Eis o AV sem as «chatices» logísticas e as negociações territoriais no lar. Tal como os adolescentes em busca do «amor instantâneo», KIT não perde tempo com namoros: DVD sem dor num televisor perto de si - já!
«Instantâneo» pode até ter conotação negativa, seja sopa, pudim ou café. De facto, não há nada como a sopa-da-avó, o pudim de ovos conventual ou a bica bem tirada - o cinema não será pois excepção.
Se seguir as instruções de montagem (as fichas são todas diferentes, não há que enganar), o «KIT-tudo-em-um» da KEF fica pronto para ver DVD com som surround no tempo de se fazer um pudim flan de pacote. E a utilização no dia-a-dia é intuitiva até para uma criança: et pour cause, o som dos jogos de computador em surround virtual ganha outra dimensão.
O design adapta-se aos apartamentos modernos onde o espaço hoje não abunda para instalar sistemas AV com mais colunas que panelas há na kitchnet e manuais que parecem ter sido escritos por Tolstoi em russo e igualmente incompreensíveis.
Chegar a casa cansado, descalçar os sapatos, atirar-se para cima da cama ou do sofá, e ter música e cinema ao alcance de um dedo, com ilusão q.b. de som surround, sem o inevitável «cerco de caixotes» e aquele spaghetti de fios que transformam a sala - e a vida familiar - num inferno, eis o sonho dos que não têm como projecto de vida tirar um curso superior em audiofilia ou videofilia avançada.
Os ingredientes
O centro de controle de forma elíptica é ao mesmo tempo leitor-DVD/CD (R-RW-MP3, etc), processador (Dolby Digital, Pro Logic II e DTS) e amplificador multicanal. O painel frontal espelhado está dividido em duas partes, sendo a da direita a gaveta secreta do leitor-CD/DVD (algo que só vai descobrir quando carregar no botão Open).
O subwoofer com amplificador dedicado de 60W não é o habitual caixote mastronço, preto e feio; é cor de prata, tem o rosto espelhado (elas gostam!) e parece-se com um computador (até nas ligações). Pode escondê-lo mas não exagere: deixe espaço para o altifalante (colocado lateralmente) poder respirar; ou coloque-o de lado com o altifalante apontado para si para maior impacto dos graves. É ele a raiz que fornece a seiva a todo o sistema.
A central «lê» e processa o sinal dos DVD e CD utilizando os algoritmos da Dolby e reenvia-o depois para o «sub» para ser submetido ao crivo do filtro divisor: fica com os graves e parte dos médio-graves para si e deixa passar os médios e agudos para os satélites (fase e frequência de corte fixos). Mas desde que tenha tudo bem ligado não precisa de se preocupar com estas picuinhices técnicas: coloque o disco na gaveta, carregue em Play e regule o volume. C'est tout, deixe o resto para o «KIT».
Os satélites (colunas) «espaciais» são a vedeta da companhia: o altifalante principal é um Uni-Q de 10 cm com um tweeter concêntrico de 14 mm «cravado na garganta». Debaixo da capa está o segredo: os painéis laterais decorados com tecido negro escondem unidades activas com tecnologia NXT (já foi aqui explicada várias vezes) que teoricamente substituem a coluna central e as duas traseiras em falta.
No dia-a-dia
A imagem com ligação SCART (RGB) é aceitável (algo soft). Com a ligação por componentes (progressive scan), o salto qualitativo é bem visível: cores vibrantes, nítidas e estáveis. Se tiver um televisor compatível escolha sempre esta ligação, esqueça as outras. Senti alguma falta de poder e autoridade no som dos CD em estéreo (estou habituado a ter muitos watts disponíveis): no áudio (só no áudio) sou partidário da ditadura. Ora a vocação do KIT é «democrática»: agradar ao dono sem incomodar os vizinhos. Com DVD no modo Movie, os painéis NXT entram em acção: o «palco» alarga-se e torna-se mais envolvente. Sugiro a configuração definitiva do KIT no modo All Purpose que lhe permite ouvir CD em Pro Logic II e DVD em Dolby Digital ou DTS Surround sem se preocupar mais. O modo Matrix só interessa para tornar o som monofónico dos filmes antigos mais envolvente.
Dois=cinco?
Se duas colunas fizessem o trabalho de cinco, a concorrência estaria toda em maus lençóis. Idem a própria KEF, pois tem conjuntos AV de 5+1 colunas para vender: os deliciosos «ovos» da linha KHT, as revolucionárias KHT9000 (com carvão activado!) ou ainda as notáveis Reference. O KIT 100 utiliza um algoritmo adaptado do concebido pela Dolby para obter som surround com auscultadores estéreo. Com os «satélites» estrategicamente apontados para o ouvinte, os painéis laterais NXT reproduzem sons fora-de-fase que se reflectem nas paredes laterais e depois na parede traseira (pense numa mesa de bilhar), dando a assim sensação que têm origem em colunas virtuais atrás de si (faça a experiência com o disco-teste). Na pior situação vai ouvir pelo menos o reflexo lateral que «alarga» espectacularmente o palco cinemático, o que já não é nada mau com apenas duas colunas. Tudo depende da sua colocação na sala. Neste caso, paredes nuas e equidistantes e o ouvinte sentado no centro da sala dão melhores resultados.
O modelo que experimentei era um «protótipo» de demonstração, mas Johan Coorg (KEF) garantiu-me em Munique que o software de «recriação» do efeito «phantom» central e «espacial» traseiro dos modelos de produção (que estarão em breve à venda em Portugal) já foi melhorado, além de incluir um Menu em Português. Experimente você mesmo: é tão giro ter um KIT.
O alvo não são os puristas, são todos os que (elas em especial) querem ter «DVD sem dor». A KEF satisfaz esse desejo por apenas 1512 euros.
