A Denon é a marca mais rápida a responder às novidades tecnológicas. E os seus topos de gama são normalmente repositório de todas as soluções possíveis. O Denon DVD A1 é disso o melhor exemplo. Pense numa característica e ele tem. E até as que os outros não têm, como a ligação digital de alto débito entre leitor e amplificador (com protecção de dados por encriptação, claro). Se ao menos a Denon tivesse dado o braço a torcer optando por incluir a compatibilidade com SACD...
O vídeo progressivo só poder ser apreciado em NTSC para evitar interferências com a protecção anticópia Macrovision. A não ser que compre um leitor-DVD pirata dos mares da China que come protocolos Macrovision ao pequeno-almoço. A Denon é uma empresa séria, e ser sério tem os seus inconvenientes...
Estes dois parágrafos foram transcritos do teste do Denon A1, que aqui publiquei em Novembro de 2002, ao qual os leitores poderão ter acesso em (Arquivo/Dvd).
A Videoacústica, distribuidora entre nós da Denon, tem por hábito traduzir para inglês os artigos publicados na imprensa nacional e enviá-los para o Japão. Talvez por isso, ou apenas porque me limitei a dar voz aos anseios dos consumidores europeus, a verdade é que o novo modelo DVD-2900 responde a todas estas questões com um rotundo sim, e a um preço capaz de levar a concorrência ao suicídio.
O Denon DVD-2900 é um aparelho de extrema complexidade tecnológica e desconcertante simplicidade operacional, o que me deixa numa situação delicada. Neste momento, a maior parte dos leitores do DNA está na praia a desfolhar o DNA com as mãos besuntadas de protector solar e um olho nos miúdos (miúdas?) e outro no mar...
Se me ponho a desfiar o rosário dos kHz do áudio(24-bit/192kHz) e os MHz do vídeo (12-bit/102Mhz), arrisco-me a que me passem por cima. E é pena porque os leitores arriscam-se a passar também por cima daquele que vai ser, sem dúvida, o mais «oscarizado» dos «leitores» do ano.
E porquê? Reparem: o DVD-2900, além de ter conversores internos dedicados para todos os formatos áudio e vídeo conhecidos, é ainda compatível com todos os discos ópticos deste e (não digam isto a ninguém!...) do outro mundo, isto é, de todas as regiões: DVD-Video/Audio (a todas as frequências conhecidas, em estéreo e multicanal), SACD, CD-R/RW, Photo-CD, MP3, etc. E até tem PAL Progressivo (com a benção da Macrovision)! Sendo multiformato, o carregamento exige aos circuitos de detecção algum tempo para reflexão, mas a partir daí, independentemente do tipo de disco, funciona de forma rápida, eficiente e lógica. Nos DVD de dupla camada a transição é instantânea: acabou o «congelamento» da imagem na mudança de carris.
O facto de eu poder utilizar o Denon DVD-2900 integrado no meu sistema, e não numa audição conjunta programada pelo fabricante ou o distribuidor, corresponde a um jornalista da área política passar quinze dias com Saddam num resort secreto, sem limite de perguntas ou de temas.
Ambos possuem armas de destruição maciça para eliminar a concorrência: Saddam, por enquanto, apenas alegadamente; o DVD-2900, esse, têm-nas, sem margem para dúvidas: o PAL Progressivo é um míssil balístico no campo de batalha do vídeo.
Como sucede com todas as «cachas» jornalísticas, há que ponderar entre aprofundar a notícia com tempo ou divulgá-la em primeira mão (o meu amigo F. Salvado adiantou-se na sua hifi.ebox). Eu optei pela segunda, não vão os leitores gastar tudo nas férias e depois arrepender-se amargamente.
Para receber o DVD-2900 servi-me da baixela de prata da casa. A saber: Krell Showcase Pre/Power, Martin-Logan Odyssey à frente, Clarity atrás, Cinema ao centro (atenção: a nova Cinema i constitui um enorme salto qualitativo e quantitativo); o maravilhoso prévio a válvulas McIntosh C2200+Krell FPB 400 cx; cabos Nordost Valhala para o par frontal, Siltech Classic para o resto do sistema AV (os cabos balanceados são fantásticos!) e Ixos para o sinal por componentes vídeo. E ainda (outra «cacha»!): o projector Yamaha DPX-1000 (outro vencedor antecipado).
