The saga is not over yet. This is a never ending story of passion and total commitment to the quest of the Holy Grail, and I hereby take the pledge not to retire until I review the Sasha V…
É assim que termina a sinopse em inglês da minha análise técnica e auditiva às Sasha originais, que publiquei no Hificlube em 2009. Ora, já vamos nas Sasha 2, só faltam 3 para as Sasha 5. Mas como a Wilson só lança um novo modelo a cada 5 anos, vai ser difícil eu cumprir a minha promessa...
O teste em Português, que pode ser lido aqui na integra, é longo e conta a saga da Watt-Puppy até aos dia de hoje.
Não vai ser o caso agora, pois esta é apenas a crónica de uma primeira audição das Sasha 2, que era para ser simples e informal, e acabou por se transformar numa análise comparativa, que eu vou tentar tornar o mais interessante possível para todos os leitores, mesmo aqueles para quem as questões mais técnicas são aborrecidas. É que, por vezes, para ouvir não há nada como ver, já dizia S. Tomé...
E a minha profecia cumpriu-se:
'Se eu já gostei tanto das Sasha originais, estas devem andar próximas da Alexia por uma fracção, ainda que substancial, do preço.'
A Sasha 2 não é apenas a melhor Watt-Puppy de sempre, é a coluna mais transparente e acusticamente coerente alguma vez produzida pela Wilson Audio! Não terá a escala dinâmica da XLF, Maxx ou Alexia, mas tem a “escola” e o “traço” inconfundível de Dave Wilson e a melhor relação preço-qualidade de todas as gamas da marca americana.
Regularmente, faço uma visita à loja da Imacustica-Lisboa, em cujos excelentes auditórios encontro sempre novidades e motivos de interesse. Desta vez, o pretexto era a presença das Wilson Audio Sasha 2, carinhosamente alimentadas por electrónica Dan D’Agostino (prévio+amp stereo), com fonte Audio Research CD9.
Mas também um setup especial no auditório principal das Martin Logan CLX+Balanced Power 212, tal como eu tinha sugerido na notícia aqui publicada sobre este novo subwoofer.
Iniciei a visita pelo Auditório 1, onde pontificava um par de Sonus Faber Olympica III, iguais às que estavam no palco do teatro Olimpico de Vicenza, aqui com amplificação Devialet 170 (fonte AR CD6), guiada como sempre por Luís Campos, com quem ao longo do anos criei uma empatia auditiva e pessoal, na forma de abordar os objectos acústicos e os temas musicais.
(Ou)ver o som de cada sistema
Assim, além dos registos que ilustram o Slideshow (ver video no final), combinámos fazer em cada um dos auditórios um registo digital directo em PCM 96/24 do mesmo excerto de uma faixa seleccionada de um CD, que incidiu em Symphonic Dances, non alegro, de Rachmaninoff, da Reference Recordings.
Em baixo poderão ouvir os resultados individuais, ilustrados por imagens dos respectivos auditórios e sistemas. Para evitar perturbações na captação, o registo do som e das imagens não foi feito em simultâneo, mas o som corresponde exactamente ao que um ouvinte experimentaria sentado na sweet spot.
Cada um dos videos é complementado pelo gráfico da análise de frequência de um breve extracto, rigorosamente idêntico na amplitude e no tempo, tal como foi reproduzido pelo respectivo sistema.
É importante não confundir a resposta em frequência, obtida com sinais de teste em condições anecóicas, com a análise dinâmica de um extracto musical em condições normais de audição. Mas cada gráfico espelha bem a realidade do que se ouviu na Imacustica.
Nota: passe o rato sobre a imagem e clique na lupa para aumentar as imagens.
180º ou 90º?, eis a questão...
E terminámos ambos no auditório principal a tentar determinar de ouvido qual o ângulo de fase ideal no casamento acústico das belas e exóticas CLX com o poderoso Balanced Power 212, apadrinhado por electrónica Metronome (fonte) e Constellation (amplificação).
Eu preferi os 180º, enquanto o coração do Luís balançava entre a articulação dos 180º para Loussier plays Bach e o aparente poder dos 90º para as “danças” de Rachamaninoff. Como os gráficos provam, e apesar das CLX serem dipolos, os 180 º estão mais 'em fase' (a resposta nos graves é mais linear) que os 90º, cujo pico aos 90Hz dá uma falsa sensação de 'mais' poder.
Nota: Embora o som dos videos tenha sofrido inevitavelmente a compressão imposta para publicação na Internet, o gráfico foi obtido directamente do original em PCM a 94/24 com os níveis aferidos. É curioso notar que todos os sistemas de conversão D/A utilizados processam o sinal com uma qualquer variante de “oversampling”, pois ainda que a níveis (e em frequências) inaudíveis por humanos o microfone captou harmónicos de alta frequência até aos 40kHz, quando o original em CD não pode ir além dos 22kHz, previstos no teorema de Nyquist.
As imagens
A vantagem das minhas visitas à Imacustica-Lisboa em tarde de sol, com as salas iluminadas com o justo equilíbrio entre luz natural e artificial, é permitir-me obter sempre excelentes fotografias dos espaços e decoração da loja e do seu recheio electrónico.
Assim, além das fotos já aqui reproduzidas, preparei um Slideshow especial, para poderem apreciar a fotoreportagem integral em full screen, ilustrando-a com o som real dos respectivos sistemas, reproduzindo temas diferentes. Vale a pena ver/ouvir. Enjoy...
Auditório 1: AR CD6, Devialet 170, Sonus Faber Olympica III: Loussier plays Bach
Auditório 2: AR CD9, Dan D’Agostino pre/amp, Wilson Audio Sasha 2: “Carolina”, Carminho e Chico Buarque
Auditório Principal: Metronome Reference Transport/DAC, Contellation Virgo II/Centaur, Martin Logan CLX+Balanced Power 212: St. James Infirmary com arranjos orquestrais de Charlie Caranicas.
Nota: o video tem uma resolução de 1920 x 1080 e pode (e deve) ser visto em HD full screen.
A propósito de Caetano Veloso
Luiz Cláudio Lins é um leitor fiel e atento e foi rápido a detectar o erro na composição do dueto: Carminho e Chico Buarque e não Caetano Veloso, como erradamente publiquei por distracção. Aliás, Luís Campos tinha-me informado que era Chico e não Caetano, até porque as vozes de ambos são inconfundíveis. Mas como Caetano tinha actuado em Lisboa, o nome dele bailava no meu subconsciente, e ocorreu-me instintivamente.
Vou até mais longe, este dueto Carminho/Chico está na categoria de 'duetos improváveis', e não me parece muito bem conseguido: nem no tom, nem no timbre, muito menos na harmonia.
Por isso, vou publicar como extra um fabuloso dueto Gadú/Caetano, 'O trem das 11' gravado nas instalações da Imacustica, no Porto, quando da apresentação das Wilson Audio Alexia. O registo é analógico e, embora tenha um nível mais elevado, tem algum ruído de fundo, mas a empatia entre os artistas é maravilhosa: