Haydn Concert Grand (com e sem grelha)
Nas Haydn Concerto Grand descobri a mesma arte, invenção, transparência e génio do grande mestre vienense, íntimo de Mozart e professor de Beethoven, que começou a sua carreira musical como pequeno cantor na Catedral de Viena.
Apenas atingem o estatuto de “clássicos” os produtos de áudio em cuja génese tenham participado, não só a técnica, mas sobretudo a cultura do fabricante, um “cimento harmónico” no qual está presente a “ideologia cultural”, eu diria mesmo o “orgulho nacional” em exibir a arte e cultura do país de origem - um autêntico libelo contra a globalização. Neste contexto, a nossa indústria é o reflexo do país que somos: terceiro-mundista.
VIENNA ACOUSTICS
A filosofia do fabricante Vienna Acoustics assenta numa simples constatação: a produção em série OEM introduz demasiadas variáveis no produto final para poder garantir a tolerância mínima entre o produto comercial e o protótipo de referência. Para isso é necessário um controlo apertado na origem em todas as fases de produção: da escolha dos altifalantes e dos componentes electrónicos dos filtros, às próprias caixas de madeira.
Na Vienna Acoustics eliminam-se à partida a utilização de cones de ligas de alumínio. Opta-se pelo papel tratado com carbono e os termoplásticos com mistura de polipropileno para os altifalantes de médios e graves; e a seda com aplicação manual de endurecedor nos tweeters.
São opções discutíveis, admito. Mas o segredo do sucesso comercial desta receita vienense reside sobretudo na conjugação destas “opções” e da excelência arquitectónica: travejamento interno, arestas boleadas e montagem dos altifalantes à face no baffle; e também artística das caixas: acabamentos de excelente qualidade, com folheado de madeira natural, e dez camadas de verniz; além da “personalização” dos filtros divisores: cada exemplar é testado individualmente e afinado com resistências, condensadores e bobinas de tolerância mínima, e sempre comparado com a referência.
CHAMAR OS SONS PELOS NOMES
A Vienna Acoustics atribui a cada novo modelo o nome de um compositor famoso: “Beethoven”, “Mozart”, Bach, etc., ou conotado com a grande música clássica: “Waltz”, “Maestro”. Nada de muito original aqui: “valsas”, “maestros” e outros “compositores” avulsos é o que não falta na nomenclatura áudio. Mas esta atribuição não é pretensiosa e arbitrária: tem uma relação lógica com as forças em presença necessárias para interpretar obras “típicas” do compositor nomeado. Quando se pensa em Beethoven, pensa-se na “Nona Sinfonia”. Assim o modelo “Beethoven”, por exemplo, tem muito mais “efectivos em palco”: coluna-de-chão de 3-vias e banda larga (três “timbales” para os graves).
O QUARTETO ERA DE CORDAS
A Joseph Haydn é vulgar atribuir-se a invenção da sinfonia. Mas ficou sobretudo famoso por ter criado o quarteto de cordas. Por certo, reside aqui, no “quarteto”, a decisão da Vienna Acoustics de dar o seu nome a este requintado modelo de 2-vias de dimensões reduzidas (17x36x26 cm) para colocar na estante ou sobre suporte adequado. O que é notável é a capacidade técnica demonstrada para o dotar também da “dimensão” sonora necessária para reproduzir as sinfonias.
HAYDN CONCERT GRAND
O modelo Haydn já existia antes. A nova versão 'Concert Grand' tem, contudo, inovações que o tornam, não só mais digno do compositor, como muito mais virtuoso na reprodução da sua obra.E Haydn compôs sobretudo para 'virtuosos'. As sinfonias de Haydn caracterizam-se pela concisão de meios: além das cordas, é recorrente a utilização de oboés e trompas, os seus instrumentos de eleição. A opção por um pequeno médio-grave de 6 polegadas e um tweetertão doce e macio como a seda tratada da cúpula (para compensar a predominância de agudos fortes na obra do compositor?) segue pois uma lógica acústica irrefutável. A inclusão característica do(s) fagote(s) nos baixos e de um tipo particular de afinação dos timbales (afinação provisória em lá do timbale em sol para obter o famoso Paukenschlag=tiro de canhão), impunha, contudo, soluções drásticas de designacústico. E não só por isso, sejamos honestos: o consumidor médio deste modelo quer ouvir outros compositores, além dos inevitáveis géneros musicais jazz, rock e pop, o que exige à partida algum ecletismo sonoro.
1. Sinfonia nº 60 em dómaior, 'O Distraído'
A versão anterior das 'Haydn' era do tipo reflex(que é, no fundo, um ressoador de Helmoltz de apoio à reprodução de baixos). A nova 'Grand' não exibe nas costas o habitual pórtico circular do 'respirador' dos graves. À primeira vista, até parece uma 'caixa fechada' (infinit baffle). Mas os graves estão lá, logo a partir dos 40Hz, se bem que algo tímidos, mas já robustos (Paukenschlag?) e articulados no terço de oitava seguinte (de sol para lá?).