Já sei no que está a pensar: tudo junto dava para passar um ano nas ilhas Fiji a ser massajado diariamente por duas nativas. Pois é: e voltar depois para casa com duas mãos cheias de nada (o bronze cedo se desvanece e o SEF não brinca em serviço...).
Primeira constatação: o DVD-2900 torna redundante o topo de gama A1. E não é só por oferecer SACD. A imagem é melhor (negros de uma densidade galáctica, azuis que vão do céu ao cobalto, verdes ecológicos e vermelhos de sangue virginal: vivo e puro); e tanto os DVD-Audio como os CD soam melhor (notável dinâmica, graves tensos, intensos e extensos).
Segunda constatação: o excelente Marantz CD8300 ainda tem uma palavra a dizer (é mais delicado e menos brusco nos contrastes dinâmicos) mas nunca ao dobro do preço. E, pensando bem, a delicadeza nem sempre é uma virtude...
Terceira constação: o Pioneer DV-757Ai (no qual, aliás, o Denon DVD 2900 se baseia) continua a ter um preço concorrencial, mas não oferece, hélas, PAL Progressivo (poderá fazer o upgrade em breve) e falta-lhe a autoridade e o poder do DVD-2900. É mais feminino no trato, mais etéreo na apresentação.
Quem, como eu, utilizou um Sony XA-777es durante um ano, sente a falta da informação do título das faixas no visor e a possibilidade de fazer o «setup» de gestão de graves e configuração de colunas sem recorrer a um monitor de televisão. Mas só isso. Porque o DVD-2900 oferece DVD-Vídeo/Audio e SACD multicanal ao mais alto nível e o som de CD aproxima-se (aproxima-se, disse eu) perigosamente da minha referência, o Chord DAC64: com o Chord os registos médios têm (até quando?) mais corpo, ritmo, presença e realismo.
Nota: o DAC64 custa o triplo e só tem uma função: converter sinais PCM. Prefiro o conversor DTS e Dolby Digital do Showcase: mais corpo, mais envolvência, melhor separação multicanal, mas creio que isso se deve em parte ao formato de transmissão do sinal (digital ou analógico multicanal).
Por 1398 euros, melhor é impossível. O Denon DVD-2900 é o novo «Soldado Universal» e um sério candidato a «Herói do Ano».
Distribuidor: Videoacústica, telef. 214241770, [email protected]
O vídeo progressivo só poder ser apreciado em NTSC para evitar interferências com a protecção anticópia Macrovision. A não ser que compre um leitor-DVD pirata dos mares da China que come protocolos Macrovision ao pequeno-almoço. A Denon é uma empresa séria, e ser sério tem os seus inconvenientes...
Estes dois parágrafos foram transcritos do teste do Denon A1, que aqui publiquei em Novembro de 2002, ao qual os leitores poderão ter acesso em (Arquivo/Dvd).
A Videoacústica, distribuidora entre nós da Denon, tem por hábito traduzir para inglês os artigos publicados na imprensa nacional e enviá-los para o Japão. Talvez por isso, ou apenas porque me limitei a dar voz aos anseios dos consumidores europeus, a verdade é que o novo modelo DVD-2900 responde a todas estas questões com um rotundo sim, e a um preço capaz de levar a concorrência ao suicídio.
O Denon DVD-2900 é um aparelho de extrema complexidade tecnológica e desconcertante simplicidade operacional, o que me deixa numa situação delicada. Neste momento, a maior parte dos leitores do DNA está na praia a desfolhar o DNA com as mãos besuntadas de protector solar e um olho nos miúdos (miúdas?) e outro no mar...
Se me ponho a desfiar o rosário dos kHz do áudio(24-bit/192kHz) e os MHz do vídeo (12-bit/102Mhz), arrisco-me a que me passem por cima. E é pena porque os leitores arriscam-se a passar também por cima daquele que vai ser, sem dúvida, o mais «oscarizado» dos «leitores» do ano.
