Há já alguns meses que não lhe escrevia, apesar de ler sempre os seus
artigos, tanto no site como no DNA.
Tendo ao longo dos últimos meses ouvido vários sistemas para fazer um
upgrade, o que sinto é uma grande desilusão ao ouvir sistemas que se poderão
integrar no 'mid-fi' ou mesmo no 'high-end'.
Por exemplo, partindo do meu sistema que é : pré NAD 116+ power 216+ B W
603 S2, com várias fontes (Marantz CD6000, DVD 8300, etc), apetece-me dizer
que a maior parte do que oiço nas lojas parece-me mais ou menos a mesma
coisa do que tenho em casa, mesmo indo para peças muito mais caras, salvo
algumas excepções.
Não gosto muito de Proac com Krell nem com os Prima Luna, nem de Sonus Faber
com os Prima Luna. Não acho significativamente melhor do que tenho em casa
(às vezes bem pior).
Não acho muito melhor o integrado Primare A30 com Kef (vários modelos), nem
o Musical Fidelity A300 ou A3Cr com várias colunas.
As diferenças estão lá, apesar de tudo, mas para mim não valem a diferença
de preço.
Podia dizer o mesmo de Triangle (Celius, etc) com Graf (vários) (aqui a
diferença já vale o preço!). E dizia o mesmo de várias outras combinações,
com todas as variáveis que entram nisto (Vincent, JM Lab, Chord, etc etc).
Se entrar mesmo no chamado high end, há sistemas de muitos $$$ que não
valem um décimo.
Martin Logan Clarity
Krell KAV400ix
Mas no meio de tanta desilusão, sim ,encontrei um grande som para os meus
ouvidos: Martin Logan Clarity + Krell KAV 400 ! Vale todos os tostões!
Transparente, rápido, detalhadíssimo, grande imagem estereofónica. Só aqui
ouvi a ilusão do ar que rodeia um intérprete no estúdio. Só aqui ouvi
timbres correctos. Só aqui senti a acústica da sala de concertos. E bom
grave numa sala média. Eclipsa tudo o resto que ouvi até preços bastante
mais altos. Melhor do que isto só com muitos mais $$$$. Já estava a pensar
que era surdo...ufa!
E elejo a NAD, Rotel e Vincent como as grandes campeãs de qualidade-preço.
Há cada vez mais mercantilismo no audio mas eu só confio nos meus ouvidos...
Fernando Magalhães
PS: Já passei o calvário do audio.
VIVA JVH
E é isso mesmo, viva, viva quanto mais não seja para continuar a iluminar-me o irregular caminho da audiofilia e a manter as suas crÍticas bem dispostas onde praticamente me teletransporta para todo o lado, obrigado pela boleia.
O que me leva a escrever-lhe, para além dos parabéns, de que nem precisa, e o voto de confiança, que de nada lhe serve, uma vez que é nitido o gosto com que serve sem ser servo a audiofilia empedernida Portuguesa, ora então seja, o que me leva a este contacto, dizia, era um pedido de ajuda, um empurrãoZITO. É que se tivesse algum conhecimento de causa com o equipamento de que lhe vou falar talvez me pudesse ajudar. E tempo, claro, tempo que também não deve ser de sobra...
Diapason Adamantes
O meu sistema de som é ambivalente com o HC cá da barraca por falta de espaço e não só. Então, esquecendo tudo o que ultrapassa o estéreo, tenho um par de Diapason Adamantes, alimentadas por um Perreaux 200P, pré-amplificadas pelo Tag AV32R DP e servidas pelo TAG CDT20R, e um Strata III em Hi-Level como se os seus baixos não fossem suficientes...
Bem sei que não é o reino da audiofilia, mas cá tem de ser assim. Ora o que se passa é que acho que o agudo me está a ser servido um pouco ríspido, ou pelo menos não tão adocicado e suave como já o ouvi em colunas idênticas, mas desta feita com amplificação valvular.
O que pergunto, se possivel, é se tem algum conhecimento de causa que me sirva de farol para a correcção de tal coisa e, já agora, para melhoramento de outras que talvez o meu ouvido empedernido nem quantificou ainda.
O passo para amplificação valvular suponho que esteja fora de lógica uma vez que o mesmo sistema é acompanhado por mais 5 colunas e respectivos amplificadores musculados e depois nas sessões cinematograficas cá em casa seria de esperar uma descompensação óbvia, digo eu...
Sem mais se me pudesse dizer algo que seja, ainda que pouco, fico agradecido, caso contrário agradecido à mesma pelo seu trabalho.
Bruno Marcos
HIFICLUBE responde:
Nota: Como o seu endereço de email parece estar desactivado e devolve todas as minhas mensagens, vou publicar aqui as suas questões e a minha resposta
Não sei a que versão das Adamantes se refere: I, II ou III. A última versão é um pouco «explícita» demais: muitas vezes confunde-se excesso de agudo com detalhe. Por outro lado, sendo muito eficientes, as Adamantes não se dão muito bem com estado sólido. O ideal seria, de facto, umas válvulazitas. Mas, felizmente para si, ao contrário dos graves, os agudos são passíveis de ser dominados por efeito de absorção. A sala como um todo, ou apenas a proximidade de paredes laterais duras, tecto baixo, ou chão de mármore são muito reflectivos, e isso poderá ter alguma coisa a ver com o resultado sonoro final.
Faça uma experiência: coloque uma vela acesa sobre a coluna (não, não é bruxaria que lhe proponho!), apague as luzes e com a ajuda de um espelho (e de um amigo para o movimentar ao longo das paredes laterais de um lado e do outro) procure ver o reflexo da vela no espelho a partir do seu ponto de escuta. Nesses dois pontos (parede lateral esquerda e direita), coloque um rectângulo de espuma de 30X30X10. Oiça a mesma faixa de um disco com bastante informação de agudos com e sem espuma colocada. Nota alguma diferença?
Direccionar a emissão do tweeter com um «canudo» em papelão é também uma forma de fazer o diagnóstico do reflexo das paredes, texto e chão. Veja neste link um produto curioso:
Em alternativa mais racional, peça o auxílio do fabricante das Diapason para alterar o crossover (valor da resistência em série ou um condensador em paralelo) de forma a «cortar» 1 a 1, 5 dB na saída do tweeter.
José Victor Henriques