MÁRIO GONÇALVES
Cá estamos nós, em mais um ano de passerelle audiófila nacional, com uma vantagem em relação a anos anteriores: os dois canais parecem ter tomado uma ligeira dianteira. Devem ser os efeitos da crise, já que o nicho de mercado destes produtos começa a estar a um nível que normalmente não sente tanto as ondas de choque económicas.
Apesar de as opiniões sobre sistemas de som dependerem de muitas variáveis, e o meu gosto continuar a ser refinado com a experiência nestas andanças, creio valer sempre a pena omitirmos uma opinião, por mais contrária que ela vá ao mainstream. Somos todos “cabeças pensantes” por isso, não precisamos de usar a dos outros. Afinal, os sistemas passam e o que fica é a MÚSICA, e é por gostar, acima de tudo, de música que me dou a participar no forum. Passemos então ao gosto, não gosto.
O óbvio:
Uma experiência que raras vezes se repete.
Dizer que Van Gogh é um grande pintor é uma redundância e nada acrescenta ao que milhares de pessoas, críticos e informados já disseram, goste-se ou não dos quadros. Por isso entrar na sala principal da Imacústica e ouvir o sistema Krell + Wilson foi, não só uma oportunidade de ouvir a música, mas também ter prazer em ouvi-la e vivenciar uma experiência que raras vezes se repete.
Uma vez por outra a sala não ajudava muito, mas já desde o tempo em que ouvi pela primeira vez umas Watt/Puppies que não me sentia assim.
Ao lado tínhamos as BW e os Classé, que no ano passado tinham soado muitíssimo bem e este ano continuaram. Um ambiente mais intimista (a música que vinha do sistema, quero eu dizer) apesar do amplo espaço. Convidava ao aconchego...
Gostei:
Há prazer em ouvir música assim.
Da sala da Delmax, com os Prima Luna, as Sonus Faber, o Audio Research e o famoso prato Rui Borges. Por vezes há faixas que não favorecem os sistemas, e o vinilo que ouvi não me parece ter estado suficientemente à altura do que o sistema merecia. Já a fonte de CD mostrou que há prazer em ouvir música assim.
Espanta-me o silêncio ensurdecedor nestas páginas por parte dos leitores.Da JGAudio, onde ouvi o melhor som de vinilo do Audio Show, conheço os modelos de menor potência que me transmitem, ainda assim, mais calor. Sendo, para mais, um construtor português, merece da nossa parte toda a atenção e que nos dispamos de preconceitos. Podemos dizer que, este sim, não é óbvio, tal como os novos pintores que vão aparecendo e onde ninguém arrisca em afirmar o que quer que seja acerca deles. Espanta-me o silêncio ensurdecedor nestas páginas por parte dos leitores.
Da Ajasom com o Reimyo + Nagra + Vivid Audio. Foi o sistema que mais se aproximou do que ouvi no primeiro piso, onde pontificavam as estrelas do Show. E tinha a ambiência. Não tenho opinião particular sobre as colunas. Já no ano passado achei este sistema muito bom por isso, provavelmente, basta-lhes cumprir a sua obrigação.
A ver:
O sistema na sala Quadros e Ventura. As colunas pareceram-me interessantes (para monitoras). No conjunto, agradável e comparativamente bem melhor que outras coisas que por lá se ouviam.
Não Gostei:
As emoções não conseguiam levantar voo...
Da Ajasom com o sistema AYRE, dCS e Wilson Benesch. O som estava baixo e, talvez por isso, sentia-se que as emoções não conseguiam levantar voo...
Audiovector/Gamut: acho que não acrescentam nada de novo. O som parece-me frio, mas talvez seja o problema de eu gostar de válvulas...
Amphion + Bel Canto: há 2 anos estas colunas encantaram-me. Não havendo razões (racionais ou esotéricas) para que tenham perdido essa capacidade, só posso colocar as culpas nos Bel Canto, que afinal não cantam de forma tão bela quanto isso.
Tannoy + McIntosh: já ouvi esta combinação várias vezes e nunca gostei particularmente dela. Esta não foi excepção, apesar das Westminster terem sido, ainda assim, o modelo das Tannoy que mais me reconciliaram com o sistema. Bem gostaria de ouvir os McIntosh com outra configuração...
Linn na sala da Transom: no comments!
Saudações audiófilas (e musicais)
Mário Gonçalves
........................................../......................./.........................................................................................
ROGÉRIO NEIVA
O Audioshow deste ano pareceu-me que tinha menos expositores. Podemos dizer que não eram todos os que estavam, mas estavam todos os que eram, pelo menos para a nossa dimensão. Senti a falta de uma ou duas lojas que vendiam CDs e DVD de muita qualidade onde eu gastava sempre umas coroas mas enfim.
