Os prémios são como a água benta, cada qual toma a que quer. Contudo, ganhar é sempre melhor que perder. Depois de o DVD-A1XV e o amplificador multicanal AVC A1XV terem ganho todos os troféus europeus que havia para ganhar na área do AV, da What Hi-Fi à What Video, da HiFi Choice à Cinema Choice (prenúncio de que vai ganhar também os correspondentes Prémios EISA2005), a Denon deu carta branca aos seus engenheiros para produzirem um leitor CD/SACD e um amplificador integrado sem limite de preço para atacar o nicho de mercado do áudio highend, onde pontificam marcas como a Classé, Krell, Mark Levinson, etc., e foi lançado estrategicamente e testado em revitsa alemãs e inglesas, mesmo a tempo de poder ser incluído nos candidatos ao “Óscar” da EISA - se é que isso tem algum interesse comercial. Hélas, o cartão de crédito da meia-dúzia de potenciais compradores também tem de ser ilimitado: o preço deste conjunto estéreo é superior a 12 000 euros!
Para não desviar as atenções do requisito fundamental - a qualidade do som - a Denon fez uma viragem de 180 graus na sua actual filosofia de entretenimento doméstico, algo que, no actual contexto de mercado, se pode considerar radical, quando não mesmo suicida: baniu do conjunto o vídeo e o multicanal! Aliás, quem leu toda a reportagem do HIGHEND2005, disponível na integra a partir da secção “Reportagens” (ver Artigos Relacionados), sabe que a ortodoxia voltou ao áudio “made in Japan” com todas as principais marcas a regressarem ao estéreo puro e...doce, e às entradas phono para gira-discos.
O leitor DCD-SA1 e o amplificador integrado de 50W/c PMA-SA1 são ambos estéreo tout court. O PMA nem sequer tem controlo remoto ou saída para auscultadores. Mas tem, claro, entrada phono para giradiscos, cuja alimentação pode ser desligada. O que prova que os SA1 (“S” de Sensitive; “A” de Advanced ) são uma bandeira audiófila e não um negócio. Dir-se-ia que é poruma questão de honra.
A construção de ambas as peças é irrepreensível e de uma robustez reconfortante para quem tem de pagar tanto dinheiro para as comprar. Apesar do design algo retro, tudo nos SA1 respira classe e qualidade: atente-se, a título de exemplo, no desenho original da grelha superior do PMA. Até pelo peso (21 e 30 quilos) se prova que a Denon não olhou a despesas. O cuidado posto no isolamento eléctrico e mecânico chega a ser obsessivo.
DENON PMA-SA1
Este é o herdeiro legítimo do PMA-S1, de 1993. O filho é, contudo, muito superior ao pai, pois foi eliminado o gene da “doçura” que levou alguns críticos a apelidar os amplificadores Denon de “Danone cremoso”. Para o SA1 eu propunha o conhecido slogan: “todo o sabor, zero por cento de gordura”. Isto apesar de a Denon alegar que se inspirou no som das válvulas...
O enorme botão central de controlo de volume (potenciómetro mecânico sem motorização) impõe-se no “facies” prateado. Não há controlos de tonalidade, saída para auscultadores, nada. Apenas um botão rotativo de “Balance”. A função dos restantes botões é óbvia. Já o pequeno comutador que permite desligar a fonte de alimentação do circuito phono é novidade. Aliás, todas as alimentações são independentes, incluindo, pasme-se, as dos andares de ganho de tensão e corrente. Também aqui os poderosos transformadores principais e os condensadores estão isolados por armaduras antivibração.
O grave do PMA-SA1 é de um recorte, controlo e definição únicos no universo da marca, a que não é alheio a elevado factor de amortecimento. Não por acaso, lembra o recorte, velocidade e ataque dos Audionet AMP II. Os UHC-MOSFET e a banda larga (100kHz filtrada, 1MHz banda passante) conferem-lhe um velocidade de resposta e uma transparência e dinâmica (macro e micro) extraordinárias. A profusão de informação que é fornecida ao ouvinte chega a ser emocionante pela novidade mesmo com discos já bem conhecidos e mil vezes tocados. A gama média é clara sem resquícios da dureza do estado sólido. Por uma vez o agudo Denon é agora doce sem ser cremoso.
O carácter geral do som lembra-me o saudoso McIntosh MA2275, sendo que o recorte das imagens acústicas deste Denon superlativo, desprovido do efeito “amaciador” das válvulas, tem um traço mais fino e incisivo, colocando-o na delicada fronteira que separa um som “seco” de um som “sólido”. Se fosse vinho era um branco do Reno. Com certos discos soube-me mesmo a Chablis...Também é verdade que o Isotek Titan contribuiu para esta definição do traço. Ligado directamente à tomada de sector, ganha um carácter mais frutado, mas sem perda da personalidade própria o que abona em favor da excelência da fonte de alimentação.
