MARCOS CAETANO
Viva caro JVH, mais uma participação do forumhifi, é com prazer que lhe
escrevo, um bem haja para a sua forma de estar na vida e na audiofilia em
particular.
Ano após ano, e apesar dos ensurdecedores murmúrios do Rei ir cada vez mais
despido, o que é certo é que tal como eu muitos fizeram centenas de
quilómetros e muitos mais que todos esses outros da distância de um assobio
ou da distância de uns trocos de combustível, contas feitas o passe já está
pago para tantos que a nós se juntaram e encheram mais uma vez o ISCTE,
inundamos as salas de barulhos, de comentários mais ou menos oportunos,
abrimos portas e deixámos às claras projectores que só se dão às escuras,
entrámos e saímos sem saber o que ouvimos, ouvimos o que já conhecíamos e
não sabemos que tal ouvimos, ouvimos o que nunca tínhamos imaginado e
jurámos que já havíamos ouvido tão igual, enfim o normal, não sei se bom se
mau mas pior não terá por onde e melhor não sei como.
Posso dizer que este ano, não sei se a crise, se a data coincidente ou
próxima de outras actividades similares, talvez um pouco de cada e mais
algumas, o que é certo é que faltaram alguns dos habituais, azar também não
vou falar neles, mas em contrapartida ainda que menos, tivemos alguns
regressos como a Digisom.
A imagem de uma menina
empoleirada numas Tannoy agarrada ao super Tweeter não me sai da cabeça
Uma coisa que me anda a fazer espécie é o modus operandi dos nossos
importadores e representantes. Será que eles imaginam os Audiófilos como um
bando de carrancudos, frios e analíticos que só sabem mandar umas postas de
pescada sobre umas colunas, uns amplificadores e uns plasmas, num dia muito
bom? É que quando visito algo do género dedicado ao sector automóvel, e
mesmo não podendo comprar 90 por cento do material exposto, ao menos consolo as
“vistinhas” com aquelas meninas todas encavalitadas viatura após viatura,
trajando saias mais curtas que o meu cinto e com coxas infindáveis. Não que
vendessem um mau sistema ou estupidamente caro, mas a imagem de ver uma
empoleirada numas Tannoy agarrada ao super Tweeter não me sai da cabeça, mas
adiante.
Quanto ao que por lá me levou, vou ser sincero, na generalidade tenho
convicção que não tive possibilidade de obter uma audição que não me
deixasse margem para dúvidas, isto ou por barulho ou pela interacção com a
sala ou até mesmo pela própria instalação, que em certos caso me pareceu
desproporcional.
Logo para abrir o apetite a Artaudio com as 802D, mais uma vez
correctíssimas, não têm nem de longe a presença das Nautilus, e isso acabou
por condicionar a minha audição, mas também não custam tanto como uma casa.
Não sei se pelas criticas já por mim devoradas, mas ia todo lampeiro à
espera de uma outra coisa, mea culpa certamente. No entanto, a minha audição
captou um grave por vezes um pouco mais arregaçado cá para cima embora
forte e um agudo que realçava muito naturalmente o piano. Uma intérprete
pareceu-me muito alta mas deveras estreita, não estaria a cantar de lado
certamente, daí ter ficado com a impressão de um palco embora grande mas
desproporcional.
Não entender como mau som, nada disso, quem sou eu sequer para apontar o
dedo ao conjunto em causa, demonstradores incluídos, pessoas até que
apresentaram o sistema sem rodeios ou palavras de pré-lavagem cerebral, sem
discos audiófilos de parcas gamas de frequência e resultados sempre
benéficos, nada disso, rodavam faixa após faixa, entre vários discos,
acediam sem hesitar aos discos pedidos, o que mostra para além de seriedade
um a vontade muito grande para com o produto.
Saliento também as Tannoy Prestige Westminster na ABSOLUT SOUND/VISION,
estavam vigorosamente a tocar, entre címbalos e rufos bem ao meu gosto, uma
gama média muito dinâmica e homogénea, uma bateria que aparecia bem vincada,
umas vozes de gospel que se contavam e até apontavam no palco bem detalhado,
pese no entanto que ali em frente àqueles “monstros” fiquei com a nítida
sensação que a Tracy Chapman devia perder uns bons 20 quilos. O Super
Tweeter dava uma certa espacialidade à imagem sonora se bem que ainda não
seja o meu cup of tea.
