A grandiosidade do evento impede qualquer veleidade de ver - e muito menos de ouvir - tudo, pelo que haverá lacunas óbvias: nuns casos porque já referi o produto em reportagens anteriores, que podem ser consultadas no Arquivo; noutros porque achei que não valiam o esforço; ou ainda porque não foi fisicamente possível lá chegar: há fabricantes espalhados pelos hotéis de toda a cidade.
A CES é um evento de contrastes - e não apenas dinâmicos: de um lado temos a tecnologia de ponta, do outro a ponta da tecnologia, ou seja: na feira, o último grito - é o termo - da electrónica japonesa e americana com dezenas de milhares de pessoas a chocar umas com as outras como formigas num carreiro; nos certames especializados, como o do Alexis Park, exibia-se aquilo a que vulgarmente chamamos highend; ou ainda o esoterismo tout court do The Show, que estava às moscas, apesar de oferecer almoço grátis com acompanhamento musical ao vivo!...
Com a velocidade de informação actual da internet, já quase todos os surfistas tiveram acesso às fotos dos artigos expostos no Alexis e no The Show. Portanto, a única novidade que vos posso dar é a minha visão/audição pessoal. O mesmo já não se pode dizer da feira, pelo que optei por publicar no DN Mais a reportagem do Convention Center e áreas limítrofes, que exigem credenciais para se ter acesso, e divagar durante semanas sobre o highend aqui no Hificlube, de forma a fidelizar os leitores, sem preocupação de organização especial, como quem desfolha uma revista para se distrair.
O Alexis e The Show estão a ser invadidos por fabricantes chineses e «free-lancers» com propostas fantasistas e utópicas em termos comerciais, que só sobrevivem à custa do «apadrinhamento» de alguns críticos ainda mais lunáticos do que eles na ânsia de dar nas vistas. As grandes marcas do highend ou fugiram para o Convention Center, seguindo o exemplo da Krell, ou mantêm-se no Alexis porque fizeram contrato por vários anos; ou ainda porque, como é o caso do distribuidor da Halcro/Wilson no hotel San Remo, precisam de espaço onde possam demonstrar com boas condições acústicas.
Comecemos pelos três grandes sistemas demonstrados no San Remo, todos eles a tocarem muito bem, todos eles exigindo meios financeiros e espaço ao alcance de apenas meia-dúzia de pessoas, mesmo nos EUA. E não creio que essa «meia-dúzia» fosse a «meia-dúzia» que os estava lá a ouvir, já incluindo os demonstradores e os críticos: cada vez mais o ultrahighend gira à volta do seu próprio umbigo.
EDGE/EPIPHANY
Edge NL Signature pré/amp+Epiphany Model 20/21
Já conhecia os Edge NL Signature One amp/prévio (US $31.000+15.500) do ano passado mas as colunas Epiphany Audio 20/21 (US $30.000) são novidade para mim. Um som totalmente desprovido de dureza ou agressividade com graves de uma profundidade absoluta. A melhor reprodução que já ouvi de um orgão de catedral. E é de uma catedral que vai precisar para as instalar.
VAC/VON SCHWEIKERT AUDIO
Von Schweikert VR11-XTC+VAC
As VR11-XTC tinham excepcional presença e corpo dos registos médios (som um pouco maior-do-que-a vida, típico da válvulas), com imagem sólida, tridimensional, de um realismo surpreendente: Dean Martin ao vivo em Las Vegas soou-me como uma ressurreição. Até se sentia o hálito a uísque!...
Pormenor das von Schweikert VR11-XTC
A von Schweikert contratou o engenheiro de som Chris Huston para alimentar as bestas com mastertapes através de uma consola Daking. Presentes na sala: eu, a minha esposa, e um casal idoso que tinha levado discos para passar lá a tarde entretido. Mas se a ideia era provar que a Von Schweikert sabe fazer colunas, conseguiram. Aprovado. Se é que eles precisam do meu selo de garantia.
HALCRO/WILSON
Sala da Halcro/Wilson no San Remo
Pelo menos 9 Halcro dm68 (não os contei todos, a sala estava à escuras) para um sistema «surround» (só áudio) fabuloso. Na DTS estavam 16xdm58!!
Mas foi um gravação particular ao vivo de um concerto de música clássica registada a 96/24 em estéreo num Nagra que me ofereceu o som mais transparente que já ouvi na vida. Aquela referência mítica de Harry Pearson de que é possível «ouvir» as dimensões da sala logo que se ligam os microfones não é uma fantasia, existe mesmo: um topógrafo não faria melhor...