Este é o melhor amplificador de sempre da Denon. E bate-se com os melhores integrados highend do mercado mundial. Esqueça os 50W (100W s/ 4 Ohms). São como as declarações de IRS da malta que tem jeeps Porsche Cayenne em garagens de vivendas com piscina aquecida. Na prática, o “rendimento” musical é muito superior ao declarado. Nunca senti falta de potência útil para alimentar as Martin Logan Odyssey com cabos Nordost Valhalla (Siltech balanceados entre DCD e PMA). O Denon PMA-SA1 tem um som sólido, transparente, articulado, com excelente sentido rítmico. Se há no mundo lugar para um amplificador integrado a transístores de alta definição, o PMA-SA1 é um forte candidato.
Para mais informações: VIDEOACÚSTICA, 21 424 1770 .
(Continua: ver Artigos Relacionados)
Para não desviar as atenções do requisito fundamental - a qualidade do som - a Denon fez uma viragem de 180 graus na sua actual filosofia de entretenimento doméstico, algo que, no actual contexto de mercado, se pode considerar radical, quando não mesmo suicida: baniu do conjunto o vídeo e o multicanal! Aliás, quem leu toda a reportagem do HIGHEND2005, disponível na integra a partir da secção “Reportagens” (ver Artigos Relacionados), sabe que a ortodoxia voltou ao áudio “made in Japan” com todas as principais marcas a regressarem ao estéreo puro e...doce, e às entradas phono para gira-discos.
O leitor DCD-SA1 e o amplificador integrado de 50W/c PMA-SA1 são ambos estéreo tout court. O PMA nem sequer tem controlo remoto ou saída para auscultadores. Mas tem, claro, entrada phono para giradiscos, cuja alimentação pode ser desligada. O que prova que os SA1 (“S” de Sensitive; “A” de Advanced ) são uma bandeira audiófila e não um negócio. Dir-se-ia que é poruma questão de honra.
A construção de ambas as peças é irrepreensível e de uma robustez reconfortante para quem tem de pagar tanto dinheiro para as comprar. Apesar do design algo retro, tudo nos SA1 respira classe e qualidade: atente-se, a título de exemplo, no desenho original da grelha superior do PMA. Até pelo peso (21 e 30 quilos) se prova que a Denon não olhou a despesas. O cuidado posto no isolamento eléctrico e mecânico chega a ser obsessivo.
DENON PMA-SA1
Este é o herdeiro legítimo do PMA-S1, de 1993. O filho é, contudo, muito superior ao pai, pois foi eliminado o gene da “doçura” que levou alguns críticos a apelidar os amplificadores Denon de “Danone cremoso”. Para o SA1 eu propunha o conhecido slogan: “todo o sabor, zero por cento de gordura”. Isto apesar de a Denon alegar que se inspirou no som das válvulas...
O enorme botão central de controlo de volume (potenciómetro mecânico sem motorização) impõe-se no “facies” prateado. Não há controlos de tonalidade, saída para auscultadores, nada. Apenas um botão rotativo de “Balance”. A função dos restantes botões é óbvia. Já o pequeno comutador que permite desligar a fonte de alimentação do circuito phono é novidade. Aliás, todas as alimentações são independentes, incluindo, pasme-se, as dos andares de ganho de tensão e corrente. Também aqui os poderosos transformadores principais e os condensadores estão isolados por armaduras antivibração.
O grave do PMA-SA1 é de um recorte, controlo e definição únicos no universo da marca, a que não é alheio a elevado factor de amortecimento. Não por acaso, lembra o recorte, velocidade e ataque dos Audionet AMP II. Os UHC-MOSFET e a banda larga (100kHz filtrada, 1MHz banda passante) conferem-lhe um velocidade de resposta e uma transparência e dinâmica (macro e micro) extraordinárias. A profusão de informação que é fornecida ao ouvinte chega a ser emocionante pela novidade mesmo com discos já bem conhecidos e mil vezes tocados. A gama média é clara sem resquícios da dureza do estado sólido. Por uma vez o agudo Denon é agora doce sem ser cremoso.
O carácter geral do som lembra-me o saudoso McIntosh MA2275, sendo que o recorte das imagens acústicas deste Denon superlativo, desprovido do efeito “amaciador” das válvulas, tem um traço mais fino e incisivo, colocando-o na delicada fronteira que separa um som “seco” de um som “sólido”. Se fosse vinho era um branco do Reno. Com certos discos soube-me mesmo a Chablis...Também é verdade que o Isotek Titan contribuiu para esta definição do traço. Ligado directamente à tomada de sector, ganha um carácter mais frutado, mas sem perda da personalidade própria o que abona em favor da excelência da fonte de alimentação.
Este é o melhor amplificador de sempre da Denon. E bate-se com os melhores integrados highend do mercado mundial. Esqueça os 50W (100W s/ 4 Ohms). São como as declarações de IRS da malta que tem jeeps Porsche Cayenne em garagens de vivendas com piscina aquecida. Na prática, o “rendimento” musical é muito superior ao declarado. Nunca senti falta de potência útil para alimentar as Martin Logan Odyssey com cabos Nordost Valhalla (Siltech balanceados entre DCD e PMA). O Denon PMA-SA1 tem um som sólido, transparente, articulado, com excelente sentido rítmico. Se há no mundo lugar para um amplificador integrado a transístores de alta definição, o PMA-SA1 é um forte candidato.
Para mais informações: VIDEOACÚSTICA, 21 424 1770 .
(Continua: ver Artigos Relacionados)