Aqui para nós, a maior parte destas obras-primas do áudio-zen não passam de conversa fiada. A verdade é que são a única coisa que se pode montar na garagem sem dispor de dinheiro e tecnologia - eu sei porque já fiz o mesmo na minha juventude audiófila. Depois é só preciso ter muita fé.
Mas isto de um tipo ter de tirar um curso de ioga para poder apreciar o som de um amplificador a tríodos, com mézinhas e «pinchavelhos» a segurar os cabos ou colocadas em cima das colunas, e velas de incenso acesas para afastar os maus espíritos, é tudo uma treta. Aquilo ou toca bem ou não toca ponto final. E bastam 30 segundos para perceber isso. Ora, a maior parte das «chinesices» demonstradas no Alexis e no The Show não adiantam nem atrasam, antes pelo contrário.
O The Show parecia um templo budista com os chineses à porta a tentar aliciar os poucos passantes para uma sessão de música espiritual. Mas, como em tudo na vida, há excepções, e algumas marcas com nomes esquisitos tocavam surpreendentemente bem. Aqui estão dois casos. Mas não tanto que justifiquem os elogios hiperbólicos da crítica-zen. Os Americanos gostam de molhar as batatas fritas no «ketchup». E alguns (manifestamente menos a avaliar pelos poucos presentes no The Show) também gostam de molhar a música em distorção de 2ª harmónica. Eu fico enjoado em ambos os casos. Quem se arriscar a importar estas coisas, não se esqueça das velas de incenso...
Nota: Era um Show esotérico destes que queriam realizar em Portugal? Eu bem disse que nem era preciso um hotel, a pensão da coxa chegava para as encomendas. Get real!...