tem tempo, espaço e conforto para provar produções de diferentes países, que podem estar organizadas por regiões demarcadas ou por produtores, com preços que variam entre o 'tinto corrente', a preço acessível, as reservas velhas e os vintage, que só se produzem em anos excepcionais e, por isso, ao alcance de apenas algumas bolsas.

Manuel Dias fez esta semana um apresentação especial de colheitas seleccionadas de colunas de som da casta Magico, do produtor israelo-americano Alon Wolf. A saber, 3 'tintos' de excepção: Q1, Q3 e Q7, que devem ser bebidos com moderação, pois podem deixar-nos num estado de euforia audiófila...

Magico S1: cor viva, som natural

No palco do Auditório 1 (a acústica de que mais gosto), actuaram as Q1 e as S1, sendo estas últimas que estavam em demonstração, quando da visita que agora se inicia.

As S1 foram apresentadas este ano em Las Vegas, e são uma versão em escala reduzida (duas vias) das S5, que tanto me agradaram no Salon Hifi, de Paris, com amplificação Soulution; e no Audioshow, de Lisboa, com amplificação Constellation, pautando-se como o som que mais me agradou (ler em Artigos Relacionados).

Pelos padrões da Magico, as S1 são um produto até, digamos, 'acessível', e o mesmo se pode dizer da amplificação, a cargo de um 'modesto' integrado Krell S550i, que arrisco já classificar de 'clássico', pois é o melhor integrado da marca de sempre.

Nas fontes, um Krell s350 e um belissimo gira-discos branco EAT e-flat, com um andar phono AR LP1. Cablagem a cargo da Transparent e da Nordost.

Luís Campos foi como sempre o meu listening mate, e optou assim por me servir um delicioso sumo de laranja natural, não tendo as S1 deixado nos discos uma gota por ouvir, antes de nos batermos com as provas das reservas especiais, de preço e teor 'alcóolico mais elevado, sobretudo as Q7, que me deixaram a 'bater mal' para utilizar uma expressão tão querida ao meu velho amigo Eduardo Rodrigues.

Tendo, aliás, confessado ao Manuel Dias que nunca tinha bebido um 'sumo' tão saboroso da Magico, eis que, hoje, ao chegar a casa, fui amavelmente surpreendido pela presença de duas 'garrafas' S1, acompanhadas por um Devialet da nova geração, para ir bebericando enquanto não chegam as Wilson Audio Duette II. Stay tuned!

Os compagnons de route das Magico S1: Krell s350/550; Eat e-flat/Ar LP1

As Magico S1, tal como o microfone as 'viu'

Para esta reportagem utilizei uma inovação tecnológica: as gravações áudio que vão ouvir no video que se segue foram registadas digitalmente a 96kHz/24 bit. Para o efeito, solicitei ao Luís que fossem desligados todos os equipamentos de ar condicionado, de forma a eliminar qualquer interferência na qualidade de som. Como é óbvio, ao publicar o video na internet, o sinal áudio é sujeito à inevitável conversão para MP3, mas a qualidade do original em PCM linear é determinante para o resultado final.

Sugiro que utilizem o melhor sistema de reprodução possível. No meu caso, utilizei para monitorizar o som um par de auscultadores PSB M4U 1 (abrir Reviews/Testes), directamente ligados ao excelente DAC Micromega MyDAC (ler teste em Artigos Relacionados). O Media Player J.River é também um factor importante. Claro que pode utilizar o Windows Media Player, ou o BS PLayer, ou qualquer outro disponível, mas o resultado final depende muito de todos estes factores.

O que vão ouvir é uma cópia muito razoável daquilo que eu ouvi ao vivo e em directo, naquela sala, com aquele sistema: tanto a voz de Camané em CD, como a 'voz' de Illinois Jacquet, soprando The Shadow of Your Smile (do LP Birthday Party) têm presença, corpo, textura e uma densidade só possível com sistemas de preços muito mais elevados.

A emocionante, comovente mesmo, audição de Maria Callas interpretando Casta Diva, da Norma, de Turandot, será revelada a seu tempo no Episódio 3, pois foi registada por todos os 3 sistemas em presença, e pretendo fazer um comparativo revelador e perturbante. Não queriam que eu contasse logo no Episódio 1 como acaba o filme...

Mas posso levantar um pouco o véu: o final é apoteótico com a Nona de Beethoven!

Nota: as imagens foram obtidas previamente e o microfone/gravador digital foi colocado sobre um tripé no ponto de captação ideal (mais próximo das colunas que o ponto de escuta ideal).