2. Sinfonia nº 94 em sol maior, 'A Surpresa'
Conjunto tweeter/pórtico reflex
Afinal a 'Haydn Grand' também é reflex. Só que o pórtico frontal tem a 'boca de fagote' parcialmente tapada pela sólida estrutura de suporte do tweeter em forma de cunha para dirigir o fluxo de ar para 'os cantos da boca'. Uma solução tanto mais engenhosa quanto a conduta interior (um tubo cilíndrico de alumínio), cuja sintonia com o altifalante de graves depende do seu comprimento exacto (ao milímetro), serve também de câmara de ressonância e absorção da onda traseira do tweeter que se escapa por uma ranhura longitudinal. Uma solução revolucionária. E uma surpresa agradável.
Engenhosa (e dispendiosa) é também a estrutura em alumínio da grelha que serve de phase-plugpara o tweeter, levando o fabricante a afirmar que a Haydn Grand soa melhor com grelha do que sem ela. Permito-me discordar: os médios soam sempre mais soltos e abertos sem grelha. Além de que eu gosto de espreitar as amígdalas do cone de médios através da transparência do polipropileno...
3. Sinfonia nº 96 em ré maior, 'O Milagre'
Já tinha visto tweeters montados em muito lado: abaixo, acima, no topo, atrás, de lado, na garganta do médio, mas nunca na boca do pórtico. O resultado é um milagre. Até porque na zona de trabalho do tweeter o pórtico está inactivo e a coincidência de pontos acústicos dos extremos de frequência favorece a integração espectral e harmónica.
Prevalece no som das Haydn Grand uma ideia de compostura geral, de cultura musical, de ausência de colorações, de estabilidade tonal e emocional (a imagem estéreo é coerente e com boa ilusão de profundidade).
Em Viena de Áustria, onde Haydn compôs a única sinfonia conhecida em fá sustenido menor, e se pede (sem dó) 600 paus por uma bica e o dobro por uma cerveja, milagre é também fabricar uma coluna desta qualidade estética e acústica que se vende em Portugal por 1 100 euros!
Distribuidor: AUDIOELITE - R. Jorge Afonso 15 r/c Esq. 1600-125 Lisboa
Tel: 217951501 . Fax: 217951499
Nas Haydn Concerto Grand descobri a mesma arte, invenção, transparência e génio do grande mestre vienense, íntimo de Mozart e professor de Beethoven, que começou a sua carreira musical como pequeno cantor na Catedral de Viena.
Apenas atingem o estatuto de “clássicos” os produtos de áudio em cuja génese tenham participado, não só a técnica, mas sobretudo a cultura do fabricante, um “cimento harmónico” no qual está presente a “ideologia cultural”, eu diria mesmo o “orgulho nacional” em exibir a arte e cultura do país de origem - um autêntico libelo contra a globalização. Neste contexto, a nossa indústria é o reflexo do país que somos: terceiro-mundista.
VIENNA ACOUSTICS
A filosofia do fabricante Vienna Acoustics assenta numa simples constatação: a produção em série OEM introduz demasiadas variáveis no produto final para poder garantir a tolerância mínima entre o produto comercial e o protótipo de referência. Para isso é necessário um controlo apertado na origem em todas as fases de produção: da escolha dos altifalantes e dos componentes electrónicos dos filtros, às próprias caixas de madeira.
Na Vienna Acoustics eliminam-se à partida a utilização de cones de ligas de alumínio. Opta-se pelo papel tratado com carbono e os termoplásticos com mistura de polipropileno para os altifalantes de médios e graves; e a seda com aplicação manual de endurecedor nos tweeters.
São opções discutíveis, admito. Mas o segredo do sucesso comercial desta receita vienense reside sobretudo na conjugação destas “opções” e da excelência arquitectónica: travejamento interno, arestas boleadas e montagem dos altifalantes à face no baffle; e também artística das caixas: acabamentos de excelente qualidade, com folheado de madeira natural, e dez camadas de verniz; além da “personalização” dos filtros divisores: cada exemplar é testado individualmente e afinado com resistências, condensadores e bobinas de tolerância mínima, e sempre comparado com a referência.
CHAMAR OS SONS PELOS NOMES
A Vienna Acoustics atribui a cada novo modelo o nome de um compositor famoso: “Beethoven”, “Mozart”, Bach, etc., ou conotado com a grande música clássica: “Waltz”, “Maestro”. Nada de muito original aqui: “valsas”, “maestros” e outros “compositores” avulsos é o que não falta na nomenclatura áudio. Mas esta atribuição não é pretensiosa e arbitrária: tem uma relação lógica com as forças em presença necessárias para interpretar obras “típicas” do compositor nomeado. Quando se pensa em Beethoven, pensa-se na “Nona Sinfonia”. Assim o modelo “Beethoven”, por exemplo, tem muito mais “efectivos em palco”: coluna-de-chão de 3-vias e banda larga (três “timbales” para os graves).