Meramente a título de comparação, a Digisom estava com o “complicómetro”
ligado, era o inferno das donas de casa ao vivo e a cores, ele eram cabos
por todos os lados, ele eram amplificadores variados, processamento de
imagem, de som e por aí fora, num sistema multi-multi-canal, para ser mais
especifico se bem que pouco preciso. O que é certo é que pela data da minha entrada nem o cantar provocador de uma loira, talvez de Cuba(?), que parecia ao mesmo tempo convidar os presentes
para um copo, me fez estar por lá muito tempo, as ditas ressonâncias eram
tais que um micro hi-fi ali surgiria que nem um Oásis a um sequioso em pleno
Sahara.
Óbvio será que de facto aqueles sumptuosos equipamentos não tocam assim, mas
na minha opinião, e por mais atrevido que se seja, não vejo o fundamento de
optar também por caminhos que não se encaixam na realidade, seja ela da
sala, do disco ou do que for, agora espantar a caça assim é que não me
parece muito válido.
Infelizmente ainda não ouvi as Alexandria mas o facto de dar uma volta num
Porsche para depois voltar ao meu bolinhas também não vale a pena, ou será
que vale?...
O que é facto é que isto das sessões à porta fechada deixa-me sempre
confuso, é um pouco como os muros altos nos manicómios, estarão eles a vedar
a saída de quem lá está ou a entrada para quem lá devia estar? Fica a dúvida
no ar...
Para quem tem horários apertadíssimos para uma visita geral quase só por
sorte lá chega à hora de entrar e tem vaga logo, mais uma vez faltei a uma
“visita guiada”, para o ano há mais.
As Vivid soaram deliciosas...
As Vivid “no Egipto” soaram tal como imagino a Cleópatra, deliciosas,
parecendo-me no entanto que “Tutankamon” teria uma presença mais “visceral”,
mas podia ser já defeito dos meus ouvidos, já mais que bombardeados com
subwoofers, que ali me estavam a enganar com falta de profundidade, no geral
pareceram-me o som mais equilibrado, não o melhor porque isso não sei se
existe.
As Sonus Faber Grand Piano às mãos da Delmax apareceram acolitadas pela
família Prima Luna, como sempre à luz das velas, perdão, válvulas, e eu que
até gosto de bater o pé com mais força. Na realidade cada vez mais me afasto deste tipo de som, som com o qual vivi algum tempo, às mãos do meu mentor, por agora faço uma dieta de sons ricos em
harmónicos “gordurosos” e irremediavelmente quentes para um copo e finais de
tarde em convívio, mas para mim tão indicados para a realidade como o
amarelo para sapatos.
No fundo é isto que nos alimenta, o debate de ideias e ideais, o diz e
desdiz, não o bota abaixo, mas o incessante dilema, e é bom sinal quando
ainda se gasta tempo a escrever sobre isto, é sinal que embora
irremediavelmente uma minoria somos apaixonados pela audiófila a ponto de
fazer dela um suporte para a vivência. Acredito que o Audioshow ainda está para ficar mais uns tempos, tantos quantos quisermos uma vez que somos nós quem o alimentamos, ainda que neste
país não tenha direito de antena.
Marcos Caetano Aka Orpheus/Forumhifi
SÉRGIO FERNANDES
A minha opinião sobre o audio show deste ano é curta. Para mim o melhor sistema a tocar em todo o certame foi sem dúvida o da delmax. Digo isto por uma razão muito simples: se estivesse a pensar adquirir um novo sistema este era sem dúvida o escolhido. Não ouvi nenhum sistema que apresentasse uma melhor relação qualidade/preço.
É óbvio que o sistema da Imacustica ( Krell/Wilson ) é em todos os aspectos superlativo mas quem é que o pode comprar?
O problema é que sempre que vou a este evento venho de lá com uma série de questões em mente. Com o dinheiro das wilson comprava as Sonus Faber, os Prima luna, uma excelente fonte digital e outra analógica e uma vasta colecção de Cd's e Lp's. E tenho a certeza absoluta que a diversidade de música que ouviria me daria mais prazer que o som das Wilson e dos Krell.
É óbvio que quem tem o dinheiro para comprar este conjunto pode comprar os cd's e lp's que muito bem entender. Quem tem um Ferrari não se deve preocupar com a gasolina que o mesmo gasta. Tenho porém a certeza que muitos possuidores de automóveis Ferrari os têm por vaidade e não pelos predicados do automóvel em si, se é que me faço entender...
