O resultado positivo da experiência incentivou-me a continuar até esgotar a minha razoável colecção de SACD. De uma maneira geral, a versão SACD/DSD dos discos híbridos revelou-se sempre superior em termos de transparência, quer em relação ao SACD/PCM, quer em relação ao SACD/CD (ver Partes 4 e 5 deste artigo para perceber a diferença), com uma ou outra excepção. Contudo, em relação ao CD puro e duro, em especial as edições XRCD, esperavam-me algumas surpresas agradáveis.
De notar que as minhas notas não foram tomadas de forma sistemática com o intuito de serem publicadas, pelo que poderão ser um pouco “desgarradas” e escritas num estilo mais informal e descuidado do que é habitual no Hificlube. São notas soltas na busca de denominadores comuns que me habilitem depois a formar uma opinião fundamentada sobre um determinado equipamento.
NOTAS SOLTAS DE EXPERIÊNCIAS AUDITIVAS
Linn Selektions: the Super Audio surround volume, LINN
Claire Martin cantando “Having myself a time” (LINN Sampler) não alterou em nada o estado de coisas. A versão SACD/DSD, apesar de enfatizar a sibilância, é superior em todos os aspectos: transparência, dinâmica, ataque, imagem estéreo, envolvência emocional. Cá está um caso em que a audição em SACD/PCM ganha por omissão ao “arredondar” o extremo agudo. Admito, contudo, que a matriz digital, mesmo em suporte SACD/DSD é inferior em “musicalidade” ao LP, isto com base na memória auditiva - não tinha comigo o LP para comparar.
Do mesmo “sampler”, oiça-se na versão SACD/DSD a entrada do piano de “I'll be your baby tonight”, cantada por Barb Jungr, e compare-se depois com as versões SACD/PCM e SACD/CD. Para onde foram os harmónicos superiores da vibração das cordas do piano?
Eric Bibb, “Just Like Love”, Opus 3, SACD 21002
Já o SACD de Eric Bibb, “Just Like Love”, até por ter uma produção minimalista, é aquele em que as 3 hipóteses de conversão são mais idênticas nos resultados. Mas, se tivesse que escolher uma seria, sem dúvida, SACD/DSD: a guitarra, a voz, é tudo mais real e rico em informação, e a sensação de transparência do ar que envolve o músico, embora se trate de um registo em estúdio, sente-se no início das faixas, mesmo antes de se ouvir qualquer som!...
Mighty Sam McLain, “Give it up to love”, SACD Audioquest/JVCXR-0012-2
Só houve um caso em que o SACD perdeu para o CD: o XRCD de Mighty Sam McLain (Audioquest) é superior à versão SACD, que soa algo estridente. Matriz diferente? Ou será o efeito positivo do processo de conversão K2 utilizado na transcrição da matriz analógica para digital, que também está na base do notável leitor-CD Reimyo CDP-777?
Messiah, Handel, Anders Ohrwall, SACD Prophone/FIM
Aliás, a FIM, que edita estes discos fabricados pela Prophone, parece estar apostada em provar que SACD é inferior a XRCD. Os SACD da FIM são invariavelmente maus, quando não mesmo produzidos de forma negligente. O “Messias”, por exemplo, soa melhor em SACD/CD (refiro-me, claro, ao estéreo, pois trata-se de uma edição multicanal, que nesta configuração reproduz a glória da acústica de catedral).
Jazz At the Pawnshop, SACD Prophone/FIM
“Jazz At the Pawnshop” (SACD duplo híbrido/multicanal) é a prova irrefutável da referida negligência: a versão SACD/CD tem os canais invertidos em relação ao SACD/DSD!!…Leu bem: invertidos! O que surge no SACD/DSD no canal direito, surge no SACD/CD no canal esquerdo e vice-versa! Caramba, é preciso estar muito distraído para não ter percebido isto... Curiosamente, nenhum crítico musical referiu esta questão: a negligência tem, pois, vários níveis de protagonismo…
Acontece que também a versão SACD/DSD (estéreo) tem um audível desequilíbrio entre canais que favorece o canal direito. Já a versão SACD-Multi é muito boa (o som ambiente do clube de jazz sueco é ainda mais espectacular), apesar de o meu filho ter preferido o CD original (que, por seu lado, fica a léguas do LP original), pois o timbre dos instrumentos, em especial o sax no canal central, soa alterado: “too much reed, too little horn...”.
Jazz At the Pawnshop, Stampen single sample, Proprius, PRCD 9144Mas é quando se coloca na gaveta do Denon DCD-SA1 o CD comemorativo dos 70 anos de Gertz Pamcrantz, o engenheiro de som responsável por este registo histórico, que se compreende finalmente o que o CD podia ser e não é: este “single” (not for sale), que tem apenas duas faixas, Mood Indigo e a versão longa de Jeep's Blues (13'02) oferece-nos a melhor transcrição da matriz analógica original de “Jazz At the Pawnshop”de todas as versões e formatos existentes, incluindo SACD e LP. Ou seja: eles quando querem sabem fazer. O problema é que as grandes editoras se estão nas tintas para os audiófilos. E são estúpidos, porque os audiófilos ainda são dos poucos que compram discos pela qualidade do som, o resto do pessoal saca da net em MP3…
De notar que as minhas notas não foram tomadas de forma sistemática com o intuito de serem publicadas, pelo que poderão ser um pouco “desgarradas” e escritas num estilo mais informal e descuidado do que é habitual no Hificlube. São notas soltas na busca de denominadores comuns que me habilitem depois a formar uma opinião fundamentada sobre um determinado equipamento.