Já sei que o nome é Audioshow mas os fabricantes de TVs e projectores de LCD/Plasma/DLP podiam ter aproveitado a ocasião para mostrar realmente os seus produtos sem ser nas horrorosas condições dos supermercados onde, às más condições, se soma, e não é pouco, a ignorância e o desinteresse dos empregados pretensamente especialistas. Como aparte conto a história a que assisti no outro dia numa grande superficie. Um cliente queria comprar umas colunas e foi acompanhado da mulher. A primeira pergunta foi “qual é a côr que gostas mais ?”. Mas o horror não acaba aqui. O empregado/especialista explicava ao pobre incauto que as colunas tinham quatro bornes porque permitiam regular a tonalidade da seguinte forma: se o cliente gostasse dum som mais agudo, então punha as duas terminações do amplificador nos dois bornes de cima; se gostasse de um som mais balanceado, punha um em cima e outro em baixo; se gostasse do som mais grave, punha os dois em baixo. Eu não dava crédito ao que ouvia mas o desgraçado lá comprou com a côr que a mulher quis. Nem as ouviu. É tudo uma questão de fé. Isso e ver, como eu vi no Audioshow do ano passado, um DVD com saída progressiva e DCDi ligado a um plasma HD através de vídeo composto. E isto na sala do fabricante. Estes fabricantes tinham tido a oportunidade de mostrar realmente o que é que o produto deles vale e perderam a oportunidade. Mas isto é o Audioshow e não o Videoshow. Adiante.
Adorei.
Sei que pode parecer blasfémia quando tínhamos presentes umas Alexandria com Krell e que soavam fabulosamente ou uma BW com Classé, mas onde eu ouvi maior dimensão, localização no espaço, nitidez, foi no stand da Ajasom com a combinação Nagra + Vivid Audio. Adorei. Do preço já é outro cantar.
Realmente uma pessoa cai no feitiço das electroestáticas
No stand da Imacústica soavam de maravilha umas Martin Logan (eu tenho umas e sou por isso suspeito). Realmente uma pessoa cai no feitiço das electroestáticas da mesma maneira que os marinheiros caíam no feitiço do canto das sereias. Já não há volta atrás.
Na Delmax, o Rui conseguiu, numa sala pequena e sem as condições das salas da Ajasom ou da Imacústica, um magnífico som com os Prima Luna e as Sonus Faber.
Esta, chamemos-lhe crónica, já vai larga de forma que me despeço.
Rogerio Neiva
...................................../...................../................................................................................................
ELÍSIO FRESCO
Lá fiz a minha peregrinação ao último AudioShow no passado Sábado, a visita ficou-se essencialmente pelas novidades por mim aguardadas. Uma nota positiva é a evolução do AudioShow com uma tendência para o retorno às origens, ie: sistemas de 2 canais. Em minha opinião, é o “culto dos 2 canais ” que continua a cimentar os Shows, pois o resto não tem “doença” suficiente para um crescimento sustentado.O Car Áudio talvez seja um exemplo.
Sistemas Recomendados
O melhor som
1º Imacustica - Wilson Áudio+Krell Evolution , o melhor som. Mas o timoneiro conseguiu afastar alguns desinformados logo nos primeiros minutos, isto de iniciar “demos” com Offenbach e esses (desinformados) nunca terem ouvido essa gravação no seu sistema (só se tiverem um igual!!!) poderá levar a juízos errados… Para a próxima e para a abertura DJ Vibe…
2ºAjasom - Vivid Áudio / Nagra , já lí e concordo com a atribuição de som laid-back mas pensei na altura que era culpa dos Nagra. Agora que as colunas são uma referência são, e pelo preço desafiam benchmarks instaurados há muitos e muitos anos (e quero referir-me directamente às Watt/Pupies VII).
3º JM Áudio - Amphion/Belcanto , Só me pergunto porque sempre lhes atribuí um excelente som e com várias amplificações.... Aquilo são colunas a sério….
Sistema Surpresa
Ajasom - Wilson Benesch Discovery/Ayre , estava a tocar muito e muito bem.
Sistemas “Baralhados”
1º JG Áudio - Não sei como alguém aguentava aquilo, pois parecia que o sistema tinha tomado um XanOOOOx…
2º Absolute Sound - Tannoy / Mac´s , para que é que lhe colocaram o ST-200 (afinado e posicionado daquela maneira) estava a atrapalhar mais do que ajudava… Uma faltinha de integração de levantar os cabelos… e matar uma coluna coerente e que de falta de integração não tem nada.
Omissos
Estes foram aqueles sistemas ou produtos que nem os ouvi nem vi (e que gostaria) por falta de paciência e/ou esquecimento: Audiovector/Gamut e Colunas Usher.
