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2006

Highend 2006: Parte 5 - Best Of Ii: Os Meio-pesados



AUDIO PHYSICS

Quando eu entrei, as Scorpio estavam em repouso e ouviam-se as Avanti. As “Physics” têm um som quase perfeito, em especial para quem está sentado na “sweet spot”. Se fosse um escriba inglês, diria: “very sweet”, “spot on”


AVALON

Lá como cá, os casamentos dependem muito da concentração de representações nas mãos de um mesmo distribuidor. Por exemplo, nós estamos habituados a ouvir Avalon/Conrad-Johnson com excelentes resultados. Em Munique, a Avalon acasalou com a Pass e a Hovland. O sistema estava montado à largura da sala para aproveitar o enorme espaço entre as colunas para exposição do material em demonstração, e perdeu-se alguma “substância” sonora. Mas a elevada resolução e baixa distorção e coloração das Eidolon mantiveram-se sempre como pontos altos da sua performance.


AYON

Eu juro que me esforço para gostar da Ayon mas não consigo. Vou lá mais para ver que para ouvir. Talvez se tivesse mais tempo para me sentar durante 1 horita a tirar notas. Só que ao fim de 5 minutos algo me impele dali para fora. É uma relação de amor-ódio…


CANTON

O meu coração balança. O som era demasiado alemão mas com aquela amplificação Mark Levinson a puxar por elas teve momentos muito altos. Literalmente. A rever com mais cuidado (e tempo).


DUEVEL

É um tipo de som que primeiro se estranha e depois se entranha. Com um gira-discos Pluto e amplificação a válvulas VAC as Duevel Bella Luna Diamante nunca poderiam soar mal. Mas eu sou mais fã da dipolaridade que da omnipolaridade. Fica tudo demasiado grande e demasiado…vago.


ESOTERIC

Esta foto é do ano passado. Se eu não o revelasse, ninguém dava por isso, porque estava tudo no mesmo sítio e a tocar igualmente bem.

Mas quem se chegasse mais perto verificava que a novidade eram os novos modelos de transporte SACD/CD P-03 e conversor D-03 da Teac Esoteric.


EVENTUS

Pela primeira vez gostei de ouvir as Nebula. O som está agora cheio e coeso. Seria da amplificação Soulution? Nome interessante: soul (de alma) + lution (de solução). Ou será lotion de loção? Macios e perfumados. Boa surpresa estes Soulution.


GRYPHON

Pela primeira vez gostei de ouvir as Gryphon. Será que com as Trident a Gryphon conseguiu finalmente pôr em prática a teoria do “phase coherent filter” de Steen Duelunds?...Já não era sem tempo…


HEIL

Este é o tipo de transdutor que exige alguma concentração mental para se obter o melhor resultado. É uma espécie de holograma sonoro: quando se entra no palco virtual de som todas as imagens que antes pareciam fugazes começam a fazer sentido. Fizeram par com electrónica Primare.



LINDEMANN

Ano após ano repito a mesma coisa: a Lindemann e, já agora, a Behold, mereciam mais atenção da parte dos nossos (aflitos) importadores. Mas o nosso mercado também não ajuda lá muito, pois não?… Já é tão difícil vender o que cá temos…


MARTIN LOGAN

Excepcional transparência das Vantage alimentadas pelos McIntosh. O grave das Vantage não é tão…eh…óbvio como o das Summit e o painel electrostático tem mais liberdade para nos deslumbrar com toda aquela claridade e informação (ainda que tenha menos corpo, impacte e poder). E também pela deliciosa liquidez do som. Muito boa a profundidade aparente da imagem estereofónica. Quem não pode chegar ao “summit” (topo) não fica em grande “desvantagem” com as Vantage. Vou pedir um par ao Manel para testar junto com o novo Krell SACD 505…



E agora uma notícia em primeiríssima mão mundial. Gayle Sanders está a desenvolver o projecto de umas electrostáticas puras como as CLS II, aproveitando a maior eficiência das actuais membranas dos painéis X-Stat. Vão ser mais ou menos da mesma altura mas um pouco menos largas. Isto é absolutamente confidencial, atenção. Não digam a ninguém que fui eu que vos disse. Ah, e não comecem já a fazer encomendas, pois só vão ser apresentadas lá para o fim de 2007…



O problema uma vez mais é o grave: Dave ainda não conseguiu descer dos 60Hz. Mas promete que vai descer até ao fundo. Como? Está é que não posso mesmo revelar, sorry…É que ele também não sabe ainda…


MBL

O som mais artificial que ouvi em Munique. As MBL 116 são poderosas, limpas, recortadas e… estranhas, tanto na voz como no aspecto.

