Quando se compra um sistema AV já se tem uma ideia razoável de como e onde se devem colocar as cinco (ou mais) colunas de som, de modo a obter o desejado efeito «surround»: uma de cada lado do televisor, uma ao centro em cima do dito e duas atrás do ouvinte fechando o círculo (e ainda mais uma ou duas, no caso das novas «extensões» ES e EX!).
Quanto ao subwoofer «pode ser colocado em qualquer ponto da sala», lê-se no manual. Ora é este «em qualquer ponto» que complica mais do que facilita a vida.
Os «subs» só reproduzem baixas frequências que são omnidireccionais, logo tornam difícil «localizar» de ouvido a fonte do som. Assim, em teoria, tanto podem ficar ali como acolá. Mas a tendência para fabricar colunas de som cada vez mais pequenas, obriga a subir a frequência de corte para compensar e a maior parte dos «subs» estão ainda activos nos registos que correspondem à voz humana. O nosso ouvido está por natureza «afinado» para a voz e detecta facilmente de onde vem aquele bum-bum. Logo, quanto mais baixa for a frequência de corte melhor, o que significa que idealmente as colunas principais têm que ter uma razoável resposta de graves à partida.
É nos cantos da sala que os «subwoofers» são mais eficazes, porque a proximidade de três superfícies reflectoras (duas paredes e chão) reforçam a sua acção telúrica, por vezes em demasia. Ora graves em excesso tornam o som confuso e pesado: nem só de explosões vive a banda sonora dos filmes. Os melhores «subs» são os que nos permitem regular o volume, a frequência de corte e a fase, mas a maior parte dos que se vendem em «pacotes» prontos a usar não permitem afinações, e as opções de colocação são limitadas pelo comprimento dos cabos fornecidos. Quanto à colocação dos «subs» independentes, a imaginação é o limite. Há até quem goste de se sentar em cima deles e sentir o formigueiro dos graves no «traseiro». Nos E.U.A., estão muito na moda os discos da Clark Synthesis Tactile Sound que se aparafusam às cadeiras para integrar o ouvinte fisicamente no processo musical em curso: a cadeira (e o esqueleto) estremecem em sintonia com a banda sonora. E há também quem os tenha montados debaixo do soalho da sala para fazer vibrar toda a casa...
Na minha opinião, para aplicações estritamente musicais, os «subs» estragam mais do que resolvem. A não ser que compre um «sub» a sério que custa tanto como um conjunto AV completo. Mas para «Cinema Em Casa» são imprescindíveis. Assim, já que não se pode viver sem eles, convém dominar meia dúzia de regras básicas para a sua correcta colocação.
Comece por retirar o sofá e colocá-lo exactamente no lugar onde se costuma sentar para ouvir música e ver filmes. Ligue o «subwoofer» ao leitor-DVD ou ao processador, desligue todas as outras colunas, injecte uma faixa de um DVD com bastante conteúdo de graves e ande pela sala à procura do ponto onde o som parece estar mais alto - é aí que o deve colocar. Normalmente é num canto, mas como o bom é inimigo do óptimo, experimente em alternativa colocá-lo ao longo de uma das paredes laterais segundo a seguinte fórmula: tire as medidas à sala, divida a largura e o comprimento por 2, 4 e 6; e depois por 3, 5 e 7, e desenhe quadrículas com duas cores diferentes: vermelho para os pares, azul para os ímpares. Se a localização do seu sofá cair na cor ímpar, coloque o «sub» numa cor par e vice-versa. Talvez não obtenha mais grave mas vai por certo obter melhor grave.
Agora já pode ligar o resto das colunas para afinar o sistema. Não se esqueça que o «sub» deve reforçar e não «sobrepôr-se» às outras colunas. Está lá para ajudar a manter o poder e não para tomar o poder. O subwoofer é como um cão grande que rosna: se lhe dá muita trela acaba por ter medo dele.
Já o ajuste da frequência de corte é como bater ovos com azeite e mostarda para fazer maionese: é preciso manter os elementos todos ligados. Muito baixa e o som fica anémico; muito alta e o «sub» mete-se onde não deve e os sopranos ficam com voz de tenor. Com colunas grandes comece nos 80Hz e vá descendo; com colunas pequenas comece nos 100Hz e suba ou desça uns pontos até obter o equilíbrio ideal. Atenção: muito cima dos 150Hz e torna-se fácil descobrir onde o escondeu.
Agora que tem o «sub» e as restantes colunas a colaborar em pleno para tornar mais excitante o som dos DVD, experimente alguns filmes com graves a sério, daqueles que fazem tremer as profundezas do ser: The Haunting, a Mansão, por exemplo, vai fazê-lo descer ao inferno, literalmente, da última oitava: 20Hz! O som deste filme, que pode alugar em qualquer videoclube, é absolutamente espantoso: desde o sussurro do vento soprando a chama trémula de uma vela ao estrondo de passos fantasmagóricos, portas que batem, escadas que rangem e coisas a partirem-se, tem de tudo para justificar o investimento no melhor «subwoofer» possível. E tem a bela Catherine Zheta-Jones que também nos faz tremer...Distribuidor: Videoacústica
Quanto ao subwoofer «pode ser colocado em qualquer ponto da sala», lê-se no manual. Ora é este «em qualquer ponto» que complica mais do que facilita a vida.