Elísio Fresco
Cá estamos nós, em mais um ano de passerelle audiófila nacional, com uma vantagem em relação a anos anteriores: os dois canais parecem ter tomado uma ligeira dianteira. Devem ser os efeitos da crise, já que o nicho de mercado destes produtos começa a estar a um nível que normalmente não sente tanto as ondas de choque económicas.
Apesar de as opiniões sobre sistemas de som dependerem de muitas variáveis, e o meu gosto continuar a ser refinado com a experiência nestas andanças, creio valer sempre a pena omitirmos uma opinião, por mais contrária que ela vá ao mainstream. Somos todos “cabeças pensantes” por isso, não precisamos de usar a dos outros. Afinal, os sistemas passam e o que fica é a MÚSICA, e é por gostar, acima de tudo, de música que me dou a participar no forum. Passemos então ao gosto, não gosto.
O óbvio:
Uma experiência que raras vezes se repete.
Dizer que Van Gogh é um grande pintor é uma redundância e nada acrescenta ao que milhares de pessoas, críticos e informados já disseram, goste-se ou não dos quadros. Por isso entrar na sala principal da Imacústica e ouvir o sistema Krell + Wilson foi, não só uma oportunidade de ouvir a música, mas também ter prazer em ouvi-la e vivenciar uma experiência que raras vezes se repete.
Uma vez por outra a sala não ajudava muito, mas já desde o tempo em que ouvi pela primeira vez umas Watt/Puppies que não me sentia assim.
Ao lado tínhamos as BW e os Classé, que no ano passado tinham soado muitíssimo bem e este ano continuaram. Um ambiente mais intimista (a música que vinha do sistema, quero eu dizer) apesar do amplo espaço. Convidava ao aconchego...
Gostei:
Há prazer em ouvir música assim.
Da sala da Delmax, com os Prima Luna, as Sonus Faber, o Audio Research e o famoso prato Rui Borges. Por vezes há faixas que não favorecem os sistemas, e o vinilo que ouvi não me parece ter estado suficientemente à altura do que o sistema merecia. Já a fonte de CD mostrou que há prazer em ouvir música assim.
Espanta-me o silêncio ensurdecedor nestas páginas por parte dos leitores.Da JGAudio, onde ouvi o melhor som de vinilo do Audio Show, conheço os modelos de menor potência que me transmitem, ainda assim, mais calor. Sendo, para mais, um construtor português, merece da nossa parte toda a atenção e que nos dispamos de preconceitos. Podemos dizer que, este sim, não é óbvio, tal como os novos pintores que vão aparecendo e onde ninguém arrisca em afirmar o que quer que seja acerca deles. Espanta-me o silêncio ensurdecedor nestas páginas por parte dos leitores.
Da Ajasom com o Reimyo + Nagra + Vivid Audio. Foi o sistema que mais se aproximou do que ouvi no primeiro piso, onde pontificavam as estrelas do Show. E tinha a ambiência. Não tenho opinião particular sobre as colunas. Já no ano passado achei este sistema muito bom por isso, provavelmente, basta-lhes cumprir a sua obrigação.
A ver:
O sistema na sala Quadros e Ventura. As colunas pareceram-me interessantes (para monitoras). No conjunto, agradável e comparativamente bem melhor que outras coisas que por lá se ouviam.
Não Gostei:
As emoções não conseguiam levantar voo...
Da Ajasom com o sistema AYRE, dCS e Wilson Benesch. O som estava baixo e, talvez por isso, sentia-se que as emoções não conseguiam levantar voo...
Audiovector/Gamut: acho que não acrescentam nada de novo. O som parece-me frio, mas talvez seja o problema de eu gostar de válvulas...
Amphion + Bel Canto: há 2 anos estas colunas encantaram-me. Não havendo razões (racionais ou esotéricas) para que tenham perdido essa capacidade, só posso colocar as culpas nos Bel Canto, que afinal não cantam de forma tão bela quanto isso.
Tannoy + McIntosh: já ouvi esta combinação várias vezes e nunca gostei particularmente dela. Esta não foi excepção, apesar das Westminster terem sido, ainda assim, o modelo das Tannoy que mais me reconciliaram com o sistema. Bem gostaria de ouvir os McIntosh com outra configuração...
Linn na sala da Transom: no comments!
Saudações audiófilas (e musicais)
Mário Gonçalves
........................................../......................./.........................................................................................
ROGÉRIO NEIVA
O Audioshow deste ano pareceu-me que tinha menos expositores. Podemos dizer que não eram todos os que estavam, mas estavam todos os que eram, pelo menos para a nossa dimensão. Senti a falta de uma ou duas lojas que vendiam CDs e DVD de muita qualidade onde eu gastava sempre umas coroas mas enfim.
