A minha relação com os cabos não tem sido fácil. Por um lado, a razão diz-me que as diferenças entre os diferentes tipos e marcas não passam de um alucinação auditiva ditada pela fé nos «white papers» que os fabricantes fazem subrepticiamente chegar à minha caixa de correio. Os relatórios escritos em jargão técnico terminam sempre com conclusões extremamente positivas sobre as vantagens da utilização de uma determinada tecnologia ou arquitectura interna. A mim sempre me ensinaram que cobre é cobre (mesmo quando banhado a prata ou ouro) e que os electrões não são esquisitos: tanto lhes faz ir de lá para cá como de cá para lá (não é verdade Prof. H. Onofre?). Pelo menos é assim com a electricidade. Ora, é sob a forma de sinais eléctricos que a música flui pelos cabos de um sistema de som até ser transdutada em energia mecânica pelos altifalantes. Por isso qualquer fio de candeeiro devia ser suficiente para cumprir a função de transmitir os sinais de um lado para o outro. Ou não?!...
Há mesmo quem diga que os cabos são um négócio da China, e eu próprio já os designei por «perfumes do áudio». É com os perfumes que os criadores de alta costura fazem a folha e não com aqueles vestidos espalhafatosos de que ninguém compra.
Acontece que, por qualquer motivo que já desisti de tentar compreender, há cabos que «soam» melhor que outros. Em alguns casos, a diferença é tão abissal que chega a ser embaraçoso. Podia exibir aqui os meus conhecimentos debitando palavrões como capacidade, impedância, resistência e de como as relações entre elas afectam o desempenho eléctrico de um cabo. Mas, tal como na religião, o mistério da fé reside em acreditar no que não tem explicação racional e evitar fazer perguntas que não têm resposta.
A Siltech, com sede na Holanda, é um dos mais famosos construtores de cabos high-end do mundo. O seus cabos de prata e ouro têm para os audiófilos um valor que ultrapassa em muito a riqueza do metal de que são feitos: deixam passar a música - toda a música - e isso não tem preço. É a capacidade que o ouvido humano tem para distinguir subtilezas no som, que se perdem nas impurezas de metais menos nobres, que obriga a estes excessos de Midas.
Qualquer sistema de som mediano reproduz música sem distorção aparente. Mas, tal como sucede nas interpretações de peças musicais por diferentes músicos, são as «nuances» que distinguem o génio do meramente competente. «Nuances» que se perdem no caldo de microdistorções que ocorrem na transmissão do sinal, umas provocadas por fenómenos de natureza física outras electromagnéticas. Todos os cabos introduzem ruído no sinal e todos funcionam também como antenas captando ainda ruído ambiente que mascara as subtilezas interpretativas. Eliminá-lo custa muito dinheiro: o preço dos cabos da Siltech chega assim a ser uma provocação.
Em Janeiro, encontrei-me em Las Vegas com Edwin van der Kley, da Siltech, que me confidenciou: «José, descobri a técnica metalúrgica que aliada à microengenharia me permite construir cabos imunes às influências electromagnéticas ambientais, incluindo transformadores próximos, telefones celulares, computadores e todo o tipo de equipamentos electrónicos. Este é o primeiro cabo verdadeiramente silencioso do mundo: foi possível medir em laboratório -180dB! E é cinco vezes mais barato!...».
Tá bem, abelha!, pensei. Mas Edwin cumpriu a promessa e enviou-me amostras deste verdadeiro cabo da boa esperança.
Quanto mais «silencioso» for o cabo, mais baixo parece descer o patamar dinâmico de um sistema de som. Para um mesmo volume de som seleccionado, é possível obter um mais elevado «swing» dinâmico do programa musical (a diferença entre o som mais baixo e o mais alto em termos de volume), substituindo apenas os cabos por Siltech Classic. E isso tanto é verdade paras os «interconnects» como para os cabos de coluna. Como resultado, é possível ouvir detalhes que antes estavam mergulhados no tal caldo de distorção electromagnética e a diferença entre os vales profundos de silêncio e os picos é muito mais acentuada.
