Ingo Hansen
O áudio devia ser sobretudo ciência e técnica, afinal tem muito de arte e alquimia. A coisa complica-se um pouco mais quando se verifica afinal que o «bruxo, Ingo Hansen, é doutorado em física atómica. Foi assim que iniciei um artigo intitulado “Banha-da-Cobra” (ver em Artigos Relacionados) sobre Ingo Hansen, que conheci em 2005, no HighEnd Show de Munique.
Eu fico sempre com um pé atrás quando me explicam apenas “parte” do funcionamento de alguma coisa, alegando que o segredo é a alma do negócio. O que se passa demasiadas vezes é que não há segredo nenhum, e é tudo uma questão de fé: ou se acredita ou não - assim um pouco como os milagres dos santos. O que não significa que não se oiçam diferenças, ou até que o doente não sinta melhoras. O que fica por saber é se essas diferenças existem de facto, ou apenas existem dentro da nossa cabeça. Em última análise, mesmo se as diferenças apenas existem dentro da nossa cabeça, não vem mal ao mundo, desde que haja uma melhoria subjectiva - do som e do doente…
FASES DA VIDA
Na minha longa experiência, já passei pela fase técnica, quando eu próprio construía as colunas e os amplificadores que utilizava para ouvir música; pela fase do deslumbramento, quando comecei a fazer reportagens no estrangeiro e a ouvir equipamentos que só conhecia das revistas, assim como quem encontra pela primeira vez ao vivo a Miss Playboy de Setembro; pela fase metafísica, quando julguei perceber, logo a poder expressar melhor por escrito, aquilo que eu ouvia para lá do que era imediatamente óbvio para toda a gente; e pela fase espiritual (ou será espírita?), quando Peter Belt quase me convenceu que dominava as forças ocultas da natureza que nos impediam de ouvir o verdadeiro som, utilizando amuletos de plástico foleiro magnetizado (?) que vendia a preços obscenos (!). Actualmente, estou na fase céptica: ouvir para crer e, mesmo assim, tal como Lou Reed, faço o que a minha mãe me ensinou: 'não acredites em nada do que te dizem, e só em metade do que vês' (e ouves, acrescento eu). Paulo Gomes e Rui Palhinha, da “Sound Eclipse”, ouviram e acreditaram, por isso resolveram importar os produtos da Phonosophie, de Ingo Hansen, incluindo alguns dos estranhos tweaks que ele propõe; e com os quais, tal como Peter Belt, pretende dominar as “forças ocultas”.
ANIMADOR DE SALAS
O “Room Animator” é um “gadget” activo, que se liga à corrente, para livrar as salas dos maus espíritos (também na versão passiva designada por “Animator”, sobre o qual já me pronunciei), embora eu esteja sempre aberto a novas experiências e até disposto a “animar” a minha sala e a minha música, se a ocasião a tanto se proporcionar e o Paulo e o Rui estiverem pelos ajustes. Desta feita, as minhas experiências incidiram sobre algo muito mais prosaico, mas alegadamente não menos mágico: um adaptador para bicablagem.
Segundo Ingo Hansen a bicablagem simples, isto é, sem biamplificação, tem mais desvantagens que vantagens. Eu já tinha chegado a essa conclusão, quando, há uns 15 anos, num seminário, no decorrer de um Hifishow, em Londres, perante Martin Colloms, grande defensor do método, e uma assistência integralmente britânica, defendi isso mesmo, alegando que se perdia coerência, tendo sido na ocasião “trucidado” pelos seus acólitos. “Quem é este gajo, que vem de um país do terceiro mundo, para vir para aqui contrariar o mestre?”. Hoje, muitos dos grandes fabricantes mundiais, como a Wilson Audio e a Sonus Faber, já não oferecem a bicablagem nos seus modelos de topo. Como sempre, eu não sou um crítico dogmático, e aceito que há colunas (as Martin Logan Summit, por exemplo), que soam melhor bicabladas. Digamos apenas que a bicablagem não é uma panaceia universal.