O QUARTETO ERA DE CORDAS
A Joseph Haydn é vulgar atribuir-se a invenção da sinfonia. Mas ficou sobretudo famoso por ter criado o quarteto de cordas. Por certo, reside aqui, no “quarteto”, a decisão da Vienna Acoustics de dar o seu nome a este requintado modelo de 2-vias de dimensões reduzidas (17x36x26 cm) para colocar na estante ou sobre suporte adequado. O que é notável é a capacidade técnica demonstrada para o dotar também da “dimensão” sonora necessária para reproduzir as sinfonias.
HAYDN CONCERT GRAND
O modelo Haydn já existia antes. A nova versão 'Concert Grand' tem, contudo, inovações que o tornam, não só mais digno do compositor, como muito mais virtuoso na reprodução da sua obra.E Haydn compôs sobretudo para 'virtuosos'. As sinfonias de Haydn caracterizam-se pela concisão de meios: além das cordas, é recorrente a utilização de oboés e trompas, os seus instrumentos de eleição. A opção por um pequeno médio-grave de 6 polegadas e um tweetertão doce e macio como a seda tratada da cúpula (para compensar a predominância de agudos fortes na obra do compositor?) segue pois uma lógica acústica irrefutável. A inclusão característica do(s) fagote(s) nos baixos e de um tipo particular de afinação dos timbales (afinação provisória em lá do timbale em sol para obter o famoso Paukenschlag=tiro de canhão), impunha, contudo, soluções drásticas de designacústico. E não só por isso, sejamos honestos: o consumidor médio deste modelo quer ouvir outros compositores, além dos inevitáveis géneros musicais jazz, rock e pop, o que exige à partida algum ecletismo sonoro.
1. Sinfonia nº 60 em dómaior, 'O Distraído'
A versão anterior das 'Haydn' era do tipo reflex(que é, no fundo, um ressoador de Helmoltz de apoio à reprodução de baixos). A nova 'Grand' não exibe nas costas o habitual pórtico circular do 'respirador' dos graves. À primeira vista, até parece uma 'caixa fechada' (infinit baffle). Mas os graves estão lá, logo a partir dos 40Hz, se bem que algo tímidos, mas já robustos (Paukenschlag?) e articulados no terço de oitava seguinte (de sol para lá?).
2. Sinfonia nº 94 em sol maior, 'A Surpresa'
Conjunto tweeter/pórtico reflex
Afinal a 'Haydn Grand' também é reflex. Só que o pórtico frontal tem a 'boca de fagote' parcialmente tapada pela sólida estrutura de suporte do tweeter em forma de cunha para dirigir o fluxo de ar para 'os cantos da boca'. Uma solução tanto mais engenhosa quanto a conduta interior (um tubo cilíndrico de alumínio), cuja sintonia com o altifalante de graves depende do seu comprimento exacto (ao milímetro), serve também de câmara de ressonância e absorção da onda traseira do tweeter que se escapa por uma ranhura longitudinal. Uma solução revolucionária. E uma surpresa agradável.
Engenhosa (e dispendiosa) é também a estrutura em alumínio da grelha que serve de phase-plugpara o tweeter, levando o fabricante a afirmar que a Haydn Grand soa melhor com grelha do que sem ela. Permito-me discordar: os médios soam sempre mais soltos e abertos sem grelha. Além de que eu gosto de espreitar as amígdalas do cone de médios através da transparência do polipropileno...
3. Sinfonia nº 96 em ré maior, 'O Milagre'
Já tinha visto tweeters montados em muito lado: abaixo, acima, no topo, atrás, de lado, na garganta do médio, mas nunca na boca do pórtico. O resultado é um milagre. Até porque na zona de trabalho do tweeter o pórtico está inactivo e a coincidência de pontos acústicos dos extremos de frequência favorece a integração espectral e harmónica.
Prevalece no som das Haydn Grand uma ideia de compostura geral, de cultura musical, de ausência de colorações, de estabilidade tonal e emocional (a imagem estéreo é coerente e com boa ilusão de profundidade).
Em Viena de Áustria, onde Haydn compôs a única sinfonia conhecida em fá sustenido menor, e se pede (sem dó) 600 paus por uma bica e o dobro por uma cerveja, milagre é também fabricar uma coluna desta qualidade estética e acústica que se vende em Portugal por 1 100 euros!
Distribuidor: AUDIOELITE - R. Jorge Afonso 15 r/c Esq. 1600-125 Lisboa
Tel: 217951501 . Fax: 217951499