A «Marcha da Coroação», de Tchaikovsky, não versão SACD multicanal da Telarc, deixou-me todos os pêlos do corpo em estado de alerta e no final as gotículas de suor que me afloraram a testa eram concentrado de adrenalina pura. Você, caro leitor, não sabe o significado de dinâmica até ouvir este SACD a abrir! Se isto acontece com o meu sistema que antes estava interligado por aquele que é muito justamente considerado «o melhor cabo do mundo», refiro-me ao Nordost Valhala, calcule o que pode fazer pelo seu...
Claro que «barato» é um termo relativo no universo Siltech. Mas deixo essas «subtilezas» de interpretação para o distribuidor: Imacústica.
Há mesmo quem diga que os cabos são um négócio da China, e eu próprio já os designei por «perfumes do áudio». É com os perfumes que os criadores de alta costura fazem a folha e não com aqueles vestidos espalhafatosos de que ninguém compra.
Acontece que, por qualquer motivo que já desisti de tentar compreender, há cabos que «soam» melhor que outros. Em alguns casos, a diferença é tão abissal que chega a ser embaraçoso. Podia exibir aqui os meus conhecimentos debitando palavrões como capacidade, impedância, resistência e de como as relações entre elas afectam o desempenho eléctrico de um cabo. Mas, tal como na religião, o mistério da fé reside em acreditar no que não tem explicação racional e evitar fazer perguntas que não têm resposta.
A Siltech, com sede na Holanda, é um dos mais famosos construtores de cabos high-end do mundo. O seus cabos de prata e ouro têm para os audiófilos um valor que ultrapassa em muito a riqueza do metal de que são feitos: deixam passar a música - toda a música - e isso não tem preço. É a capacidade que o ouvido humano tem para distinguir subtilezas no som, que se perdem nas impurezas de metais menos nobres, que obriga a estes excessos de Midas.
Qualquer sistema de som mediano reproduz música sem distorção aparente. Mas, tal como sucede nas interpretações de peças musicais por diferentes músicos, são as «nuances» que distinguem o génio do meramente competente. «Nuances» que se perdem no caldo de microdistorções que ocorrem na transmissão do sinal, umas provocadas por fenómenos de natureza física outras electromagnéticas. Todos os cabos introduzem ruído no sinal e todos funcionam também como antenas captando ainda ruído ambiente que mascara as subtilezas interpretativas. Eliminá-lo custa muito dinheiro: o preço dos cabos da Siltech chega assim a ser uma provocação.
Em Janeiro, encontrei-me em Las Vegas com Edwin van der Kley, da Siltech, que me confidenciou: «José, descobri a técnica metalúrgica que aliada à microengenharia me permite construir cabos imunes às influências electromagnéticas ambientais, incluindo transformadores próximos, telefones celulares, computadores e todo o tipo de equipamentos electrónicos. Este é o primeiro cabo verdadeiramente silencioso do mundo: foi possível medir em laboratório -180dB! E é cinco vezes mais barato!...».
Tá bem, abelha!, pensei. Mas Edwin cumpriu a promessa e enviou-me amostras deste verdadeiro cabo da boa esperança.
Quanto mais «silencioso» for o cabo, mais baixo parece descer o patamar dinâmico de um sistema de som. Para um mesmo volume de som seleccionado, é possível obter um mais elevado «swing» dinâmico do programa musical (a diferença entre o som mais baixo e o mais alto em termos de volume), substituindo apenas os cabos por Siltech Classic. E isso tanto é verdade paras os «interconnects» como para os cabos de coluna. Como resultado, é possível ouvir detalhes que antes estavam mergulhados no tal caldo de distorção electromagnética e a diferença entre os vales profundos de silêncio e os picos é muito mais acentuada.
A «Marcha da Coroação», de Tchaikovsky, não versão SACD multicanal da Telarc, deixou-me todos os pêlos do corpo em estado de alerta e no final as gotículas de suor que me afloraram a testa eram concentrado de adrenalina pura. Você, caro leitor, não sabe o significado de dinâmica até ouvir este SACD a abrir! Se isto acontece com o meu sistema que antes estava interligado por aquele que é muito justamente considerado «o melhor cabo do mundo», refiro-me ao Nordost Valhala, calcule o que pode fazer pelo seu...
Claro que «barato» é um termo relativo no universo Siltech. Mas deixo essas «subtilezas» de interpretação para o distribuidor: Imacústica.