As BW 800 Nautilus actuaram «ao vivo» no melhor palco do Audioshow 2004
Sem prejuízo de alterar as minhas opiniões sobre as diferentes salas que serão publicadas no Hificlube ao longo da semana, creio que esta edição do Audioshow fica marcada pela presença das BW 800 Nautilus, que actuam pela primeira vez em Portugal. O Alberto fez um bom trabalho. A sala é boa e tem dignidade para a função de receber a Mãe-Caracol, ilustre progenitora da Ínclita Geração. A iluminação está perfeita e convida à audição intimista. A decoração é sóbria e não distrai o ouvinte do essencial. O design dos novos Classé Delta adapta-se com uma luva às formas redondas do caracol e ainda bem que assim é, pois as necessidades de alimentação (4-amps por coluna) não se compadecem com excessivos contrastes estéticos.
Alberto, um excelente trabalho de montagem e demonstração
Do pouco tempo que ouvi, com quatro ou cinco faixas de géneros musicais diferentes, apraz-me registar que foi a minha melhor audição das tão belas belas quanto estranhas Nautilus. Das duas vezes anteriores, respectivamente em Paris e Milão, acolitadas por electrónica Jeff Rowland, nem de perto nem de longe atingiram este nível.
Nautilus/Classé Delta empatia visual e acústica
Permitam-me dar uma ou duas pistas para a vossa própria audição: o silêncio intersticial é fantasmagórico e a cauda de reverberação, o chamado «decay», chega a ser emocionante, em especial com música antiga e piano, desmentindo a ideia feita de que as fontes digitais não têm resolução de baixo nível. Quando o engenheiro de som coloca sobre o cenário acústico de abertura a voz «folk» de um solista alguns dBs acima, e ele parece surgir do nada no palco virtual entre as colunas, o «startling effect» provoca-nos um arrepio de prazer.
O público em transe no concerto das Nautilus
As 800 Nautilus têm total ausência de colorações de caixa. Por isso talvez soem a ouvidos habituados ao tradicional «caldo colorido» da madeira como frias. Mas esta limpeza asséptica está prenhe de musicalidade e os graves são profundos e articulados ainda que lhes falte «visceralidade telúrica».
Nota: No Domingo (18H) os graves tinham atingido o ponto-de-rebuçado: tensos, intensos e extensos.
Só há uma coisa que lhes aponto com muita mágoa minha: julguei ouvir um ligeiro «ringing» na gama média-alta típico dos altifalantes metálicos. Mas pode ter sido apenas um problema do registo original que as Nautilus se recusaram a esconder debaixo do tapete. Por outro lado, falta-lhes «escala». Quem já ouviu colunas de grande porte (ou até mesmo as BW 801 Nautilus) entende com facilidade o que quero dizer com isto.
Vou prosseguir as minhas audições mas para já a ArtAudio e o Alberto oferecem um dos melhores petiscos do Audioshow 2004: uma «caracolada» à maneira como só os Portugueses são capazes de fazer. Qual «escargots» qual quê?...
Nota: As páginas do Hificlube estão abertas às opiniões dos leitores sobre o Audioshow 2004
Sem prejuízo de alterar as minhas opiniões sobre as diferentes salas que serão publicadas no Hificlube ao longo da semana, creio que esta edição do Audioshow fica marcada pela presença das BW 800 Nautilus, que actuam pela primeira vez em Portugal. O Alberto fez um bom trabalho. A sala é boa e tem dignidade para a função de receber a Mãe-Caracol, ilustre progenitora da Ínclita Geração. A iluminação está perfeita e convida à audição intimista. A decoração é sóbria e não distrai o ouvinte do essencial. O design dos novos Classé Delta adapta-se com uma luva às formas redondas do caracol e ainda bem que assim é, pois as necessidades de alimentação (4-amps por coluna) não se compadecem com excessivos contrastes estéticos.
Alberto, um excelente trabalho de montagem e demonstração
Do pouco tempo que ouvi, com quatro ou cinco faixas de géneros musicais diferentes, apraz-me registar que foi a minha melhor audição das tão belas belas quanto estranhas Nautilus. Das duas vezes anteriores, respectivamente em Paris e Milão, acolitadas por electrónica Jeff Rowland, nem de perto nem de longe atingiram este nível.
Nautilus/Classé Delta empatia visual e acústica
Permitam-me dar uma ou duas pistas para a vossa própria audição: o silêncio intersticial é fantasmagórico e a cauda de reverberação, o chamado «decay», chega a ser emocionante, em especial com música antiga e piano, desmentindo a ideia feita de que as fontes digitais não têm resolução de baixo nível. Quando o engenheiro de som coloca sobre o cenário acústico de abertura a voz «folk» de um solista alguns dBs acima, e ele parece surgir do nada no palco virtual entre as colunas, o «startling effect» provoca-nos um arrepio de prazer.
O público em transe no concerto das Nautilus
As 800 Nautilus têm total ausência de colorações de caixa. Por isso talvez soem a ouvidos habituados ao tradicional «caldo colorido» da madeira como frias. Mas esta limpeza asséptica está prenhe de musicalidade e os graves são profundos e articulados ainda que lhes falte «visceralidade telúrica».
Nota: No Domingo (18H) os graves tinham atingido o ponto-de-rebuçado: tensos, intensos e extensos.
Só há uma coisa que lhes aponto com muita mágoa minha: julguei ouvir um ligeiro «ringing» na gama média-alta típico dos altifalantes metálicos. Mas pode ter sido apenas um problema do registo original que as Nautilus se recusaram a esconder debaixo do tapete. Por outro lado, falta-lhes «escala». Quem já ouviu colunas de grande porte (ou até mesmo as BW 801 Nautilus) entende com facilidade o que quero dizer com isto.
Vou prosseguir as minhas audições mas para já a ArtAudio e o Alberto oferecem um dos melhores petiscos do Audioshow 2004: uma «caracolada» à maneira como só os Portugueses são capazes de fazer. Qual «escargots» qual quê?...
Nota: As páginas do Hificlube estão abertas às opiniões dos leitores sobre o Audioshow 2004