E porquê? Reparem: o DVD-2900, além de ter conversores internos dedicados para todos os formatos áudio e vídeo conhecidos, é ainda compatível com todos os discos ópticos deste e (não digam isto a ninguém!...) do outro mundo, isto é, de todas as regiões: DVD-Video/Audio (a todas as frequências conhecidas, em estéreo e multicanal), SACD, CD-R/RW, Photo-CD, MP3, etc. E até tem PAL Progressivo (com a benção da Macrovision)! Sendo multiformato, o carregamento exige aos circuitos de detecção algum tempo para reflexão, mas a partir daí, independentemente do tipo de disco, funciona de forma rápida, eficiente e lógica. Nos DVD de dupla camada a transição é instantânea: acabou o «congelamento» da imagem na mudança de carris.
O facto de eu poder utilizar o Denon DVD-2900 integrado no meu sistema, e não numa audição conjunta programada pelo fabricante ou o distribuidor, corresponde a um jornalista da área política passar quinze dias com Saddam num resort secreto, sem limite de perguntas ou de temas.
Ambos possuem armas de destruição maciça para eliminar a concorrência: Saddam, por enquanto, apenas alegadamente; o DVD-2900, esse, têm-nas, sem margem para dúvidas: o PAL Progressivo é um míssil balístico no campo de batalha do vídeo.
Como sucede com todas as «cachas» jornalísticas, há que ponderar entre aprofundar a notícia com tempo ou divulgá-la em primeira mão (o meu amigo F. Salvado adiantou-se na sua hifi.ebox). Eu optei pela segunda, não vão os leitores gastar tudo nas férias e depois arrepender-se amargamente.
Para receber o DVD-2900 servi-me da baixela de prata da casa. A saber: Krell Showcase Pre/Power, Martin-Logan Odyssey à frente, Clarity atrás, Cinema ao centro (atenção: a nova Cinema i constitui um enorme salto qualitativo e quantitativo); o maravilhoso prévio a válvulas McIntosh C2200+Krell FPB 400 cx; cabos Nordost Valhala para o par frontal, Siltech Classic para o resto do sistema AV (os cabos balanceados são fantásticos!) e Ixos para o sinal por componentes vídeo. E ainda (outra «cacha»!): o projector Yamaha DPX-1000 (outro vencedor antecipado).
Já sei no que está a pensar: tudo junto dava para passar um ano nas ilhas Fiji a ser massajado diariamente por duas nativas. Pois é: e voltar depois para casa com duas mãos cheias de nada (o bronze cedo se desvanece e o SEF não brinca em serviço...).
Primeira constatação: o DVD-2900 torna redundante o topo de gama A1. E não é só por oferecer SACD. A imagem é melhor (negros de uma densidade galáctica, azuis que vão do céu ao cobalto, verdes ecológicos e vermelhos de sangue virginal: vivo e puro); e tanto os DVD-Audio como os CD soam melhor (notável dinâmica, graves tensos, intensos e extensos).
Segunda constatação: o excelente Marantz CD8300 ainda tem uma palavra a dizer (é mais delicado e menos brusco nos contrastes dinâmicos) mas nunca ao dobro do preço. E, pensando bem, a delicadeza nem sempre é uma virtude...
Terceira constação: o Pioneer DV-757Ai (no qual, aliás, o Denon DVD 2900 se baseia) continua a ter um preço concorrencial, mas não oferece, hélas, PAL Progressivo (poderá fazer o upgrade em breve) e falta-lhe a autoridade e o poder do DVD-2900. É mais feminino no trato, mais etéreo na apresentação.
Quem, como eu, utilizou um Sony XA-777es durante um ano, sente a falta da informação do título das faixas no visor e a possibilidade de fazer o «setup» de gestão de graves e configuração de colunas sem recorrer a um monitor de televisão. Mas só isso. Porque o DVD-2900 oferece DVD-Vídeo/Audio e SACD multicanal ao mais alto nível e o som de CD aproxima-se (aproxima-se, disse eu) perigosamente da minha referência, o Chord DAC64: com o Chord os registos médios têm (até quando?) mais corpo, ritmo, presença e realismo.
Nota: o DAC64 custa o triplo e só tem uma função: converter sinais PCM. Prefiro o conversor DTS e Dolby Digital do Showcase: mais corpo, mais envolvência, melhor separação multicanal, mas creio que isso se deve em parte ao formato de transmissão do sinal (digital ou analógico multicanal).
Por 1398 euros, melhor é impossível. O Denon DVD-2900 é o novo «Soldado Universal» e um sério candidato a «Herói do Ano».
Distribuidor: Videoacústica, telef. 214241770, [email protected]