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2003

Emails 10



O caça-fantasmas


Voltei a ouvir «Dark Side of the Moon», e pedi a um colega que me trouxesse a versão da Mobile Fidelity. Duas conclusõe:


- a versão CD comemorativa dos 30 anos está realmente mais comprimida, com tudo a querer bater nos 96 dB, mas estranhamente, é menos perceptível alguma distorção presente na versão da Mobile Fidelity (?). Menos dinâmica, mais alto, mas ainda assim menos «clipping». Devem ter usado um bom compressor, sem dúvida.


- E lá está o «fantasma do John Lennon» ( e, agora, também do George Harrison, coitado!, a conduzir a orquestra...). Portanto, a coisa já vinha de origem...


Bom, li algumas coisas a este respeito, e existem várias versões, uma delas parece-me disparatada, que é a de propositadamente se ter pretendido criar mais um motivo de interesse para o disco, quase como uma mensagem subliminar....Não me parece. A outra, é a de que alguém estava a fazer versões instrumentais dos Beatles, na sala ao lado... Bem, Abbey Road é muito mal isolado (?) em termos acústicos....também não me parece! Por último, a mais credivel é a de que utilizaram uma fita...usada. Tudo porque, no final dos anos sessenta, o custo da fita disparou de uma forma louca, e fazia-se tudo para poupar dinheiro.Ou seja, algo foi gravado ( os Beatles, por supuesto), depois apagaram ( mal) a fita, e reutilizaram-na para masterizar em estéreo, o álbum dos PF. Parece-me a mais credível, e faz jus ao facto de James Guhtrie ter utilizado para o SACD mltChn, as masters originais multipista, fazendo desaparecer o dito 'fantasma'. Ao que parece (e eu fazia isto com o meu multipistas de 4 canais), o gravador tinha 'apenas' 16 pistas ( Sg.Peppers foi gravado num 'modernissimo 8 pistas', eh, eh, eh), e o método era gravar bateria, etc, e depois passar tudo para duas pistas apenas (aquilo que a malta dos estúdios chama ping-pong), deixando novamente 14 pistas livres para....brincar.


Se é assim ou não, não sei! Se calhar o José Vitor já sabia tudo isto, mas como tive tempo para investigar um pouquinho, aqui fica o meu contributo para desvendar este fenómeno parapsicológico do fantasma do JL.


Rui Vicente


Hificlube responde:


Obrigado, Rui, pelo excelente contributo. Das hipóteses possíveis: marketing, provocação, homenagem ou erro técnico, eu também me inclino para uma gravação «por cima» na fita utilizada para o master estéreo. Quanto à distorção audível no LP da «Mofi», eu, que tive um exemplar durante anos, inclino-me mais para problemas de «tracking» do gira-discos/braço/célula que utilizou.

Seria interessante tirarmos isso a limpo na presença daquele que eu considero como o maior especialista português na matéria: Luís Pires. Que tal, o clube reunir-se para uma audição colectiva? Proponho a sala da GP Audio/Video no próximo Audioshow com um conjunto Basis/Vector/Benz LP (LP, de Luís Pires) e o Sony SCD9000es. Mas se não puderem esperar...


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