Os «subs» só reproduzem baixas frequências que são omnidireccionais, logo tornam difícil «localizar» de ouvido a fonte do som. Assim, em teoria, tanto podem ficar ali como acolá. Mas a tendência para fabricar colunas de som cada vez mais pequenas, obriga a subir a frequência de corte para compensar e a maior parte dos «subs» estão ainda activos nos registos que correspondem à voz humana. O nosso ouvido está por natureza «afinado» para a voz e detecta facilmente de onde vem aquele bum-bum. Logo, quanto mais baixa for a frequência de corte melhor, o que significa que idealmente as colunas principais têm que ter uma razoável resposta de graves à partida.
É nos cantos da sala que os «subwoofers» são mais eficazes, porque a proximidade de três superfícies reflectoras (duas paredes e chão) reforçam a sua acção telúrica, por vezes em demasia. Ora graves em excesso tornam o som confuso e pesado: nem só de explosões vive a banda sonora dos filmes. Os melhores «subs» são os que nos permitem regular o volume, a frequência de corte e a fase, mas a maior parte dos que se vendem em «pacotes» prontos a usar não permitem afinações, e as opções de colocação são limitadas pelo comprimento dos cabos fornecidos. Quanto à colocação dos «subs» independentes, a imaginação é o limite. Há até quem goste de se sentar em cima deles e sentir o formigueiro dos graves no «traseiro». Nos E.U.A., estão muito na moda os discos da Clark Synthesis Tactile Sound que se aparafusam às cadeiras para integrar o ouvinte fisicamente no processo musical em curso: a cadeira (e o esqueleto) estremecem em sintonia com a banda sonora. E há também quem os tenha montados debaixo do soalho da sala para fazer vibrar toda a casa...
Na minha opinião, para aplicações estritamente musicais, os «subs» estragam mais do que resolvem. A não ser que compre um «sub» a sério que custa tanto como um conjunto AV completo. Mas para «Cinema Em Casa» são imprescindíveis. Assim, já que não se pode viver sem eles, convém dominar meia dúzia de regras básicas para a sua correcta colocação.
Comece por retirar o sofá e colocá-lo exactamente no lugar onde se costuma sentar para ouvir música e ver filmes. Ligue o «subwoofer» ao leitor-DVD ou ao processador, desligue todas as outras colunas, injecte uma faixa de um DVD com bastante conteúdo de graves e ande pela sala à procura do ponto onde o som parece estar mais alto - é aí que o deve colocar. Normalmente é num canto, mas como o bom é inimigo do óptimo, experimente em alternativa colocá-lo ao longo de uma das paredes laterais segundo a seguinte fórmula: tire as medidas à sala, divida a largura e o comprimento por 2, 4 e 6; e depois por 3, 5 e 7, e desenhe quadrículas com duas cores diferentes: vermelho para os pares, azul para os ímpares. Se a localização do seu sofá cair na cor ímpar, coloque o «sub» numa cor par e vice-versa. Talvez não obtenha mais grave mas vai por certo obter melhor grave.
Agora já pode ligar o resto das colunas para afinar o sistema. Não se esqueça que o «sub» deve reforçar e não «sobrepôr-se» às outras colunas. Está lá para ajudar a manter o poder e não para tomar o poder. O subwoofer é como um cão grande que rosna: se lhe dá muita trela acaba por ter medo dele.
Já o ajuste da frequência de corte é como bater ovos com azeite e mostarda para fazer maionese: é preciso manter os elementos todos ligados. Muito baixa e o som fica anémico; muito alta e o «sub» mete-se onde não deve e os sopranos ficam com voz de tenor. Com colunas grandes comece nos 80Hz e vá descendo; com colunas pequenas comece nos 100Hz e suba ou desça uns pontos até obter o equilíbrio ideal. Atenção: muito cima dos 150Hz e torna-se fácil descobrir onde o escondeu.
Agora que tem o «sub» e as restantes colunas a colaborar em pleno para tornar mais excitante o som dos DVD, experimente alguns filmes com graves a sério, daqueles que fazem tremer as profundezas do ser: The Haunting, a Mansão, por exemplo, vai fazê-lo descer ao inferno, literalmente, da última oitava: 20Hz! O som deste filme, que pode alugar em qualquer videoclube, é absolutamente espantoso: desde o sussurro do vento soprando a chama trémula de uma vela ao estrondo de passos fantasmagóricos, portas que batem, escadas que rangem e coisas a partirem-se, tem de tudo para justificar o investimento no melhor «subwoofer» possível. E tem a bela Catherine Zheta-Jones que também nos faz tremer...Distribuidor: Videoacústica