O «subwoofer» é aquele caixote mais ou menos mastronço que reproduz os sons graves profundos e, diz a lenda, se pode colocar em qualquer ponto da sala. De tal forma que ninguém consegue detectar de onde vem o som. De facto, os graves, ou as baixas-frequências se preferir, são, por natureza, omnidireccionais e o ouvido humano tem dificuldade em determinar a localização da fonte do som.
Na ânsia de se reduzir cada vez mais o tamanho das colunas de som para agradar a gregos e a troianos (ou troianas, pois elas detestam que os maridos lhes atravanquem a sala com as 5.1 colunas necessárias para reproduzir o som «surround» dos filmes em DVD), os fabricantes armam-se em aprendizes de feiticeiro e tentam ludibriar as leis da física: para reproduzir sons graves é preciso movimentar grandes massas de ar e, de tão pequenos, os satélites já não reproduzem nada de jeito abaixo dos 100Hz. Vai daí sobe-se a frequência de corte dos «subwoofers» uma oitava acima para compensar. Ora, nesta gama de frequências já há muita informação estéreo e o som ganha características de direccionalidade. Resultado: toda a gente topa onde está o «sub» e os contrabaixistas parece que estão zangados e de costas para a orquestra. Lá se vão as boas intenções - se é que há boa fé em ludibriar as pessoas levando-as a acreditar que aquilo que estão a ouvir é altafidelidade.
Em 90% dos casos os conjuntos satélites+sub soam como aquela piada do cobertor que se puxa para o pescoço destapando os pés: baixa-se a frequência de corte e o som fica com um «buraco» no meio; sobe-se e o «sub» infiltra-se pelas médias frequências (às vezes por quatro oitavas) colorindo-as de tons escuros e pastosos: exagerando o «peito» dos tenores, nasalando as vozes dos sopranos. A malta nova lá suporta aquilo porque foi educada a ouvir o som das discotecas, que não passa da mesma coisa em versão aumentada: cá em baixo está o pup-pum, lá em cima está o tsch-tsch, ofuscando a inteligibilidade tanto do tiroliro como do tiroló.
No meu sistema de referência utilizo colunas de banda larga (Martin Logan Odyssey) pelo que nunca senti necessidade de reforçar a oitava inferior do espectro áudio. Por outro lado, sons desta «gravidade» são indigestos para a maior parte das salas (ressonâncias, ondas estacionárias, etc.) que passam então da anorexia à bulimia e à flatulência acústica. Até porque a minha sala é relativamente pequena e, diz a lenda (agora com base nas leis da física acústica), a onda de som de uma frequência de 30Hz (muito baixa) precisa de uma dúzia de metros para se formar completamente, o que teoricamente me obrigaria a saltar da cadeira e vir cá fora à rua para a poder ouvir na integra (atenção: os vizinhos ouvem-nas - e bem!). Pouco prático, convenhamos...
O ouvido humano tem a notável capacidade de «sintetizar» as notas fundamentais a partir apenas dos harmónicos com elas relacionados. Não é por acaso que 40 anos depois colunas pequenas como as famosas BBC LS3 5a ainda agradam a muitos audiófilos: há quem prefira pouco grave e bom a muito e mau.
Mas isto são tudo desculpas: no dia em que ouvir todas as notas fundamentais dos sons graves escondidos na cave dos seus discos, vai tornar-se baixodependente. Foi o que me aconteceu quando juntei um «subwoofer» MJ Acoustics Reference I às minhas Odyssey. Não passei apenas a ouvir um «pouco» mais de grave, passei a ouvir muito melhor grave. O segredo neste caso não está só na massa (de ar), está na afinação: colocação, frequência de corte, fase, volume. E essa, meus amigos, é como a «mão» do cozinheiro: não está ao alcance de qualquer um. A receita é simples e conhecida de todos, mas o molho pode ficar demasiado espesso, e lá se vai todo o sabor da música...
Nota: Ler em «Artigos Relacionados»: «Samba de uma nota só»: MJ Acoustics Reference I - Parte 2
MJ ACOUSTICS REFERENCE I
Características técnicas
Subwoofer activo com altifalante em alumínio de 270 mm de longo curso e duplo magneto com pórtico reflex para reprodução das mais baixas frequências: 10 a 120 Hz.
Amplificação Bi-polar com 120 Watts RMS.
Mostrador digital com indicação da frequência de corte e de pico de potência.
Tecnologia D.A.M.P. (Circuito de precisão de ajuste da frequência de corte).
A.S.P. (Circuito automático de proteção).
Entrada de linha em 2 RCA (10 Kohms).
Entrada de linha em XLR balanceadas (10Kohms).
Entrada de corrente em ficha Neutrik (100 Kohms).
Saída de linha em 2 RCA.
Saída de linha em XLR balanceada.
Funcionamento em simultâneo de ambas as entradas de sinal.
Ajuste de frequência de corte entre 30 a 120 Hz
Comutação para ligação directa do canal LFE.
Ajuste de fase entre 0 e 180º.
Ajuste de ganho independente para cada entrada até 80dB.
Dimensões: 421 mm x 491 mm x 320 mm (LxAxP).
Peso: 20,85 Kg.