Acho que muita gente vai ao áudio show ouvir principalmente os super sistemas que nunca poderão comprar, e que muitas vezes, mesmo esses, não correspondem ao esperado. A Transom é prova viva disto. Será que alguém saiu de lá com vontade de comprar Linn? Não me parece. Eu não comprava. E os Mcintosh/Tannoy? Nada mais que uma grande decepção. Pelo contrário, os Prima Luna, com o seu modesto preço, e as Sonus faber soavam bem. A música tinha corpo. Ali não interessava o equipamento. Esqueci-me do equipamento. E não é isto que todos os audiófilos procuram?
Sérgio Fernandes
NUNO SILVA
Confesso que não gostei do Audioshow 2005.
Imacústica, sempre!
Cheguei logo após as 14h30 de Sábado. Molhei-me um pouco, o que me deixou logo levemente irritado. O pior foi ter encontrado um número elevado de salas ainda em montagem e, pior ainda, várias completamente fechadas. Um traço lusitano tão comum mas tão inconveniente e cada vez mais inaceitável neste mundo acelerado. Resolvi não esperar e houve assim muita coisa que não vi. Talvez por isso a sensação com que saí de pobreza na oferta, de decadência em relação a certames anteriores. Excepções honrosas (entre outros) foram a Imacústica (sempre!) e a Absolut Sounds, que pelas 14h40 já tinham salas de audição “aquecidas” e cheias de gente.
Sendo audiófilo, não me causa no entanto qualquer incómodo a ascensão do video e do home cinema. Pelo contrário. Mas até nessa área senti a oferta mais pobre que em anos anteriores.
No fundo, sendo uma iniciativa importante no panorama nacional, é uma pena que funcione de certo modo em circuito fechado, quase entre apenas os “iniciados”, num espaço que não é o ideal, e com a ausência de muitos importadores e distribuidores. Tudo condições que dificilmente contribuem para alargar o universo dos apaixonados por esta causa.
Reconheço que é um email algo amargo e peço desculpa por isso.
Parabéns pela Hi-Fi Clube, que continua a ser a referência online e onde há espaço também para estes desabafos.
Nuno Silva
Viva caro JVH, mais uma participação do forumhifi, é com prazer que lhe
escrevo, um bem haja para a sua forma de estar na vida e na audiofilia em
particular.
Ano após ano, e apesar dos ensurdecedores murmúrios do Rei ir cada vez mais
despido, o que é certo é que tal como eu muitos fizeram centenas de
quilómetros e muitos mais que todos esses outros da distância de um assobio
ou da distância de uns trocos de combustível, contas feitas o passe já está
pago para tantos que a nós se juntaram e encheram mais uma vez o ISCTE,
inundamos as salas de barulhos, de comentários mais ou menos oportunos,
abrimos portas e deixámos às claras projectores que só se dão às escuras,
entrámos e saímos sem saber o que ouvimos, ouvimos o que já conhecíamos e
não sabemos que tal ouvimos, ouvimos o que nunca tínhamos imaginado e
jurámos que já havíamos ouvido tão igual, enfim o normal, não sei se bom se
mau mas pior não terá por onde e melhor não sei como.
Posso dizer que este ano, não sei se a crise, se a data coincidente ou
próxima de outras actividades similares, talvez um pouco de cada e mais
algumas, o que é certo é que faltaram alguns dos habituais, azar também não
vou falar neles, mas em contrapartida ainda que menos, tivemos alguns
regressos como a Digisom.
A imagem de uma menina
empoleirada numas Tannoy agarrada ao super Tweeter não me sai da cabeça
Uma coisa que me anda a fazer espécie é o modus operandi dos nossos
importadores e representantes. Será que eles imaginam os Audiófilos como um
bando de carrancudos, frios e analíticos que só sabem mandar umas postas de
pescada sobre umas colunas, uns amplificadores e uns plasmas, num dia muito
bom? É que quando visito algo do género dedicado ao sector automóvel, e
mesmo não podendo comprar 90 por cento do material exposto, ao menos consolo as
“vistinhas” com aquelas meninas todas encavalitadas viatura após viatura,
trajando saias mais curtas que o meu cinto e com coxas infindáveis. Não que
vendessem um mau sistema ou estupidamente caro, mas a imagem de ver uma
empoleirada numas Tannoy agarrada ao super Tweeter não me sai da cabeça, mas
adiante.
