O factor distintivo do HES manteve-se quase intacto: a paixão pelos gira-discos analógicos (quase todas as salas tinham gira-discos como fonte alternativa) e pelos amplificadores a válvulas, um autêntico arquipélago acústico de ilhas exóticas, rodeado de tecnologia digital por todos os lados: eram tantos os plasmas no Kempinski que estive para dar a esta reportagem o título de «Crónica de El-Rei Plasmado».
Eis como o último reduto dos audiófilos foi finalmente tomado de assalto pelo vídeo. Um erro estratégico crasso: a fama do HES residia na sua ortodoxia. Só os fundamentalistas do som são capazes de viajar centenas (ou voar milhares) de quilómetros para ouvir palestras de meia-hora (em alemão cerrado) intercaladas por cinco minutos de música seguidas de debate aceso. Para ver filmes em DVD em ecrãs de plasma, com um papagaio a debitar especificações que se podem ler nos catálogos, basta ir ao centro comercial do bairro.
O Kempinski arrisca-se assim a deixar de ser local de peregrinação anual. Este ano já ouvi alguns audiófilos alemães a resmungar no bar contra as salas às escuras com um rectângulo iluminado lá ao fundo e uns tipos petrificados a olhar para as estrelas, leia-se «A Guerra das Estrelas».
Mas ainda se respira alguma audiofilia pura, misturada com fumo de charuto
e o inconfundível odor a cerveja. Os exibidores não se esforçam muito para agradar, é certo, pelo que cabe a cada de um de nós tentar tirar o melhor partido dos objectos expostos.
Audiofilia é cultura e, diz-se, a cultura é o que fica depois de termos esquecido tudo o que aprendemos. Eis alguns dos principais «acontecimentos» que ficaram registados na minha memória:
- A estreia mundial (audição) das colunas de som Audio Physics Kronos, Avalon Eidolon Diamond, Dynaudio Confidence 4.0 e KEF Reference 207;
- O raro e emocionante reencontro com Franco Serblin, da Sonus Faber
- As audições privadas que me foram proporcionadas por Dieter Burmester (Burmester) e Yoshihisa Mori (Sony)
- O repetido prazer de visitar o stand da Transrotor: gira-discos de grande beleza (ver Imagens)
- A surpresa de uma marca chamada LUA
- A audição comparativa com votação de braço no ar de amplificadores (válvulas, transístores e digital) na sala da revista Audiophile
Eis como o último reduto dos audiófilos foi finalmente tomado de assalto pelo vídeo. Um erro estratégico crasso: a fama do HES residia na sua ortodoxia. Só os fundamentalistas do som são capazes de viajar centenas (ou voar milhares) de quilómetros para ouvir palestras de meia-hora (em alemão cerrado) intercaladas por cinco minutos de música seguidas de debate aceso. Para ver filmes em DVD em ecrãs de plasma, com um papagaio a debitar especificações que se podem ler nos catálogos, basta ir ao centro comercial do bairro.
O Kempinski arrisca-se assim a deixar de ser local de peregrinação anual. Este ano já ouvi alguns audiófilos alemães a resmungar no bar contra as salas às escuras com um rectângulo iluminado lá ao fundo e uns tipos petrificados a olhar para as estrelas, leia-se «A Guerra das Estrelas».
Mas ainda se respira alguma audiofilia pura, misturada com fumo de charuto
e o inconfundível odor a cerveja. Os exibidores não se esforçam muito para agradar, é certo, pelo que cabe a cada de um de nós tentar tirar o melhor partido dos objectos expostos.
Audiofilia é cultura e, diz-se, a cultura é o que fica depois de termos esquecido tudo o que aprendemos. Eis alguns dos principais «acontecimentos» que ficaram registados na minha memória:
- A estreia mundial (audição) das colunas de som Audio Physics Kronos, Avalon Eidolon Diamond, Dynaudio Confidence 4.0 e KEF Reference 207;
- O raro e emocionante reencontro com Franco Serblin, da Sonus Faber
- As audições privadas que me foram proporcionadas por Dieter Burmester (Burmester) e Yoshihisa Mori (Sony)
- O repetido prazer de visitar o stand da Transrotor: gira-discos de grande beleza (ver Imagens)
- A surpresa de uma marca chamada LUA
- A audição comparativa com votação de braço no ar de amplificadores (válvulas, transístores e digital) na sala da revista Audiophile