Distribuidor: Videoacústica, telef. 214241770
«Instantâneo» pode até ter conotação negativa, seja sopa, pudim ou café. De facto, não há nada como a sopa-da-avó, o pudim de ovos conventual ou a bica bem tirada - o cinema não será pois excepção.
Se seguir as instruções de montagem (as fichas são todas diferentes, não há que enganar), o «KIT-tudo-em-um» da KEF fica pronto para ver DVD com som surround no tempo de se fazer um pudim flan de pacote. E a utilização no dia-a-dia é intuitiva até para uma criança: et pour cause, o som dos jogos de computador em surround virtual ganha outra dimensão.
O design adapta-se aos apartamentos modernos onde o espaço hoje não abunda para instalar sistemas AV com mais colunas que panelas há na kitchnet e manuais que parecem ter sido escritos por Tolstoi em russo e igualmente incompreensíveis.
Chegar a casa cansado, descalçar os sapatos, atirar-se para cima da cama ou do sofá, e ter música e cinema ao alcance de um dedo, com ilusão q.b. de som surround, sem o inevitável «cerco de caixotes» e aquele spaghetti de fios que transformam a sala - e a vida familiar - num inferno, eis o sonho dos que não têm como projecto de vida tirar um curso superior em audiofilia ou videofilia avançada.
Os ingredientes
O centro de controle de forma elíptica é ao mesmo tempo leitor-DVD/CD (R-RW-MP3, etc), processador (Dolby Digital, Pro Logic II e DTS) e amplificador multicanal. O painel frontal espelhado está dividido em duas partes, sendo a da direita a gaveta secreta do leitor-CD/DVD (algo que só vai descobrir quando carregar no botão Open).
O subwoofer com amplificador dedicado de 60W não é o habitual caixote mastronço, preto e feio; é cor de prata, tem o rosto espelhado (elas gostam!) e parece-se com um computador (até nas ligações). Pode escondê-lo mas não exagere: deixe espaço para o altifalante (colocado lateralmente) poder respirar; ou coloque-o de lado com o altifalante apontado para si para maior impacto dos graves. É ele a raiz que fornece a seiva a todo o sistema.
A central «lê» e processa o sinal dos DVD e CD utilizando os algoritmos da Dolby e reenvia-o depois para o «sub» para ser submetido ao crivo do filtro divisor: fica com os graves e parte dos médio-graves para si e deixa passar os médios e agudos para os satélites (fase e frequência de corte fixos). Mas desde que tenha tudo bem ligado não precisa de se preocupar com estas picuinhices técnicas: coloque o disco na gaveta, carregue em Play e regule o volume. C'est tout, deixe o resto para o «KIT».
Os satélites (colunas) «espaciais» são a vedeta da companhia: o altifalante principal é um Uni-Q de 10 cm com um tweeter concêntrico de 14 mm «cravado na garganta». Debaixo da capa está o segredo: os painéis laterais decorados com tecido negro escondem unidades activas com tecnologia NXT (já foi aqui explicada várias vezes) que teoricamente substituem a coluna central e as duas traseiras em falta.
No dia-a-dia
A imagem com ligação SCART (RGB) é aceitável (algo soft). Com a ligação por componentes (progressive scan), o salto qualitativo é bem visível: cores vibrantes, nítidas e estáveis. Se tiver um televisor compatível escolha sempre esta ligação, esqueça as outras. Senti alguma falta de poder e autoridade no som dos CD em estéreo (estou habituado a ter muitos watts disponíveis): no áudio (só no áudio) sou partidário da ditadura. Ora a vocação do KIT é «democrática»: agradar ao dono sem incomodar os vizinhos. Com DVD no modo Movie, os painéis NXT entram em acção: o «palco» alarga-se e torna-se mais envolvente. Sugiro a configuração definitiva do KIT no modo All Purpose que lhe permite ouvir CD em Pro Logic II e DVD em Dolby Digital ou DTS Surround sem se preocupar mais. O modo Matrix só interessa para tornar o som monofónico dos filmes antigos mais envolvente.
Dois=cinco?
Se duas colunas fizessem o trabalho de cinco, a concorrência estaria toda em maus lençóis. Idem a própria KEF, pois tem conjuntos AV de 5+1 colunas para vender: os deliciosos «ovos» da linha KHT, as revolucionárias KHT9000 (com carvão activado!) ou ainda as notáveis Reference. O KIT 100 utiliza um algoritmo adaptado do concebido pela Dolby para obter som surround com auscultadores estéreo. Com os «satélites» estrategicamente apontados para o ouvinte, os painéis laterais NXT reproduzem sons fora-de-fase que se reflectem nas paredes laterais e depois na parede traseira (pense numa mesa de bilhar), dando a assim sensação que têm origem em colunas virtuais atrás de si (faça a experiência com o disco-teste). Na pior situação vai ouvir pelo menos o reflexo lateral que «alarga» espectacularmente o palco cinemático, o que já não é nada mau com apenas duas colunas. Tudo depende da sua colocação na sala. Neste caso, paredes nuas e equidistantes e o ouvinte sentado no centro da sala dão melhores resultados.
O modelo que experimentei era um «protótipo» de demonstração, mas Johan Coorg (KEF) garantiu-me em Munique que o software de «recriação» do efeito «phantom» central e «espacial» traseiro dos modelos de produção (que estarão em breve à venda em Portugal) já foi melhorado, além de incluir um Menu em Português. Experimente você mesmo: é tão giro ter um KIT.
O alvo não são os puristas, são todos os que (elas em especial) querem ter «DVD sem dor». A KEF satisfaz esse desejo por apenas 1512 euros.
Distribuidor: Videoacústica, telef. 214241770