Eu, Martin Colloms e o Krell SACD Standard
Já há muitos anos que sou um admirador de M. Colloms: é um crítico de áudio profissional e competente com uma escrita fluida e sem floreados e na qual os elementos técnicos estão geralmente bem integrados. De uma maneira geral, concordo com as suas doutas opiniões. Em vinte anos terei discordado dele meia-dúzia de vezes. E vou continuar a lê-lo com o mesmo prazer e a admirá-lo (agora apenas um tudo nada menos).
Como pessoa, é o oposto de Ken: calado, fechado, pouco dado a deixar transparecer o que lhe vai na alma. Mas depois de um bom jantar, em amena cavaqueira, Martin revela que não é muito diferente do resto de nós, humanos, em especial se lhe tocarem na ferida. E eu toquei:
«Desculpa lá, Martin, mas não concordo em absoluto com a tua análise do Krell SACD Standard. Além de ser um excelente leitor-SACD, é o melhor leitor-CD da Krell que já ouvi. Melhor que o KPS28c e até que o KPS25c. A gama média do primeiro é «maior-do-que-a-vida»; e a do segundo, embora extremamente detalhada, é fina por comparação».
Martin concordou com a cabeça para meu espanto e eu continuei:
«Aliás, vais ficar isolado: os alemães e os italianos da Audio, Stereo e Stereoplay dão-lhe nota máxima (embora eu ache que os alemães, sendo terra de grandes músicos, são paradoxalmente áudio-surdos também...); e aposto que o mesmo vai acontecer com o teste que irá ser publicado na Stereophile de Dezembro, se bem que eu preferia que fosse o Atkinson e não o Michael Fremer a testá-lo. Por outro lado, como podes alegar ter feito o «teste definitivo» (é o que consta na capa da HifiNews) quando nem sequer ouviste o Krell SACD Standard em multicanal?...».
Colloms verifica a solidez dos painéis de madeira das Concertino
Martin pensou um bocado e o que veio a seguir surpreendeu-me:
«Talvez tenhas razão. E estou disposto a voltar a ouvi-lo. Fui apanhado no meio da mudança de casa e não tive as condições habituais. A verdade é que esperava mais de um modelo que vem com a chancela de Standard. E eu não gosto do «chip-set» que o Krell utiliza que tem conversão híbrida multibit/delta sigma. O pior ainda é que eu também não gosto do formato SACD e o Krell apanhou por tabela. O SACD é uma fraude imposta pela Sony/Philips para perpetuar o negócio das «royalties» do CD que agora acabaram. Não há nada de errado com o DSD como suporte de arquivo, mas o SACD que nos chega não tem nada a ver com o DSD. Para já não há equipamento de estúdio em quantidade para fazer mistura sob formato DSD, pelo que passa tudo primeiro para PCM. Qual a vantagem para nós, consumidores? Nenhuma. Para a Sony/Philips tem muitas vantagens, porque, se em vez de SACD fosse DVD-Audio não recebiam nada. E lá vamos levar com a enésima reedição dos arquivos da Columbia. E nós, críticos, temos a obrigação de não colaborar com esta fraude».
«Como?», perguntei-lhe, «dizendo mal dos leitores-SACD, só por o serem?...Permite-me lembrar-te que quando o CD apareceu também não gostavas, lembras-te? Tenho dezenas de SACD e alguns são excelentes (alguns são DSD directos outros transcrições do analógico para DSD), tocam particularmente bem no Krell SACD e...».
«Acontece que eu também detesto o som «surround» que é outra fraude...», interrompeu-me Martin de imediato. E vai daí começa a desancar no som surround.
Caramba, pensei, isto já parece a história do lobo e do cordeiro: o Krell até talvez não tenha culpa, mas se não foi ele foi o formato SACD-multicanal. Ou seja comecei a conversa com apenas uma não-concordância e acabei com três: Krell, SACD e multicanal. Mas o jantar estava óptimo e a conversa desviou-se para as colunas BW que levaram que contar também. Martin estava imparável...
Vamos aguardar calmamente pela opinião auditiva de Michael Fremer (e técnica de John Atkinson). Não que eu precise da opinião do Fremer (muito menos do Fremer) ou que me dêem razão: eu sei que tenho razão.
O Krell SACD Standard tem o melhor grave de todos os leitores-CD/SACD que já ouvi e soa como um modelo de «low-jitter» e elevada resolução. O meu ouvido é como o algodão, não engana...
O SEGREDO DE SERBLIN
Novo auditório de Franco Serblin, em Arcugnano
Porque será que as colunas Sonus Faber soam bem e medem mal? Eis o segredo: Franco Serblin não utiliza um câmara anecóica para afinar as colunas. Franco mede e ouve as colunas durante meses a fio numa sala-estúdio que podia ser a... sua sala de estar. Como se prova o caldo? Levando a colher de pau à boca ou mandando analisar no Instituto Ricardo Jorge?...
LÍNGUA UNIVERSAL
O simples facto de ter escrito a reportagem da apresentação mundial das Sonus Faber Stradivari em língua inglesa fez disparar os acessos ao Hificlube para números astronómicos com os E.U.A. em grande vantagem. De tal forma que recebi uma proposta de John Atkinson, himself, para publicar a reportagem nas páginas da Stereophile...
