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2003

Emails 16



De uma ponta à outra



O meu nome é Pedro Marques, sou de Coimbra e recorro à sua experiência a fim de obter algum conselho que me ajude a solucionar esta situação. Tenho neste momento um sistema composto por amp. McIntosh mc-402 e pré Mcintosh C-200 com BW 802 Nautilus, os cabos são Monocle XL Kimber. Julgo que até aqui tudo bem, o problema começa na fonte onde tenho um Meridien int, 506-24 a servir de transporte com Forsell Reference Dac. Ao som faltam graves bem controlados e rapidez, embora o som seja cheio e envolvente. O problema é que não consigo arranjar um bom transporte para juntar ao Forsell, o irmão é carissimo e não se arranja. Vê algum que possa ser apropriado? Este fim de semana tive cá emprestado o Marantz 8300 Sacd.Confesso que gostei dele a lêr cds. Em sacd o disco que tinha não prestava. É aqui que gostava que me desse opinião , ou seja, devo continuar a procurar um transporte ou por outro lado dar o salto para um tipo Marantz ou o Lexicon? Gostaria muito de saber a sua opinião e como calcula com a brevidade possivel.



Hificlube responde:



O problema não me parece estar nessa ponta mas na outra. As Nautilus são colunas complicadas. E para soar realmente bem precisam de amplificadores com tomates (a transístores), tipo Krell (também não soam nada mal com os Chord). As BW soam melhor a tocar alto. Experimente umas JM Lab da gama mais acessível da última geração (impedância benigna) e vai ter o que procura sem precisar de mudar nada. Entretanto, pode ler nesta página o meu teste ao Marantz 8300 e aos concorrentes como o excelente Denon DVD2900. Basta inscrever o nome dos aparelhos no campo «Pesquisa». Para ter acesso à lista completa dos artigos na página, basta inscrever o meu nome completo: José Victor Henriques.



Sons constipados



Continuo a minha busca...neste sábado ouvi um sistema A/V composto por um receiver Onkyo (601) e colunas BW série 600.


Devo dizer-lhe que a performance em estéreo foi desapontadora. Estava à espera de uma música mais realista. Para resumir, todos pareciam 'constipados', desde a voz dos Radiohead ao piano de Keith Jarrett: um som fechado, com timbres irrealistas. Claro que com umas alterações no processamento aquilo melhora um pouco. Mas em modo directo, é para esquecer. Fiquei portanto, muito desiludido.



Felizmente havia na loja um outro sistema que experimentei com bastante agrado. Era um sistema Linn (pré, dois amplificadores em configuração activa com colunas também Linn). Apesar de algum barulho ambiente, foi possível apreciar, agora sim, música como eu acho que deve soar. Realista, natural, entusiasmante. Gostei mesmo muito.


Fiquei a pensar no bom que seria redescobrir os meus CD, agora com uma sensação de proximidade com os intérpretes.



Claro que uma escolha dessas implica gastar bem mais do que eu pensava (entre €4.500 e €6.000). E abdicar das funções A/V...



Posso pedir-lhe a sua opinião sobre este meu dilema? Será que é possível encontrar uma 'terceira via'? O que acha deste sistema Linn?



Vou continuar a tentar...talvez um sistema Rotel de componentes separados: processador RSP-1066 e amplificação multicanal RMB-1066. Será que isto pode ser um sistema bem mais musical? E com que colunas?



Miguel Costa



Hificlube responde:



Follow your heart, my friend, follow your heart. Um bom sistema AV também deve saber tocar música baixinho. Soar bem «baixinho», eis o segredo dos grandes sistemas de som que podem tocar... eh... alto. Aos gritos ninguém se entende. E muitos deles gritam porque «baixinho» ninguém os entende. Entendeu?..



Aproveito para lhe dar boas notícias das minhas divagações...


Já escolhi o meu sistema (depois de largas horas de audição):



Sistema Rega de componentes separados (leitor Júpiter, Pre Cursa3 e Power Maia) e umas colunas Naos.
Soa muito bem baixinho...e controlam-se muito bem quando se puxa por elas. Soam bem com música acústica e com música electrónica e complexa.



Também ouvi outros dois sistemas com os quais podia viver:



O Linn (mas para por aquilo a tocar a um nível distinto - em activo - iria gastar muito mais.



Gostei igualmente do Musical Fidelity A3.2 (integrado) com umas colunas Sonus Faber Concerto (estas têm nota máxima ao nível estético!). Embora muito interessante a nível tímbrico, e tocando bem baixinho, o conjunto mostrou mais alguma dificuldade de controlo a níveis mais elevados de som.



No final, este Rega mostrou-se o mais equilibrado. Acho que nos vamos dar muito bem. Só falta eliminar as excessivas reflexões da sala para tirar todo o partido do sistema.



E o melhor, caro José, é que acho que não vou comprar mais CD durante uns tempos - é que agora, cada audição é um re-descoberta!



Miguel Costa



Trovas do tempo que passa



Na senda das memórias que tem vindo a publicar no Hificlube, há um artigo que eu gostaria muito de ver recordado ...


Trata-se das notas de audição na residência do Ricardo Franassovici do sistema que na altura ele tinha em casa: Goldmund Reference/Jadis/Sonus Faber. Foi publicado numa Imasom em 1987, creio, - que receio ter perdido.


Tinha descoberto o high-end nessa altura e esse foi o artigo que mais me marcou. Li-o vezes sem conta ... e foi com base nele que construí o meu esquema mental do que deveria ser um sistema de high-end. Era um puto de 16 anos (sweet sixteen .. ai, ai ... ) e aquilo abalou-me mesmo!



João Jarego



Hificlube responde:


Já encontrei o artigo que refere e vou publicá-lo em «O meu diário». Ai, ai, mal de um homem quando começa a publicar as suas memórias...




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