Quanto ao que por lá me levou, vou ser sincero, na generalidade tenho
convicção que não tive possibilidade de obter uma audição que não me
deixasse margem para dúvidas, isto ou por barulho ou pela interacção com a
sala ou até mesmo pela própria instalação, que em certos caso me pareceu
desproporcional.
Logo para abrir o apetite a Artaudio com as 802D, mais uma vez
correctíssimas, não têm nem de longe a presença das Nautilus, e isso acabou
por condicionar a minha audição, mas também não custam tanto como uma casa.
Não sei se pelas criticas já por mim devoradas, mas ia todo lampeiro à
espera de uma outra coisa, mea culpa certamente. No entanto, a minha audição
captou um grave por vezes um pouco mais arregaçado cá para cima embora
forte e um agudo que realçava muito naturalmente o piano. Uma intérprete
pareceu-me muito alta mas deveras estreita, não estaria a cantar de lado
certamente, daí ter ficado com a impressão de um palco embora grande mas
desproporcional.
Não entender como mau som, nada disso, quem sou eu sequer para apontar o
dedo ao conjunto em causa, demonstradores incluídos, pessoas até que
apresentaram o sistema sem rodeios ou palavras de pré-lavagem cerebral, sem
discos audiófilos de parcas gamas de frequência e resultados sempre
benéficos, nada disso, rodavam faixa após faixa, entre vários discos,
acediam sem hesitar aos discos pedidos, o que mostra para além de seriedade
um a vontade muito grande para com o produto.
Saliento também as Tannoy Prestige Westminster na ABSOLUT SOUND/VISION,
estavam vigorosamente a tocar, entre címbalos e rufos bem ao meu gosto, uma
gama média muito dinâmica e homogénea, uma bateria que aparecia bem vincada,
umas vozes de gospel que se contavam e até apontavam no palco bem detalhado,
pese no entanto que ali em frente àqueles “monstros” fiquei com a nítida
sensação que a Tracy Chapman devia perder uns bons 20 quilos. O Super
Tweeter dava uma certa espacialidade à imagem sonora se bem que ainda não
seja o meu cup of tea.
Meramente a título de comparação, a Digisom estava com o “complicómetro”
ligado, era o inferno das donas de casa ao vivo e a cores, ele eram cabos
por todos os lados, ele eram amplificadores variados, processamento de
imagem, de som e por aí fora, num sistema multi-multi-canal, para ser mais
especifico se bem que pouco preciso. O que é certo é que pela data da minha entrada nem o cantar provocador de uma loira, talvez de Cuba(?), que parecia ao mesmo tempo convidar os presentes
para um copo, me fez estar por lá muito tempo, as ditas ressonâncias eram
tais que um micro hi-fi ali surgiria que nem um Oásis a um sequioso em pleno
Sahara.
Óbvio será que de facto aqueles sumptuosos equipamentos não tocam assim, mas
na minha opinião, e por mais atrevido que se seja, não vejo o fundamento de
optar também por caminhos que não se encaixam na realidade, seja ela da
sala, do disco ou do que for, agora espantar a caça assim é que não me
parece muito válido.
Infelizmente ainda não ouvi as Alexandria mas o facto de dar uma volta num
Porsche para depois voltar ao meu bolinhas também não vale a pena, ou será
que vale?...
O que é facto é que isto das sessões à porta fechada deixa-me sempre
confuso, é um pouco como os muros altos nos manicómios, estarão eles a vedar
a saída de quem lá está ou a entrada para quem lá devia estar? Fica a dúvida
no ar...
Para quem tem horários apertadíssimos para uma visita geral quase só por
sorte lá chega à hora de entrar e tem vaga logo, mais uma vez faltei a uma
“visita guiada”, para o ano há mais.
As Vivid soaram deliciosas...
As Vivid “no Egipto” soaram tal como imagino a Cleópatra, deliciosas,
parecendo-me no entanto que “Tutankamon” teria uma presença mais “visceral”,
mas podia ser já defeito dos meus ouvidos, já mais que bombardeados com
subwoofers, que ali me estavam a enganar com falta de profundidade, no geral
pareceram-me o som mais equilibrado, não o melhor porque isso não sei se
existe.
