Para não descambar na vulgaridade que hoje grassa nos jornais e televisão, digamos para completar o quadro que ficava excitado só de a ouvir anunciar os discos. Um dia, passados uns anos, poucos, ela foi convidada de um programa de televisão: já era entradota e, sobretudo, era gordíssima. Apesar disso, achei-a graciosa e inteligente - que a voz não nos pode enganar assim tanto. Este episódio ensinou-me que nem sempre as pessoas que admiramos correspondem à imagem que temos delas - e não me refiro apenas ao aspecto físico.
Wes Philips, sentado em primeiro plano com o chapéu de palha no joelho; de pé, Ken Kessler; ao fundo, de casaco castanho, John Atkinson
Durante anos devorei a «escrítica» dos mais famosos gurus da cena audiófila mundial:
Martin Colloms, Ken Kessler, Alvin Gold, Jimmy Hughes, John Atkinson, Wes Philips, Robert Harley, Jonathan Scull, Thomas Norton, Gordon Holt, Harry Pearson, Paul Messenger, Peter Moncrief e tantos outros. Até que os conheci ao vivo.
Paul Messenger
A maior parte não correspondia minimamente à imagem física que eu idealizara: o rosto não correspondia à escrita. Pior foi quando constatei que a maior parte não correspondia sequer à imagem intelectual: o discurso e a prática não correspondiam à escrita...
Robert Harley contempla o cartaz da WilsonTalvez eu não devesse sentir-me tão intimidado, inferiorizado ou até ultrapassado nos meus conhecimentos e convicções audiófilas, em especial quando se tratava de ouvir com eles lado a lado; e, sobretudo, de saber expressar as sensações auditivas. Afinal eram apenas homens como eu, confrontados com as mesmas dificuldades em manter o justo equilíbrio entre fabricantes, anunciantes e leitores, sem comprometer os princípios deontológicos do jornalismo.
John Atkinson atento a uma palestra em NY2002
E mais convencido fiquei quando John Atkinson me convidou para publicar um artigo sobre o Audioshow na edição da Stereophile de Março de 2002.
O meu artigo sobre as Harpa no Audioshow 2001 publicado na Stereophile pode ser lido aqui.
Com mais ou menos pendor tecnológico ou literário, eles e eu lá vamos levando a água ao nosso moinho, o que não significa que se faça farinha com todos os leitores. Eu sei porque antes de ser «escritor» fui (e sou ainda) acima de tudo leitor. E tal como os conheço agora a eles, também conheço os objectos antes distantes sujeitos à sua (deles) subjectividade. É curioso como nem todos soam como os idealizara...
Nota: À medida que for encontrando as fotografias, vou inserindo para obrigar os leitores a voltarem ao local do crime; o crime de pensarem que os críticos (eu incluído) são deuses do Olimpo. Olhem que não, olhem que não: têm todos pés de barro e alguns ouvidos de lata...
SONUS FABER
Vou estar ausente este fim-de-semana. E onde ides?, perguntais vós. À terra de Romeu e Julieta para a apresentação numa festa privada das Sonus Faber Stradivari(us). Eu depois conto tudo, prometo. Não, não foi a Imacústica que me convidou, foi o próprio Franco Serblin...
Wes Philips, sentado em primeiro plano com o chapéu de palha no joelho; de pé, Ken Kessler; ao fundo, de casaco castanho, John Atkinson
Durante anos devorei a «escrítica» dos mais famosos gurus da cena audiófila mundial:
Martin Colloms, Ken Kessler, Alvin Gold, Jimmy Hughes, John Atkinson, Wes Philips, Robert Harley, Jonathan Scull, Thomas Norton, Gordon Holt, Harry Pearson, Paul Messenger, Peter Moncrief e tantos outros. Até que os conheci ao vivo.
Paul Messenger
A maior parte não correspondia minimamente à imagem física que eu idealizara: o rosto não correspondia à escrita. Pior foi quando constatei que a maior parte não correspondia sequer à imagem intelectual: o discurso e a prática não correspondiam à escrita...
Robert Harley contempla o cartaz da WilsonTalvez eu não devesse sentir-me tão intimidado, inferiorizado ou até ultrapassado nos meus conhecimentos e convicções audiófilas, em especial quando se tratava de ouvir com eles lado a lado; e, sobretudo, de saber expressar as sensações auditivas. Afinal eram apenas homens como eu, confrontados com as mesmas dificuldades em manter o justo equilíbrio entre fabricantes, anunciantes e leitores, sem comprometer os princípios deontológicos do jornalismo.
John Atkinson atento a uma palestra em NY2002
E mais convencido fiquei quando John Atkinson me convidou para publicar um artigo sobre o Audioshow na edição da Stereophile de Março de 2002.
O meu artigo sobre as Harpa no Audioshow 2001 publicado na Stereophile pode ser lido aqui.
Com mais ou menos pendor tecnológico ou literário, eles e eu lá vamos levando a água ao nosso moinho, o que não significa que se faça farinha com todos os leitores. Eu sei porque antes de ser «escritor» fui (e sou ainda) acima de tudo leitor. E tal como os conheço agora a eles, também conheço os objectos antes distantes sujeitos à sua (deles) subjectividade. É curioso como nem todos soam como os idealizara...
Nota: À medida que for encontrando as fotografias, vou inserindo para obrigar os leitores a voltarem ao local do crime; o crime de pensarem que os críticos (eu incluído) são deuses do Olimpo. Olhem que não, olhem que não: têm todos pés de barro e alguns ouvidos de lata...
SONUS FABER
Vou estar ausente este fim-de-semana. E onde ides?, perguntais vós. À terra de Romeu e Julieta para a apresentação numa festa privada das Sonus Faber Stradivari(us). Eu depois conto tudo, prometo. Não, não foi a Imacústica que me convidou, foi o próprio Franco Serblin...