Eis uma dúvida fruto de uma conversa com um amigo meu: Diz esse meu amigo que, possuindo um par colunas com terminais preparados para bicablagem, e sem possuir um amplificador preparado para tal, utiliza os canais A e B do amplificador ligando o canal A aos terminais 1 da coluna e o canal B aos terminais 2 da coluna ligando no amplificador o comutador que permite as duas saídas ao mesmo tempo. A minha questão é a seguinte: embora tal seja possível será isto correcto? não provoca danos tanto no amplificador como nas colunas? ou será que para se utilizar bicablagem temos que ter um amplificador que permita efectuar essa mesma bi-cablagem ou seja uma saída para um par de terminais da coluna e outra para o outro par de terminais da coluna como já tenho visto em alguns equipamentos? David Silva
Hificlube responde: Os bornes A e B dos amplificadores estão ligados em paralelo. Nos amplificadores japoneses têm um comutador para permitir que oiçam os pares de colunas ligados a A e B alternadamente ou em simultâneo, mas o circuito de amplificação é o mesmo. Abra e verifique como estão ligados entre si.
O mesmo já não se pode dizer dos amplificadores a válvulas ou com acoplamento por transformadores (como os McIntosh) que têm saídas com diferentes impedâncias. A bicablagem têm algumas vantagens, mas há quem pense que retira integridade ao som das colunas. Alguns fabricantes, como a Wilson Audio, por exemplo, não utilizam bornes separados para cada grupo de frequências.
Se o seu amplificador só tem um par de bornes pode mesmo assim utilizar bicablagem: junta os cabos dois a dois no lado do amplificador, tendo o cuidado de manter a fase correcta (negativo com negativo, positivo com positivo), e mantêm-nos separados no lado das colunas. O facto de as «terras» estarem separadas no filtro divisor e de «mais» cabo» significar «menos» resistência podem alterar o som para «melhor»: definição, articulação; ou para «pior»: menos integração e musicalidade. É preciso experimentar...
Há, contudo, amplificadores japoneses que têm as saídas A e B ligadas em série (e não em paralelo) quando ambas estão ligadas, porque não têm corrente suficiente para alimentar as impedâncias baixas resultantes da utilização de dois pares de colunas simultaneamente. Neste caso, não podem ser utilizadas para bicablagem. Na dúvida, opte sempre por juntar os cabos dois a dois no lado do amplificador e ligá-los apenas a um dos pares de bornes A ou B, mantendo a polaridade correcta. No lado das colunas as quatro pontas (2 positivas e 2 negativas) devem estar separadas e ligadas aos respectivos bornes.
Fundamentalmente (além da questão da resistência já abordada), a vantagem da bicablagem reside no facto de o altifalante de graves e o tweeter constituirem dois tipos de carga (impedância) diferente a alimentar. Quando estão ambos ligados em paralelo ao mesmo filtro, a impedância nominal é, em princípio, determinada pelo filtro.
Se separarmos o filtro de passa-baixas do filtro de passa-altas, o amplificador é confrontado no primeiro caso com uma carga de baixa impedância nas frequências baixas (que exige mais corrente) e uma carga de alta impedância nas frequências altas (que exige menos corrente). Com o filtro de passa altas ocorre exactamente o oposto: a baixa impedância, logo a necessidade de «sugar» mais corrente do amplificador, verifica-se nas altas frequências e a impedância mais elevada nas baixas frequências, dentro da respectiva banda passante dos altifalantes.
Ao separar os cabos, embora o circuito de amplificação seja o mesmo, evita-se o conflito que se verifica quando o amplificador tem de fornecer simultaneamente através do mesmo cabo as necessidades antagónicas de corrente - elevada e baixa - a dois (ou mais) altifalantes com características tão diferentes e elimina-se a modulação do tweeter pelo woofer que afecta a qualidade do som.
Há que contar ainda com a diferente reacção electromecância dos cones dos altifalantes, eles próprios geradores de tensão. Com cablagem independente para o tweeter pelo menos este fica livre do comportamento reactivo do woofer e vice-versa.
A bicablagem é uma boa ideia - e o inferno está cheio delas... E sempre sai mais barata que a biamplificação, que é uma ideia ainda melhor - esta não abunda no inferno mas no céu...
JVH
Hificlube responde: Os bornes A e B dos amplificadores estão ligados em paralelo. Nos amplificadores japoneses têm um comutador para permitir que oiçam os pares de colunas ligados a A e B alternadamente ou em simultâneo, mas o circuito de amplificação é o mesmo. Abra e verifique como estão ligados entre si.
O mesmo já não se pode dizer dos amplificadores a válvulas ou com acoplamento por transformadores (como os McIntosh) que têm saídas com diferentes impedâncias. A bicablagem têm algumas vantagens, mas há quem pense que retira integridade ao som das colunas. Alguns fabricantes, como a Wilson Audio, por exemplo, não utilizam bornes separados para cada grupo de frequências.
Se o seu amplificador só tem um par de bornes pode mesmo assim utilizar bicablagem: junta os cabos dois a dois no lado do amplificador, tendo o cuidado de manter a fase correcta (negativo com negativo, positivo com positivo), e mantêm-nos separados no lado das colunas. O facto de as «terras» estarem separadas no filtro divisor e de «mais» cabo» significar «menos» resistência podem alterar o som para «melhor»: definição, articulação; ou para «pior»: menos integração e musicalidade. É preciso experimentar...
Há, contudo, amplificadores japoneses que têm as saídas A e B ligadas em série (e não em paralelo) quando ambas estão ligadas, porque não têm corrente suficiente para alimentar as impedâncias baixas resultantes da utilização de dois pares de colunas simultaneamente. Neste caso, não podem ser utilizadas para bicablagem. Na dúvida, opte sempre por juntar os cabos dois a dois no lado do amplificador e ligá-los apenas a um dos pares de bornes A ou B, mantendo a polaridade correcta. No lado das colunas as quatro pontas (2 positivas e 2 negativas) devem estar separadas e ligadas aos respectivos bornes.
Fundamentalmente (além da questão da resistência já abordada), a vantagem da bicablagem reside no facto de o altifalante de graves e o tweeter constituirem dois tipos de carga (impedância) diferente a alimentar. Quando estão ambos ligados em paralelo ao mesmo filtro, a impedância nominal é, em princípio, determinada pelo filtro.
Se separarmos o filtro de passa-baixas do filtro de passa-altas, o amplificador é confrontado no primeiro caso com uma carga de baixa impedância nas frequências baixas (que exige mais corrente) e uma carga de alta impedância nas frequências altas (que exige menos corrente). Com o filtro de passa altas ocorre exactamente o oposto: a baixa impedância, logo a necessidade de «sugar» mais corrente do amplificador, verifica-se nas altas frequências e a impedância mais elevada nas baixas frequências, dentro da respectiva banda passante dos altifalantes.
Ao separar os cabos, embora o circuito de amplificação seja o mesmo, evita-se o conflito que se verifica quando o amplificador tem de fornecer simultaneamente através do mesmo cabo as necessidades antagónicas de corrente - elevada e baixa - a dois (ou mais) altifalantes com características tão diferentes e elimina-se a modulação do tweeter pelo woofer que afecta a qualidade do som.
Há que contar ainda com a diferente reacção electromecância dos cones dos altifalantes, eles próprios geradores de tensão. Com cablagem independente para o tweeter pelo menos este fica livre do comportamento reactivo do woofer e vice-versa.
A bicablagem é uma boa ideia - e o inferno está cheio delas... E sempre sai mais barata que a biamplificação, que é uma ideia ainda melhor - esta não abunda no inferno mas no céu...
JVH