As Sonus Faber Grand Piano às mãos da Delmax apareceram acolitadas pela
família Prima Luna, como sempre à luz das velas, perdão, válvulas, e eu que
até gosto de bater o pé com mais força. Na realidade cada vez mais me afasto deste tipo de som, som com o qual vivi algum tempo, às mãos do meu mentor, por agora faço uma dieta de sons ricos em
harmónicos “gordurosos” e irremediavelmente quentes para um copo e finais de
tarde em convívio, mas para mim tão indicados para a realidade como o
amarelo para sapatos.
No fundo é isto que nos alimenta, o debate de ideias e ideais, o diz e
desdiz, não o bota abaixo, mas o incessante dilema, e é bom sinal quando
ainda se gasta tempo a escrever sobre isto, é sinal que embora
irremediavelmente uma minoria somos apaixonados pela audiófila a ponto de
fazer dela um suporte para a vivência. Acredito que o Audioshow ainda está para ficar mais uns tempos, tantos quantos quisermos uma vez que somos nós quem o alimentamos, ainda que neste
país não tenha direito de antena.
Marcos Caetano Aka Orpheus/Forumhifi
SÉRGIO FERNANDES
A minha opinião sobre o audio show deste ano é curta. Para mim o melhor sistema a tocar em todo o certame foi sem dúvida o da delmax. Digo isto por uma razão muito simples: se estivesse a pensar adquirir um novo sistema este era sem dúvida o escolhido. Não ouvi nenhum sistema que apresentasse uma melhor relação qualidade/preço.
É óbvio que o sistema da Imacustica ( Krell/Wilson ) é em todos os aspectos superlativo mas quem é que o pode comprar?
O problema é que sempre que vou a este evento venho de lá com uma série de questões em mente. Com o dinheiro das wilson comprava as Sonus Faber, os Prima luna, uma excelente fonte digital e outra analógica e uma vasta colecção de Cd's e Lp's. E tenho a certeza absoluta que a diversidade de música que ouviria me daria mais prazer que o som das Wilson e dos Krell.
É óbvio que quem tem o dinheiro para comprar este conjunto pode comprar os cd's e lp's que muito bem entender. Quem tem um Ferrari não se deve preocupar com a gasolina que o mesmo gasta. Tenho porém a certeza que muitos possuidores de automóveis Ferrari os têm por vaidade e não pelos predicados do automóvel em si, se é que me faço entender...
Acho que muita gente vai ao áudio show ouvir principalmente os super sistemas que nunca poderão comprar, e que muitas vezes, mesmo esses, não correspondem ao esperado. A Transom é prova viva disto. Será que alguém saiu de lá com vontade de comprar Linn? Não me parece. Eu não comprava. E os Mcintosh/Tannoy? Nada mais que uma grande decepção. Pelo contrário, os Prima Luna, com o seu modesto preço, e as Sonus faber soavam bem. A música tinha corpo. Ali não interessava o equipamento. Esqueci-me do equipamento. E não é isto que todos os audiófilos procuram?
Sérgio Fernandes
NUNO SILVA
Confesso que não gostei do Audioshow 2005.
Imacústica, sempre!
Cheguei logo após as 14h30 de Sábado. Molhei-me um pouco, o que me deixou logo levemente irritado. O pior foi ter encontrado um número elevado de salas ainda em montagem e, pior ainda, várias completamente fechadas. Um traço lusitano tão comum mas tão inconveniente e cada vez mais inaceitável neste mundo acelerado. Resolvi não esperar e houve assim muita coisa que não vi. Talvez por isso a sensação com que saí de pobreza na oferta, de decadência em relação a certames anteriores. Excepções honrosas (entre outros) foram a Imacústica (sempre!) e a Absolut Sounds, que pelas 14h40 já tinham salas de audição “aquecidas” e cheias de gente.
Sendo audiófilo, não me causa no entanto qualquer incómodo a ascensão do video e do home cinema. Pelo contrário. Mas até nessa área senti a oferta mais pobre que em anos anteriores.
No fundo, sendo uma iniciativa importante no panorama nacional, é uma pena que funcione de certo modo em circuito fechado, quase entre apenas os “iniciados”, num espaço que não é o ideal, e com a ausência de muitos importadores e distribuidores. Tudo condições que dificilmente contribuem para alargar o universo dos apaixonados por esta causa.
Reconheço que é um email algo amargo e peço desculpa por isso.
Parabéns pela Hi-Fi Clube, que continua a ser a referência online e onde há espaço também para estes desabafos.
Nuno Silva