Nota: Ingo Hansen também detesta as fichas RCA, que considera serem responsáveis pela degradação do som nos leitores-CD. Ingo defende que devem ser todas substituídas por fichas DIN (afinal a Quad é que tinha razão). E, tal como Peter Belt, sugere que a saída coaxial não-utilizada deve ser “shuntada”, porque emite constantemente ondas de alta frequência. Há 15 anos que utilizo esta técnica - e resulta.
Atenção: alguns leitores escreveram-me para saber como se fazia o 'shunt' da ficha RCA. Embora não venha mal ao mundo se 'shuntar' directamente a ficha, é aconselhável utilizar uma resistência de 75 Ohms.
A ficha 'shuntada' de Peter Belt
A ficha proposta por Peter Belt, que eu utilizo num leitor-CD Marantz CD63 (aquele em que dá mais resultado: agudos com menos grão) é 'shuntada' com uma resistência 'especial' de 20Mohms (!?) que deve ter sido embebida em água benta...
Phonosophie digiplug
A de Ingo Hansen (na foto) chama-se Digiplug e parto do princípio que também é internamente 'shuntada' com uma resistência. Mas pelos vistos também é segredo.
A ARTE DE BICABLAR EM TODA A SALA
Em 2003, numa resposta ao leitor David Silva sobre bicablagem, em linguagem o menos técnica possível, que pode ler na íntegra na secção “Correio” (basta inscrever a palavra “bicablagem” no campo de Pesquisa), termino assim:
“Fundamentalmente (além da questão da menor resistência já abordada), a vantagem da bicablagem reside sobretudo no facto de o altifalante de graves e o tweeter constituírem dois tipos de carga (impedância) diferente a alimentar. Quando estão ambos ligados em paralelo ao mesmo filtro, a impedância nominal é, em princípio, determinada pelo filtro. Contudo, se separarmos o filtro de passa-baixas do filtro de passa-altas, o amplificador é confrontado: no caso do filtro de passa-baixas, com uma carga de baixa impedância nas frequências baixas (que exige mais corrente) e uma carga de alta impedância nas frequências altas (que exige menos corrente); com o filtro de passa altas, ocorre exactamente o oposto: a baixa impedância, logo a necessidade de «sugar» mais corrente do amplificador, verifica-se nas altas frequências e a impedância mais elevada nas baixas frequências, dentro da respectiva banda passante dos altifalantes. Ao separar os cabos, embora o circuito de amplificação seja o mesmo, evita-se o conflito que se verifica quando o amplificador tem de fornecer simultaneamente, através do mesmo cabo, as necessidades antagónicas de corrente - elevada e baixa - a dois (ou mais) altifalantes com características tão diferentes e elimina-se a consequente modulação do tweeter pelo woofer que afecta a qualidade do som, devido à diferente reacção electromecânica dos cones dos altifalantes. Com cablagem independente, elimina-se a influência nefasta do diferente comportamento reactivo de ambos. A bicablagem é uma boa ideia - e o inferno está cheio delas... E sempre sai mais barata que a biamplificação, que é uma ideia ainda melhor - só que esta não abunda no inferno, mas no céu...”
O ADAPTADOR DE BICABLAGEM
Ingo Hanse considera que o principal de factor de degradação do som nas colunas com multibornes é o shunt de metal que se utiliza para os interligar, quando não se opta pela bi ou tricablagem. Ou seja, quando se utilizam cabos separados para graves, médios e agudos, a melhoria resulta, não da utilização destes, mas do facto de se ter substituído o shunt. Assim, propõe um adaptador de bicablagem, que permite a utilização de cabo simples desde o amplificador até às colunas e substitui os shunts.
