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2006

Audioshow 2006: Primeiras Fotos E Sons- Parte 1



O Audioshow virou finalmente Feira do Áudio/Vídeo, seguindo as tendências do mercado, como se diz da moda. Ainda é cedo para saber se “chamar os bois pelos nomes”, isto é, se admitir sem pudor que os equipamentos de som não passam afinal de móveis, ou de electrodomésticos sonoros, uma expressão algo pejorativa que criei nos anos 80 para distinguir o highend da electrónica de consumo, é uma ideia com futuro.



Para já é o futuro, como futurista é a arquitectura da FIL. É bom saber que o highend conseguiu finalmente subir ao nosso principal palco de exposições. Por outro lado, receio que a ânsia de procurar “novos públicos” acabe por afastar o “público fiel”. A demonstração activa de sistemas no Piso 1 é quase clandestina. Eu fui lá ter porque o Manuel Dias me levou pelo braço. Mas as meninas da recepção não sabem de nada e têm raiva de quem sabe...



A música e, em especial, a audiofilia são paixões, com rituais próprios que atraem os fiéis como peregrinos a caminho de Santiago. Quem visita igrejas com fins turísticos de mera curiosidade, entra, tira umas fotos e não volta mais. Só lá vai todos os dias quem acredita no deus do Som, até que acaba por cometer o pecado de gastar num sistema mais do que pode…



Mas eu compreendo os distribuidores. De facto, face à actual situação de um mercado moribundo, acham que a “tribo audiófila” está esgotada e precisa de renovação. Eu acho que é o país como um todo que está esgotado e precisa de renovação. Esperemos que tudo corra pelo melhor, e que a FIL se torne no tão esperado viveiro de audiófilos endinheirados, que compram Krells, junto com colchões para as dores nas cruzes e frigoríficos com ligação à Internet...



PRIMEIRO DIA: TERÇA-FEIRA, DIA 17



É o dia dos anos da minha filha - sagrado, portanto. Passei por lá com o sentido de dever e a fé inabalável dos audiófilos. Encontrei o Manuel Dias à entrada, e nem fui ao terreiro da Feira, subi logo ao Piso 1 do Pavilhão 3, onde visitei as quatro salas de demonstração.



VIASÓNICA

As Martin Logan Vantage estavam a tocar ainda melhor que na minha sala, o que não significa que altero uma vírgula ao que de positivo (muito) e negativo (pouco) escrevi sobre elas aqui.

Mas a artilharia Audio Research CD3/SL17/REF101 parece ser um caso sério de empatia com as Vantage. Irei voltar ao local do crime.



IMACÚSTICA


O Luís e o Guilhermino ainda não tinham afinado o fabuloso sistema Krell/Wilson, pelo que fiquei de voltar outro dia. Creio que vai ser difícil domesticar o grave das Puppies naquela sala. Mas estou a especular, porque nem sequer as ouvi. Não perdem pela demora.



DELMAX

O Rui Borges tem um dom. É assim, nasce com as pessoas. O som estava uma delícia. Também é verdade que é mais fácil afinar um sistema com colunas monitoras (e um cheirinho de subwoofer) que um sistema de banda larga.

Mas as Sonus Faber Concertino alimentadas por um PrimaLuna Prologue Two e com fonte Copland provaram que não é preciso ir à falência para encontrar os timbres certos, em especial das flautas e dos violinos do excelente disco “Living Stereo/Stokowski/Rapsodies”.



VIDEOACÚSTICA

Johan Coorg, himself, estava em acção na sala da KEF (ver vídeo clicando no topo da página: pode demorar 4 minutos a carregar), demonstrando uma novidade mundial:


as novas KEF FiveTwo Series, Modelo 11, que combinam as tecnologias NXT e Uni-Q para obter efeito de som surround com apenas duas colunas (+subwoofer). E, como dizem os ingleses, não é um “efeito subtil” - ouve-se distintamente a diferença stereo/surround.


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