Já sei que o nome é Audioshow mas os fabricantes de TVs e projectores de LCD/Plasma/DLP podiam ter aproveitado a ocasião para mostrar realmente os seus produtos sem ser nas horrorosas condições dos supermercados onde, às más condições, se soma, e não é pouco, a ignorância e o desinteresse dos empregados pretensamente especialistas. Como aparte conto a história a que assisti no outro dia numa grande superficie. Um cliente queria comprar umas colunas e foi acompanhado da mulher. A primeira pergunta foi “qual é a côr que gostas mais ?”. Mas o horror não acaba aqui. O empregado/especialista explicava ao pobre incauto que as colunas tinham quatro bornes porque permitiam regular a tonalidade da seguinte forma: se o cliente gostasse dum som mais agudo, então punha as duas terminações do amplificador nos dois bornes de cima; se gostasse de um som mais balanceado, punha um em cima e outro em baixo; se gostasse do som mais grave, punha os dois em baixo. Eu não dava crédito ao que ouvia mas o desgraçado lá comprou com a côr que a mulher quis. Nem as ouviu. É tudo uma questão de fé. Isso e ver, como eu vi no Audioshow do ano passado, um DVD com saída progressiva e DCDi ligado a um plasma HD através de vídeo composto. E isto na sala do fabricante. Estes fabricantes tinham tido a oportunidade de mostrar realmente o que é que o produto deles vale e perderam a oportunidade. Mas isto é o Audioshow e não o Videoshow. Adiante.
Adorei.
Sei que pode parecer blasfémia quando tínhamos presentes umas Alexandria com Krell e que soavam fabulosamente ou uma BW com Classé, mas onde eu ouvi maior dimensão, localização no espaço, nitidez, foi no stand da Ajasom com a combinação Nagra + Vivid Audio. Adorei. Do preço já é outro cantar.
Realmente uma pessoa cai no feitiço das electroestáticas
No stand da Imacústica soavam de maravilha umas Martin Logan (eu tenho umas e sou por isso suspeito). Realmente uma pessoa cai no feitiço das electroestáticas da mesma maneira que os marinheiros caíam no feitiço do canto das sereias. Já não há volta atrás.
Na Delmax, o Rui conseguiu, numa sala pequena e sem as condições das salas da Ajasom ou da Imacústica, um magnífico som com os Prima Luna e as Sonus Faber.
Esta, chamemos-lhe crónica, já vai larga de forma que me despeço.
Rogerio Neiva
...................................../...................../................................................................................................
ELÍSIO FRESCO
Lá fiz a minha peregrinação ao último AudioShow no passado Sábado, a visita ficou-se essencialmente pelas novidades por mim aguardadas. Uma nota positiva é a evolução do AudioShow com uma tendência para o retorno às origens, ie: sistemas de 2 canais. Em minha opinião, é o “culto dos 2 canais ” que continua a cimentar os Shows, pois o resto não tem “doença” suficiente para um crescimento sustentado.O Car Áudio talvez seja um exemplo.
Sistemas Recomendados
O melhor som
1º Imacustica - Wilson Áudio+Krell Evolution , o melhor som. Mas o timoneiro conseguiu afastar alguns desinformados logo nos primeiros minutos, isto de iniciar “demos” com Offenbach e esses (desinformados) nunca terem ouvido essa gravação no seu sistema (só se tiverem um igual!!!) poderá levar a juízos errados… Para a próxima e para a abertura DJ Vibe…
2ºAjasom - Vivid Áudio / Nagra , já lí e concordo com a atribuição de som laid-back mas pensei na altura que era culpa dos Nagra. Agora que as colunas são uma referência são, e pelo preço desafiam benchmarks instaurados há muitos e muitos anos (e quero referir-me directamente às Watt/Pupies VII).
3º JM Áudio - Amphion/Belcanto , Só me pergunto porque sempre lhes atribuí um excelente som e com várias amplificações.... Aquilo são colunas a sério….
Sistema Surpresa
Ajasom - Wilson Benesch Discovery/Ayre , estava a tocar muito e muito bem.
Sistemas “Baralhados”
1º JG Áudio - Não sei como alguém aguentava aquilo, pois parecia que o sistema tinha tomado um XanOOOOx…
2º Absolute Sound - Tannoy / Mac´s , para que é que lhe colocaram o ST-200 (afinado e posicionado daquela maneira) estava a atrapalhar mais do que ajudava… Uma faltinha de integração de levantar os cabelos… e matar uma coluna coerente e que de falta de integração não tem nada.
Omissos
Estes foram aqueles sistemas ou produtos que nem os ouvi nem vi (e que gostaria) por falta de paciência e/ou esquecimento: Audiovector/Gamut e Colunas Usher.
Cumprimentos
Elísio Fresco