O adaptador é composto por uma caixinha negra com duas fichas para bananas positivo e negativo (Input), que se traduzem depois por quatro pontas de 15 cm de cabo, com duas bananas (positivo e negativo) respectivamente para os graves (LOW) e agudos (HIGH) no Output. Dentro da caixa está o segredo e o que ela faz ninguém sabe. Para já separa fisicamente os graves dos agudos; mas não electricamente, porque se ligar só um das secções, o sinal passa todo na mesma com seria de esperar, pois não se trata de um filtro activo. Abri a caixa, mas o segredo está bem guardado e encapsulado em resina epoxídica azul (ver foto). Só me resta, pois, especular.
Atenção: por especular, entenda-se tentar adivinhar com base em pressupostos que podem estar errados. O leitor deve fazer experiências pessoais para chegar às suas próprias conclusões.
SEGREDO BEM GUARDADO
Os meus ouvidos dizem-me que o adaptador tem um efeito semelhante aos das “networks” utilizadas por fabricantes de cabos como a Transparent, que consistem basicamente em colocar uma pequena bobina em série e uma resistência e um condensador em paralelo para compensar o ligeiro “adiantamento” do agudo em relação ao grave e corrigir a fase, logo a coerência geral do som. É isso que vai ouvir: uma sensação de mais corpo nos registos médios que resulta do equilíbrio temporal entre graves e agudos. E essa sensação será tanto mais audível, quanto pior for a relação de fase das suas colunas. Experimente antes de comprar (cada caixa custa-lhe €150: barato se pensarmos nos Transparent). Mas fica desde já avisado: o efeito é viciante; e se corrigir - nem que seja apenas um pouco - as anomalias de fase das suas colunas, já não vai ser capaz de as ouvir de novo com elas eram antes. Mesmo que um dia se venha a descobrir que é um efeito de placebo, e que a caixa está afinal vazia…
Nota: Se quer descobrir o segredo de Ingo Hansen, contacte o Paulo ou o Rui, da SoundEclipse, telef. 918 651 722 ou 918 119 779.
O áudio devia ser sobretudo ciência e técnica, afinal tem muito de arte e alquimia. A coisa complica-se um pouco mais quando se verifica afinal que o «bruxo, Ingo Hansen, é doutorado em física atómica. Foi assim que iniciei um artigo intitulado “Banha-da-Cobra” (ver em Artigos Relacionados) sobre Ingo Hansen, que conheci em 2005, no HighEnd Show de Munique.
Eu fico sempre com um pé atrás quando me explicam apenas “parte” do funcionamento de alguma coisa, alegando que o segredo é a alma do negócio. O que se passa demasiadas vezes é que não há segredo nenhum, e é tudo uma questão de fé: ou se acredita ou não - assim um pouco como os milagres dos santos. O que não significa que não se oiçam diferenças, ou até que o doente não sinta melhoras. O que fica por saber é se essas diferenças existem de facto, ou apenas existem dentro da nossa cabeça. Em última análise, mesmo se as diferenças apenas existem dentro da nossa cabeça, não vem mal ao mundo, desde que haja uma melhoria subjectiva - do som e do doente…
FASES DA VIDA
Na minha longa experiência, já passei pela fase técnica, quando eu próprio construía as colunas e os amplificadores que utilizava para ouvir música; pela fase do deslumbramento, quando comecei a fazer reportagens no estrangeiro e a ouvir equipamentos que só conhecia das revistas, assim como quem encontra pela primeira vez ao vivo a Miss Playboy de Setembro; pela fase metafísica, quando julguei perceber, logo a poder expressar melhor por escrito, aquilo que eu ouvia para lá do que era imediatamente óbvio para toda a gente; e pela fase espiritual (ou será espírita?), quando Peter Belt quase me convenceu que dominava as forças ocultas da natureza que nos impediam de ouvir o verdadeiro som, utilizando amuletos de plástico foleiro magnetizado (?) que vendia a preços obscenos (!). Actualmente, estou na fase céptica: ouvir para crer e, mesmo assim, tal como Lou Reed, faço o que a minha mãe me ensinou: 'não acredites em nada do que te dizem, e só em metade do que vês' (e ouves, acrescento eu). Paulo Gomes e Rui Palhinha, da “Sound Eclipse”, ouviram e acreditaram, por isso resolveram importar os produtos da Phonosophie, de Ingo Hansen, incluindo alguns dos estranhos tweaks que ele propõe; e com os quais, tal como Peter Belt, pretende dominar as “forças ocultas”.