Pior só mesmo Elvis Presley ao vivo, depois 15 minutos de conversa, através das famosas MBL101E, os “ananazes do espaço”. Elvis parecia que estava a cantar dentro de uma cripta vazia. Será que o homem está vivo, mas preso no cemitério?...


NAIM

Caramba, mas como é possível alguém dizer que as colunas Naim DBL são um produto highend. O som estava, literalmente, encostado à parede e nunca saiu de lá.

Ah, mas o novo leitor CD “triple 5” estava a tocar muito bem na demonstração da Stereoplay…



SONICS

Uma desilusão em todas as suas variantes. Se este era o cérebro da Audio Physics, esqueceu-se dele lá quando saiu: é que as Audio Physicis mesmo sem ele continuam a tocar muito bem.

E a “coluna vertebral”, então, é um horror estético.



SONUS FABER

Outro casamento interessante: Sonus Faber Amati Anniversario com amplificadores Mark Levinson. Muito bom. É quando nos sentamos para ouvir as Amati que percebemos como as outras colunas desta categoria soam algo artificiais. É um facto que aquele corpo é uma coloração de caixa, eu diria melhor, de “madeira”. Mas eu também gosto de sentir na língua e no palato o sabor da “madeira” no vinho de qualidade…Ora enche lá o copo outra vez…



TANNOY

Entrei para pedir um “autógrafo” e beber um “malte”. As miniaturas “Autograph” apresentadas em Las Vegas afinal não são a brincar, tocam mesmo a sério…


TITAN

As poderosas Aurum revelaram ter um som demasiado “científico” para um “filósofo” como eu. A tecnologia só me convence até um certo ponto. Daí para a frente manda o coração…E eu fui para onde me manda o coração: para a rua…


WILSON AUDIO

As Duette (e as Sophia) dividiram o campo e as atenções com as Martin Logan. Só que em vez da McIntosh a amplificação era Spectral. Parto do princípio que não foi por ali que o gato foi às filhós, embora o Ricardo Franassovici achasse que a culpa só podia ser dos Spectral. O demonstrador era o próprio Peter McGrath, grande amigo de longa data. As Duette estavam encostadas à parede, e Peter pediu-me encarecidamente para não as fotografar sem grelhas: “Sabes, o Dave acha que sem grelhas as Duette perdem vendas junto do eleitorado feminino. Ficam demasiado masculinas, mecânicas…Desde que o distribuidor japonês passou a utilizar esta técnica de apresentação “com grelha”, as vendas subiram 35%...”. OK, fiz-lhe a vontade. Agora vamos ouvir. Ouvimos. E não gostei nada do que ouvi: parecia que estavam fora-de-fase. Retirámos as grelhas: nada. “Olha, Peter, desculpa lá, meu, mas as Duette soaram-me muito melhor na Imacústica”, disse-lhe. “É que o Dave insiste para as demonstrar como coluna de estante e não em “open-space”. Foi para isso que foram criadas: e não há no mundo nenhuma coluna highend de estante como as Duette. Quem tem espaço para as colocar no meio da sala, mais vale comprar umas Sophia…”, explicou-me Peter.



Bom, seja como for o Luís (ver reportagem da audição das Duette na Imacústica) ganhou de caras ao Peter McGrath, que, na arena de Munique, ficou encostado às… cordas: KO. E eu não comprava umas Duette para as colocar numa estante. É como colocar um animal selvagem numa jaula…E continuo a achar que havia algo de errado nas ligações, pronto…


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