Já há muitos anos que sou um admirador de M. Colloms: é um crítico de áudio profissional e competente com uma escrita fluida e sem floreados e na qual os elementos técnicos estão geralmente bem integrados. De uma maneira geral, concordo com as suas doutas opiniões. Em vinte anos terei discordado dele meia-dúzia de vezes. E vou continuar a lê-lo com o mesmo prazer e a admirá-lo (agora apenas um tudo nada menos).
Como pessoa, é o oposto de Ken: calado, fechado, pouco dado a deixar transparecer o que lhe vai na alma. Mas depois de um bom jantar, em amena cavaqueira, Martin revela que não é muito diferente do resto de nós, humanos, em especial se lhe tocarem na ferida. E eu toquei:
«Desculpa lá, Martin, mas não concordo em absoluto com a tua análise do Krell SACD Standard. Além de ser um excelente leitor-SACD, é o melhor leitor-CD da Krell que já ouvi. Melhor que o KPS28c e até que o KPS25c. A gama média do primeiro é «maior-do-que-a-vida»; e a do segundo, embora extremamente detalhada, é fina por comparação».
Martin concordou com a cabeça para meu espanto e eu continuei:
«Aliás, vais ficar isolado: os alemães e os italianos da Audio, Stereo e Stereoplay dão-lhe nota máxima (embora eu ache que os alemães, sendo terra de grandes músicos, são paradoxalmente áudio-surdos também...); e aposto que o mesmo vai acontecer com o teste que irá ser publicado na Stereophile de Dezembro, se bem que eu preferia que fosse o Atkinson e não o Michael Fremer a testá-lo. Por outro lado, como podes alegar ter feito o «teste definitivo» (é o que consta na capa da HifiNews) quando nem sequer ouviste o Krell SACD Standard em multicanal?...».
Colloms verifica a solidez dos painéis de madeira das Concertino
Martin pensou um bocado e o que veio a seguir surpreendeu-me:
«Talvez tenhas razão. E estou disposto a voltar a ouvi-lo. Fui apanhado no meio da mudança de casa e não tive as condições habituais. A verdade é que esperava mais de um modelo que vem com a chancela de Standard. E eu não gosto do «chip-set» que o Krell utiliza que tem conversão híbrida multibit/delta sigma. O pior ainda é que eu também não gosto do formato SACD e o Krell apanhou por tabela. O SACD é uma fraude imposta pela Sony/Philips para perpetuar o negócio das «royalties» do CD que agora acabaram. Não há nada de errado com o DSD como suporte de arquivo, mas o SACD que nos chega não tem nada a ver com o DSD. Para já não há equipamento de estúdio em quantidade para fazer mistura sob formato DSD, pelo que passa tudo primeiro para PCM. Qual a vantagem para nós, consumidores? Nenhuma. Para a Sony/Philips tem muitas vantagens, porque, se em vez de SACD fosse DVD-Audio não recebiam nada. E lá vamos levar com a enésima reedição dos arquivos da Columbia. E nós, críticos, temos a obrigação de não colaborar com esta fraude».
«Como?», perguntei-lhe, «dizendo mal dos leitores-SACD, só por o serem?...Permite-me lembrar-te que quando o CD apareceu também não gostavas, lembras-te? Tenho dezenas de SACD e alguns são excelentes (alguns são DSD directos outros transcrições do analógico para DSD), tocam particularmente bem no Krell SACD e...».
«Acontece que eu também detesto o som «surround» que é outra fraude...», interrompeu-me Martin de imediato. E vai daí começa a desancar no som surround.
Caramba, pensei, isto já parece a história do lobo e do cordeiro: o Krell até talvez não tenha culpa, mas se não foi ele foi o formato SACD-multicanal. Ou seja comecei a conversa com apenas uma não-concordância e acabei com três: Krell, SACD e multicanal. Mas o jantar estava óptimo e a conversa desviou-se para as colunas BW que levaram que contar também. Martin estava imparável...
Vamos aguardar calmamente pela opinião auditiva de Michael Fremer (e técnica de John Atkinson). Não que eu precise da opinião do Fremer (muito menos do Fremer) ou que me dêem razão: eu sei que tenho razão.
O Krell SACD Standard tem o melhor grave de todos os leitores-CD/SACD que já ouvi e soa como um modelo de «low-jitter» e elevada resolução. O meu ouvido é como o algodão, não engana...
O SEGREDO DE SERBLIN
Novo auditório de Franco Serblin, em Arcugnano
Porque será que as colunas Sonus Faber soam bem e medem mal? Eis o segredo: Franco Serblin não utiliza um câmara anecóica para afinar as colunas. Franco mede e ouve as colunas durante meses a fio numa sala-estúdio que podia ser a... sua sala de estar. Como se prova o caldo? Levando a colher de pau à boca ou mandando analisar no Instituto Ricardo Jorge?...
LÍNGUA UNIVERSAL
O simples facto de ter escrito a reportagem da apresentação mundial das Sonus Faber Stradivari em língua inglesa fez disparar os acessos ao Hificlube para números astronómicos com os E.U.A. em grande vantagem. De tal forma que recebi uma proposta de John Atkinson, himself, para publicar a reportagem nas páginas da Stereophile...