ANIMADOR DE SALAS
O “Room Animator” é um “gadget” activo, que se liga à corrente, para livrar as salas dos maus espíritos (também na versão passiva designada por “Animator”, sobre o qual já me pronunciei), embora eu esteja sempre aberto a novas experiências e até disposto a “animar” a minha sala e a minha música, se a ocasião a tanto se proporcionar e o Paulo e o Rui estiverem pelos ajustes. Desta feita, as minhas experiências incidiram sobre algo muito mais prosaico, mas alegadamente não menos mágico: um adaptador para bicablagem.
Segundo Ingo Hansen a bicablagem simples, isto é, sem biamplificação, tem mais desvantagens que vantagens. Eu já tinha chegado a essa conclusão, quando, há uns 15 anos, num seminário, no decorrer de um Hifishow, em Londres, perante Martin Colloms, grande defensor do método, e uma assistência integralmente britânica, defendi isso mesmo, alegando que se perdia coerência, tendo sido na ocasião “trucidado” pelos seus acólitos. “Quem é este gajo, que vem de um país do terceiro mundo, para vir para aqui contrariar o mestre?”. Hoje, muitos dos grandes fabricantes mundiais, como a Wilson Audio e a Sonus Faber, já não oferecem a bicablagem nos seus modelos de topo. Como sempre, eu não sou um crítico dogmático, e aceito que há colunas (as Martin Logan Summit, por exemplo), que soam melhor bicabladas. Digamos apenas que a bicablagem não é uma panaceia universal.
Nota: Ingo Hansen também detesta as fichas RCA, que considera serem responsáveis pela degradação do som nos leitores-CD. Ingo defende que devem ser todas substituídas por fichas DIN (afinal a Quad é que tinha razão). E, tal como Peter Belt, sugere que a saída coaxial não-utilizada deve ser “shuntada”, porque emite constantemente ondas de alta frequência. Há 15 anos que utilizo esta técnica - e resulta.
Atenção: alguns leitores escreveram-me para saber como se fazia o 'shunt' da ficha RCA. Embora não venha mal ao mundo se 'shuntar' directamente a ficha, é aconselhável utilizar uma resistência de 75 Ohms.
A ficha 'shuntada' de Peter Belt
A ficha proposta por Peter Belt, que eu utilizo num leitor-CD Marantz CD63 (aquele em que dá mais resultado: agudos com menos grão) é 'shuntada' com uma resistência 'especial' de 20Mohms (!?) que deve ter sido embebida em água benta...
Phonosophie digiplug
A de Ingo Hansen (na foto) chama-se Digiplug e parto do princípio que também é internamente 'shuntada' com uma resistência. Mas pelos vistos também é segredo.
