O «ambiente» criado pela luminosidade de fim-de-tarde das válvulas também ajuda ao estado de espírito do ouvinte - o som das válvulas «vê-se»...
As tecnologias utilizadas são, tal como sucede com as colunas de som, tão variadas que, num teste comparativo publicado há uns anos na revista Stereophile, se afirmava: «se um destes amplificadores estiver certo, os outros só podem estar errados», a propósito das diferenças verificadas entre eles.
Há quem defenda as válvulas com unhas e dentes e quem ache que não passam de um anacronismo. Alguns fabricantes optaram já definitivamente por tecnologias digitais para os seus amplificadores (Denon, Myryad, Onkyo, Plinius, Sharp, Sonneteer, Sony, Tact, Teac, Yamaha. Todos apostaram no multicanal como única forma de sobreviver à crise do estéreo agravada pela má qualidade do som dos «downloads» em MP3. O multicanal tem a vantagem da versatilidade, tanto dá para vídeo como para música, e até marcas reconhecidas pela sua ortodoxia audiófila, como a Belcanto, Burmester, Krell, McIntosh, TAG, Theta para citar apenas alguns das dezenas de exemplos possíveis, há muito dedicaram o grosso da sua actividade ao AV, numa época em que o DVD é o formato de mais forte crescimento no mercado.
Quando amplificadores como os da canadiana Classé já oferecem mostradores do tipo «touch screen» e a tecnologia digital ICE, dos outrora ultraortodoxos Jeff Rowland, debita 300W a partir de um amplificador diminuto, sem dissipação de calor ou perda de energia, o Highend Show continua a regurgitar de modelos a válvulas e tríodos single-ended que debitam 15W «on a good day» ou «push-pulls» musculados (AirTight, Ayon, BAT, Edgar, Graaf, Hovland, Kora, KR Enterprises, LUA, Manley, Micrex, New Audio Frontiers, Octave, Unison, etc.).
Aquilo que é verdade para as colunas de som, também o é para os amplificadores: há os «físicos» e os «emotivos». Grosso modo podemos dizer que os a transístores têm mais pujança física e os a válvulas mais emoção, enquanto os «digitais» são clínicos, ou será «cínicos»? Fundamentalmente, eu acho que o «ambiente» criado pela luminosidade de fim-de-tarde das válvulas também ajuda ao estado de espírito do ouvinte - o som das válvulas «vê-se». Além de que ficam mais bonitos na fotografia. Já ouvi «válvulas» com mais pujança que «transístores», como os poderosos VTL Siegfried; e «transístores» emocionantes como os Yba. Ou até marcas cujos amplificadores têm a mesma qualidade de som independentemente da tecnologia utilizada como os Audio Research e os McIntosh. Há quem, pelo sim pelo não, opte pela hibridez como os delicados Vincent. Outros são puros-sangue como os Jadis (válvulas) e os Krell e os Musical Fidelity (transístores) - que são o que são, não pedem desculpa por isso e, nas suas respectivas áreas de actuação, não fazem prisioneiros. Atacam sempre com sucesso o objectivo: a reprodução musical. É a abordagem, a forma como o ataque é delineado, com a acutilância e rapidez do golpe de mão; ou com a filosofia humanista e as regras abrangentes da guerra clássica, que atraem diferentes ouvintes. Há quem goste de um pano encharcado na cara e quem prefira os paninhos quentes...
No HighEnd2004 havia centenas de modelos de todos os tipos e origens, cuja enumeração aqui seria fastidiosa e cujas marcas têm representação em Portugal, pelo que estão já disponíveis no nosso mercado. Das novidades a exigir a atenção urgente dos nossos importadores, chamou-me a atenção a sofisticação tecnológica dos Behold e Lindemann e a ambiguidade tonal dos T+A (válvulas que soam a transístores ou viceversa?).