E esta é a versão em negro do dm68 com base de madeira escura. Muito bonito e discreto.
A CES é um evento de contrastes - e não apenas dinâmicos: de um lado temos a tecnologia de ponta, do outro a ponta da tecnologia, ou seja: na feira, o último grito - é o termo - da electrónica japonesa e americana com dezenas de milhares de pessoas a chocar umas com as outras como formigas num carreiro; nos certames especializados, como o do Alexis Park, exibia-se aquilo a que vulgarmente chamamos highend; ou ainda o esoterismo tout court do The Show, que estava às moscas, apesar de oferecer almoço grátis com acompanhamento musical ao vivo!...
Com a velocidade de informação actual da internet, já quase todos os surfistas tiveram acesso às fotos dos artigos expostos no Alexis e no The Show. Portanto, a única novidade que vos posso dar é a minha visão/audição pessoal. O mesmo já não se pode dizer da feira, pelo que optei por publicar no DN Mais a reportagem do Convention Center e áreas limítrofes, que exigem credenciais para se ter acesso, e divagar durante semanas sobre o highend aqui no Hificlube, de forma a fidelizar os leitores, sem preocupação de organização especial, como quem desfolha uma revista para se distrair.
O Alexis e The Show estão a ser invadidos por fabricantes chineses e «free-lancers» com propostas fantasistas e utópicas em termos comerciais, que só sobrevivem à custa do «apadrinhamento» de alguns críticos ainda mais lunáticos do que eles na ânsia de dar nas vistas. As grandes marcas do highend ou fugiram para o Convention Center, seguindo o exemplo da Krell, ou mantêm-se no Alexis porque fizeram contrato por vários anos; ou ainda porque, como é o caso do distribuidor da Halcro/Wilson no hotel San Remo, precisam de espaço onde possam demonstrar com boas condições acústicas.
Comecemos pelos três grandes sistemas demonstrados no San Remo, todos eles a tocarem muito bem, todos eles exigindo meios financeiros e espaço ao alcance de apenas meia-dúzia de pessoas, mesmo nos EUA. E não creio que essa «meia-dúzia» fosse a «meia-dúzia» que os estava lá a ouvir, já incluindo os demonstradores e os críticos: cada vez mais o ultrahighend gira à volta do seu próprio umbigo.
EDGE/EPIPHANY
Edge NL Signature pré/amp+Epiphany Model 20/21
Já conhecia os Edge NL Signature One amp/prévio (US $31.000+15.500) do ano passado mas as colunas Epiphany Audio 20/21 (US $30.000) são novidade para mim. Um som totalmente desprovido de dureza ou agressividade com graves de uma profundidade absoluta. A melhor reprodução que já ouvi de um orgão de catedral. E é de uma catedral que vai precisar para as instalar.
VAC/VON SCHWEIKERT AUDIO
Von Schweikert VR11-XTC+VAC
As VR11-XTC tinham excepcional presença e corpo dos registos médios (som um pouco maior-do-que-a vida, típico da válvulas), com imagem sólida, tridimensional, de um realismo surpreendente: Dean Martin ao vivo em Las Vegas soou-me como uma ressurreição. Até se sentia o hálito a uísque!...
Pormenor das von Schweikert VR11-XTC
A von Schweikert contratou o engenheiro de som Chris Huston para alimentar as bestas com mastertapes através de uma consola Daking. Presentes na sala: eu, a minha esposa, e um casal idoso que tinha levado discos para passar lá a tarde entretido. Mas se a ideia era provar que a Von Schweikert sabe fazer colunas, conseguiram. Aprovado. Se é que eles precisam do meu selo de garantia.
HALCRO/WILSON
Sala da Halcro/Wilson no San Remo
Pelo menos 9 Halcro dm68 (não os contei todos, a sala estava à escuras) para um sistema «surround» (só áudio) fabuloso. Na DTS estavam 16xdm58!!
Mas foi um gravação particular ao vivo de um concerto de música clássica registada a 96/24 em estéreo num Nagra que me ofereceu o som mais transparente que já ouvi na vida. Aquela referência mítica de Harry Pearson de que é possível «ouvir» as dimensões da sala logo que se ligam os microfones não é uma fantasia, existe mesmo: um topógrafo não faria melhor...
E esta é a versão em negro do dm68 com base de madeira escura. Muito bonito e discreto.