A ARTE DE BICABLAR EM TODA A SALA
Em 2003, numa resposta ao leitor David Silva sobre bicablagem, em linguagem o menos técnica possível, que pode ler na íntegra na secção “Correio” (basta inscrever a palavra “bicablagem” no campo de Pesquisa), termino assim:
“Fundamentalmente (além da questão da menor resistência já abordada), a vantagem da bicablagem reside sobretudo no facto de o altifalante de graves e o tweeter constituírem dois tipos de carga (impedância) diferente a alimentar. Quando estão ambos ligados em paralelo ao mesmo filtro, a impedância nominal é, em princípio, determinada pelo filtro. Contudo, se separarmos o filtro de passa-baixas do filtro de passa-altas, o amplificador é confrontado: no caso do filtro de passa-baixas, com uma carga de baixa impedância nas frequências baixas (que exige mais corrente) e uma carga de alta impedância nas frequências altas (que exige menos corrente); com o filtro de passa altas, ocorre exactamente o oposto: a baixa impedância, logo a necessidade de «sugar» mais corrente do amplificador, verifica-se nas altas frequências e a impedância mais elevada nas baixas frequências, dentro da respectiva banda passante dos altifalantes. Ao separar os cabos, embora o circuito de amplificação seja o mesmo, evita-se o conflito que se verifica quando o amplificador tem de fornecer simultaneamente, através do mesmo cabo, as necessidades antagónicas de corrente - elevada e baixa - a dois (ou mais) altifalantes com características tão diferentes e elimina-se a consequente modulação do tweeter pelo woofer que afecta a qualidade do som, devido à diferente reacção electromecânica dos cones dos altifalantes. Com cablagem independente, elimina-se a influência nefasta do diferente comportamento reactivo de ambos. A bicablagem é uma boa ideia - e o inferno está cheio delas... E sempre sai mais barata que a biamplificação, que é uma ideia ainda melhor - só que esta não abunda no inferno, mas no céu...”
O ADAPTADOR DE BICABLAGEM
Ingo Hanse considera que o principal de factor de degradação do som nas colunas com multibornes é o shunt de metal que se utiliza para os interligar, quando não se opta pela bi ou tricablagem. Ou seja, quando se utilizam cabos separados para graves, médios e agudos, a melhoria resulta, não da utilização destes, mas do facto de se ter substituído o shunt. Assim, propõe um adaptador de bicablagem, que permite a utilização de cabo simples desde o amplificador até às colunas e substitui os shunts.
O adaptador é composto por uma caixinha negra com duas fichas para bananas positivo e negativo (Input), que se traduzem depois por quatro pontas de 15 cm de cabo, com duas bananas (positivo e negativo) respectivamente para os graves (LOW) e agudos (HIGH) no Output. Dentro da caixa está o segredo e o que ela faz ninguém sabe. Para já separa fisicamente os graves dos agudos; mas não electricamente, porque se ligar só um das secções, o sinal passa todo na mesma com seria de esperar, pois não se trata de um filtro activo. Abri a caixa, mas o segredo está bem guardado e encapsulado em resina epoxídica azul (ver foto). Só me resta, pois, especular.
Atenção: por especular, entenda-se tentar adivinhar com base em pressupostos que podem estar errados. O leitor deve fazer experiências pessoais para chegar às suas próprias conclusões.
SEGREDO BEM GUARDADO
Os meus ouvidos dizem-me que o adaptador tem um efeito semelhante aos das “networks” utilizadas por fabricantes de cabos como a Transparent, que consistem basicamente em colocar uma pequena bobina em série e uma resistência e um condensador em paralelo para compensar o ligeiro “adiantamento” do agudo em relação ao grave e corrigir a fase, logo a coerência geral do som. É isso que vai ouvir: uma sensação de mais corpo nos registos médios que resulta do equilíbrio temporal entre graves e agudos. E essa sensação será tanto mais audível, quanto pior for a relação de fase das suas colunas. Experimente antes de comprar (cada caixa custa-lhe €150: barato se pensarmos nos Transparent). Mas fica desde já avisado: o efeito é viciante; e se corrigir - nem que seja apenas um pouco - as anomalias de fase das suas colunas, já não vai ser capaz de as ouvir de novo com elas eram antes. Mesmo que um dia se venha a descobrir que é um efeito de placebo, e que a caixa está afinal vazia…
Nota: Se quer descobrir o segredo de Ingo Hansen, contacte o Paulo ou o Rui, da SoundEclipse, telef. 918 651 722 ou 918 119 779.