Aos Alfi (foto), que nem sequer constavam no catálogo, só os vi não os ouvi. Mas ficam bonitos na fotografia, não ficam?...
As tecnologias utilizadas são, tal como sucede com as colunas de som, tão variadas que, num teste comparativo publicado há uns anos na revista Stereophile, se afirmava: «se um destes amplificadores estiver certo, os outros só podem estar errados», a propósito das diferenças verificadas entre eles.
Há quem defenda as válvulas com unhas e dentes e quem ache que não passam de um anacronismo. Alguns fabricantes optaram já definitivamente por tecnologias digitais para os seus amplificadores (Denon, Myryad, Onkyo, Plinius, Sharp, Sonneteer, Sony, Tact, Teac, Yamaha. Todos apostaram no multicanal como única forma de sobreviver à crise do estéreo agravada pela má qualidade do som dos «downloads» em MP3. O multicanal tem a vantagem da versatilidade, tanto dá para vídeo como para música, e até marcas reconhecidas pela sua ortodoxia audiófila, como a Belcanto, Burmester, Krell, McIntosh, TAG, Theta para citar apenas alguns das dezenas de exemplos possíveis, há muito dedicaram o grosso da sua actividade ao AV, numa época em que o DVD é o formato de mais forte crescimento no mercado.
Quando amplificadores como os da canadiana Classé já oferecem mostradores do tipo «touch screen» e a tecnologia digital ICE, dos outrora ultraortodoxos Jeff Rowland, debita 300W a partir de um amplificador diminuto, sem dissipação de calor ou perda de energia, o Highend Show continua a regurgitar de modelos a válvulas e tríodos single-ended que debitam 15W «on a good day» ou «push-pulls» musculados (AirTight, Ayon, BAT, Edgar, Graaf, Hovland, Kora, KR Enterprises, LUA, Manley, Micrex, New Audio Frontiers, Octave, Unison, etc.).
Aquilo que é verdade para as colunas de som, também o é para os amplificadores: há os «físicos» e os «emotivos». Grosso modo podemos dizer que os a transístores têm mais pujança física e os a válvulas mais emoção, enquanto os «digitais» são clínicos, ou será «cínicos»? Fundamentalmente, eu acho que o «ambiente» criado pela luminosidade de fim-de-tarde das válvulas também ajuda ao estado de espírito do ouvinte - o som das válvulas «vê-se». Além de que ficam mais bonitos na fotografia. Já ouvi «válvulas» com mais pujança que «transístores», como os poderosos VTL Siegfried; e «transístores» emocionantes como os Yba. Ou até marcas cujos amplificadores têm a mesma qualidade de som independentemente da tecnologia utilizada como os Audio Research e os McIntosh. Há quem, pelo sim pelo não, opte pela hibridez como os delicados Vincent. Outros são puros-sangue como os Jadis (válvulas) e os Krell e os Musical Fidelity (transístores) - que são o que são, não pedem desculpa por isso e, nas suas respectivas áreas de actuação, não fazem prisioneiros. Atacam sempre com sucesso o objectivo: a reprodução musical. É a abordagem, a forma como o ataque é delineado, com a acutilância e rapidez do golpe de mão; ou com a filosofia humanista e as regras abrangentes da guerra clássica, que atraem diferentes ouvintes. Há quem goste de um pano encharcado na cara e quem prefira os paninhos quentes...
No HighEnd2004 havia centenas de modelos de todos os tipos e origens, cuja enumeração aqui seria fastidiosa e cujas marcas têm representação em Portugal, pelo que estão já disponíveis no nosso mercado. Das novidades a exigir a atenção urgente dos nossos importadores, chamou-me a atenção a sofisticação tecnológica dos Behold e Lindemann e a ambiguidade tonal dos T+A (válvulas que soam a transístores ou viceversa?).
Aos Alfi (foto), que nem sequer constavam no catálogo, só os vi não os ouvi. Mas ficam bonitos na fotografia, não ficam?...