Acabamentos: Preto e Silver: € 1 270,00; outros acabamentos: € 1 450,00
Modelos alternativos: Pro 50: €540/ Reference 100: €630
Distribuidor: Esotérico, Praceta Alves Redol, 2 (Fanqueiro) 2670-353 LOURES - Telefone: 219 838 944 • Fax: 219 823 164 • Móvel: 919 590 764 • e-mail: [email protected]
Na ânsia de se reduzir cada vez mais o tamanho das colunas de som para agradar a gregos e a troianos (ou troianas, pois elas detestam que os maridos lhes atravanquem a sala com as 5.1 colunas necessárias para reproduzir o som «surround» dos filmes em DVD), os fabricantes armam-se em aprendizes de feiticeiro e tentam ludibriar as leis da física: para reproduzir sons graves é preciso movimentar grandes massas de ar e, de tão pequenos, os satélites já não reproduzem nada de jeito abaixo dos 100Hz. Vai daí sobe-se a frequência de corte dos «subwoofers» uma oitava acima para compensar. Ora, nesta gama de frequências já há muita informação estéreo e o som ganha características de direccionalidade. Resultado: toda a gente topa onde está o «sub» e os contrabaixistas parece que estão zangados e de costas para a orquestra. Lá se vão as boas intenções - se é que há boa fé em ludibriar as pessoas levando-as a acreditar que aquilo que estão a ouvir é altafidelidade.
Em 90% dos casos os conjuntos satélites+sub soam como aquela piada do cobertor que se puxa para o pescoço destapando os pés: baixa-se a frequência de corte e o som fica com um «buraco» no meio; sobe-se e o «sub» infiltra-se pelas médias frequências (às vezes por quatro oitavas) colorindo-as de tons escuros e pastosos: exagerando o «peito» dos tenores, nasalando as vozes dos sopranos. A malta nova lá suporta aquilo porque foi educada a ouvir o som das discotecas, que não passa da mesma coisa em versão aumentada: cá em baixo está o pup-pum, lá em cima está o tsch-tsch, ofuscando a inteligibilidade tanto do tiroliro como do tiroló.
No meu sistema de referência utilizo colunas de banda larga (Martin Logan Odyssey) pelo que nunca senti necessidade de reforçar a oitava inferior do espectro áudio. Por outro lado, sons desta «gravidade» são indigestos para a maior parte das salas (ressonâncias, ondas estacionárias, etc.) que passam então da anorexia à bulimia e à flatulência acústica. Até porque a minha sala é relativamente pequena e, diz a lenda (agora com base nas leis da física acústica), a onda de som de uma frequência de 30Hz (muito baixa) precisa de uma dúzia de metros para se formar completamente, o que teoricamente me obrigaria a saltar da cadeira e vir cá fora à rua para a poder ouvir na integra (atenção: os vizinhos ouvem-nas - e bem!). Pouco prático, convenhamos...
O ouvido humano tem a notável capacidade de «sintetizar» as notas fundamentais a partir apenas dos harmónicos com elas relacionados. Não é por acaso que 40 anos depois colunas pequenas como as famosas BBC LS3 5a ainda agradam a muitos audiófilos: há quem prefira pouco grave e bom a muito e mau.
Mas isto são tudo desculpas: no dia em que ouvir todas as notas fundamentais dos sons graves escondidos na cave dos seus discos, vai tornar-se baixodependente. Foi o que me aconteceu quando juntei um «subwoofer» MJ Acoustics Reference I às minhas Odyssey. Não passei apenas a ouvir um «pouco» mais de grave, passei a ouvir muito melhor grave. O segredo neste caso não está só na massa (de ar), está na afinação: colocação, frequência de corte, fase, volume. E essa, meus amigos, é como a «mão» do cozinheiro: não está ao alcance de qualquer um. A receita é simples e conhecida de todos, mas o molho pode ficar demasiado espesso, e lá se vai todo o sabor da música...
Nota: Ler em «Artigos Relacionados»: «Samba de uma nota só»: MJ Acoustics Reference I - Parte 2
MJ ACOUSTICS REFERENCE I
Características técnicas
Subwoofer activo com altifalante em alumínio de 270 mm de longo curso e duplo magneto com pórtico reflex para reprodução das mais baixas frequências: 10 a 120 Hz.
Amplificação Bi-polar com 120 Watts RMS.
Mostrador digital com indicação da frequência de corte e de pico de potência.
Tecnologia D.A.M.P. (Circuito de precisão de ajuste da frequência de corte).
A.S.P. (Circuito automático de proteção).
Entrada de linha em 2 RCA (10 Kohms).
Entrada de linha em XLR balanceadas (10Kohms).
Entrada de corrente em ficha Neutrik (100 Kohms).
Saída de linha em 2 RCA.
Saída de linha em XLR balanceada.
Funcionamento em simultâneo de ambas as entradas de sinal.
Ajuste de frequência de corte entre 30 a 120 Hz
Comutação para ligação directa do canal LFE.
Ajuste de fase entre 0 e 180º.
Ajuste de ganho independente para cada entrada até 80dB.
Dimensões: 421 mm x 491 mm x 320 mm (LxAxP).
Peso: 20,85 Kg.
Acabamentos: Preto e Silver: € 1 270,00; outros acabamentos: € 1 450,00
Modelos alternativos: Pro 50: €540/ Reference 100: €630
Distribuidor: Esotérico, Praceta Alves Redol, 2 (Fanqueiro) 2670-353 LOURES - Telefone: 219 838 944 • Fax: 219 823 164 • Móvel: 919 590 764 • e-mail: [email protected]