NOTAS SOLTAS DE EXPERIÊNCIAS AUDITIVAS
Linn Selektions: the Super Audio surround volume, LINN
Claire Martin cantando “Having myself a time” (LINN Sampler) não alterou em nada o estado de coisas. A versão SACD/DSD, apesar de enfatizar a sibilância, é superior em todos os aspectos: transparência, dinâmica, ataque, imagem estéreo, envolvência emocional. Cá está um caso em que a audição em SACD/PCM ganha por omissão ao “arredondar” o extremo agudo. Admito, contudo, que a matriz digital, mesmo em suporte SACD/DSD é inferior em “musicalidade” ao LP, isto com base na memória auditiva - não tinha comigo o LP para comparar.
Do mesmo “sampler”, oiça-se na versão SACD/DSD a entrada do piano de “I'll be your baby tonight”, cantada por Barb Jungr, e compare-se depois com as versões SACD/PCM e SACD/CD. Para onde foram os harmónicos superiores da vibração das cordas do piano?
Eric Bibb, “Just Like Love”, Opus 3, SACD 21002
Já o SACD de Eric Bibb, “Just Like Love”, até por ter uma produção minimalista, é aquele em que as 3 hipóteses de conversão são mais idênticas nos resultados. Mas, se tivesse que escolher uma seria, sem dúvida, SACD/DSD: a guitarra, a voz, é tudo mais real e rico em informação, e a sensação de transparência do ar que envolve o músico, embora se trate de um registo em estúdio, sente-se no início das faixas, mesmo antes de se ouvir qualquer som!...
Mighty Sam McLain, “Give it up to love”, SACD Audioquest/JVCXR-0012-2
Só houve um caso em que o SACD perdeu para o CD: o XRCD de Mighty Sam McLain (Audioquest) é superior à versão SACD, que soa algo estridente. Matriz diferente? Ou será o efeito positivo do processo de conversão K2 utilizado na transcrição da matriz analógica para digital, que também está na base do notável leitor-CD Reimyo CDP-777?
Messiah, Handel, Anders Ohrwall, SACD Prophone/FIM
Aliás, a FIM, que edita estes discos fabricados pela Prophone, parece estar apostada em provar que SACD é inferior a XRCD. Os SACD da FIM são invariavelmente maus, quando não mesmo produzidos de forma negligente. O “Messias”, por exemplo, soa melhor em SACD/CD (refiro-me, claro, ao estéreo, pois trata-se de uma edição multicanal, que nesta configuração reproduz a glória da acústica de catedral).
Jazz At the Pawnshop, SACD Prophone/FIM
“Jazz At the Pawnshop” (SACD duplo híbrido/multicanal) é a prova irrefutável da referida negligência: a versão SACD/CD tem os canais invertidos em relação ao SACD/DSD!!…Leu bem: invertidos! O que surge no SACD/DSD no canal direito, surge no SACD/CD no canal esquerdo e vice-versa! Caramba, é preciso estar muito distraído para não ter percebido isto... Curiosamente, nenhum crítico musical referiu esta questão: a negligência tem, pois, vários níveis de protagonismo…
Acontece que também a versão SACD/DSD (estéreo) tem um audível desequilíbrio entre canais que favorece o canal direito. Já a versão SACD-Multi é muito boa (o som ambiente do clube de jazz sueco é ainda mais espectacular), apesar de o meu filho ter preferido o CD original (que, por seu lado, fica a léguas do LP original), pois o timbre dos instrumentos, em especial o sax no canal central, soa alterado: “too much reed, too little horn...”.
Jazz At the Pawnshop, Stampen single sample, Proprius, PRCD 9144Mas é quando se coloca na gaveta do Denon DCD-SA1 o CD comemorativo dos 70 anos de Gertz Pamcrantz, o engenheiro de som responsável por este registo histórico, que se compreende finalmente o que o CD podia ser e não é: este “single” (not for sale), que tem apenas duas faixas, Mood Indigo e a versão longa de Jeep's Blues (13'02) oferece-nos a melhor transcrição da matriz analógica original de “Jazz At the Pawnshop”de todas as versões e formatos existentes, incluindo SACD e LP. Ou seja: eles quando querem sabem fazer. O problema é que as grandes editoras se estão nas tintas para os audiófilos. E são estúpidos, porque os audiófilos ainda são dos poucos que compram discos pela qualidade do som, o resto do pessoal saca da net em MP3…