SOUND ECLIPSE/QUADRATURA: A TALE OF TWO ROOMS
Mixed feelings here. No quarto onde estava hospedado o AV, em colaboração com a Quadratura, levei com o Jarre ao vivo, na China, que me deixou os olhos e os ouvidos em bico: embora seja inegável que o bordado de seda do vestido da bonita violoncelista (?) chinesa estava reproduzido com um luxo cromático asiático, todo aquele pop-electro-psico-sinfónico é demais para mim. Não sei se os sons estão a ser bem reproduzidos ou não, pois não tenho referências - nenhum daqueles sons existe na natureza musical - é tudo ultra-electrificado e sintetizado.
O espectáculo em si é deslumbrante para os olhos, um delírio de luz e cor, em especial aquela harpa de raios laser. Também achei que o “surround” estava desequilibrado, com demasiada informação nos canais traseiros, mesmo quando me sentei na “sweet spot”. O som, algo agressivo (o DVD não ajudava nada), não ficou guardado na minha memória; nem, hélas, a imagem da sala na Memory Stick da minha câmara. Pelo facto peço desculpa a ambos os expositores.
Para um audiófilo inveterado como eu, deslumbrante mesmo foi o som das Usher Dancer CP-8871, que já conhecia da CES 2006.
Ainda que demasiado pequeno para albergar tanta qualidade, o quarto não afectou a performance acústica. Andei anos a clamar para alguém arriscar trazer a Usher para Portugal. Agora já sabem porquê…
SoundEclipse: o Rui está lá ao fundo da sala, sorridente como sempre...
Vejamos: os ultrasimpáticos Paulo e Rui, da Sound Eclipse, têm revelado um enorme “fair-play” e paciência para me aturar. Até porque eu nem sempre tenho sido igualmente “simpático” com eles. Ao contrário de outros (ver carta da éSistemas na secção “Correio”, que os leitores julgarão melhor do que eu), eles lá vão engolindo alguns sapos, e continuam a receber-me e a tratar-me invariavelmente como se eu fosse um 'tio da América', um tipo um bocado esquisito, é certo, que diz o que lhe vem à cabeça, mas cuja experiência pode ter algum valor para quem começa nestas andanças.
O Paulo e o Rui sabem, sobretudo, aceitar as críticas e aproveitam-nas para tentar melhorar. Outros não pensam assim, e tentam ler no que escrevi juízos de intenção quando não passam de juízos de opinião…
Nos últimos três anos, apenas testei três produtos da SoundEclipse: os leitores-CD Inca Katana,os amplificadores Audionet Pré G2/AMP II e o filtro de corrente Isotek Titan
, testes que podem ler no Hificlube, bastando para isso clicar aqui sobre o nome do aparelho respectivo.
Ora, quando entrei na sala da Quadratura/SoundEclipse, pensei para comigo: eh, pá!, lá vou eu desancar outra vez nestes jovens simpáticos. Felizmente havia outra…
Na sala 1203, do Sheraton, a amplificação era Audionet e a filtragem da corrente de sector Isotek. Assim, eu tinha à partida duas referências, além das Usher Dancer, cujas diferentes versões me tinham sido apresentadas, em Las Vegas.
As CP 8871 II tinham chegado há pouco tempo a Portugal e estavam algo “verdes”, o “tweeter” de berílio exibia ainda um ligeiro “brilhozinho nos olhos”, patente na sibilância das vozes femininas e no entusiasmo febril dos instrumentos de sopro - mas não mais que um brilho maroto e cativante, sensual mesmo e cheio de promessas sedutoras.
De resto, ainda que com as naturais variáveis de disco para disco, o som revelou-se límpido, cristalino, e articulado; os médios provaram ter excelente projecção, soltando a música; e os graves exibiram um controle inusitado em tais apertos, sem “overhang” ou arrastamento, com inesperada extensão, respirando a compasso com a música - a marca inegável das grandes colunas de som.
Quando me consegui sentar na “sweet spot”, fui brindado com uma imagem estereofónica bem delineada, com excelente enfoque e sugestões de profundidade que, noutras circunstâncias, devem resultar num palco pouco menos que espectacular.
Reparei também que a selecção discográfica do Carlos Delgado, da Absolut Sound&Vídeo, o outro simpático anfitrião, que fazia aqui papel de “disc-jockey”, incidiu em discos masterizados pelo Prof. Keith Johnson, da Reference Recordings, tradicionalmente doces (quem não sabe ser caixeiro fecha a loja, dizia a minha avó Rosalina), mas que, por outro lado, não sofrem de compressão dinâmica. E as Dancer, apesar do volume não estar muito puxado, sopravam sempre que isso lhes era exigido, sem que os “pórticos” traseiros se incompatibilizassem com a sala - outra marca de uma coluna bem concebida e bem nascida.
Teria sido uma experiência deveras interessante - que chegou a ser aventada pelo Carlos Delgado - ouvir as Usher com o amplificador Leben CS300, uma série limitada que utiliza válvulas originais Mullard, um autêntico bombom audiófilo embrulhado em prata dourada.
Embora já as conhecesse de passagem, as Usher Dancer Compass Dancer Series II Pure Beryllium CP-8871 foram a melhor surpresa do HighEnd Show, Porto 2006.
Uma palavra ainda para o filtro GII MiniSub que, diz-me a minha experiência pessoal, deve ter tido uma quota parte importante nos resultados acústicos, num espaço de exibição integrado num hotel cuja corrente de sector deve estar mais poluída que a água do Rio Douro em noite de cheias. É verdade que os Isotek afectam o equilíbrio tonal, com um ligeiro “uptilt” que, se favorece o recorte dos graves, tem também um efeito de “lifting” dos médios e pode potenciar o brilho, que não a agressividade, dos agudos, mas a limpeza geral do som, a rara ausência de compressão dinâmica e o silêncio intersticial são características únicas e raras.
A não ser que o segredo daquele “ar puro acústico” que se respirava na sala residisse no “Room Animator”, da Phonosophie, o misterioso disco prateado que jazia aos pés da Usher do lado esquerdo (ver foto).
Eunão acredito em bruxas, mas que as há, há…
Mixed feelings here. No quarto onde estava hospedado o AV, em colaboração com a Quadratura, levei com o Jarre ao vivo, na China, que me deixou os olhos e os ouvidos em bico: embora seja inegável que o bordado de seda do vestido da bonita violoncelista (?) chinesa estava reproduzido com um luxo cromático asiático, todo aquele pop-electro-psico-sinfónico é demais para mim. Não sei se os sons estão a ser bem reproduzidos ou não, pois não tenho referências - nenhum daqueles sons existe na natureza musical - é tudo ultra-electrificado e sintetizado.
O espectáculo em si é deslumbrante para os olhos, um delírio de luz e cor, em especial aquela harpa de raios laser. Também achei que o “surround” estava desequilibrado, com demasiada informação nos canais traseiros, mesmo quando me sentei na “sweet spot”. O som, algo agressivo (o DVD não ajudava nada), não ficou guardado na minha memória; nem, hélas, a imagem da sala na Memory Stick da minha câmara. Pelo facto peço desculpa a ambos os expositores.
Para um audiófilo inveterado como eu, deslumbrante mesmo foi o som das Usher Dancer CP-8871, que já conhecia da CES 2006.
Ainda que demasiado pequeno para albergar tanta qualidade, o quarto não afectou a performance acústica. Andei anos a clamar para alguém arriscar trazer a Usher para Portugal. Agora já sabem porquê…
SoundEclipse: o Rui está lá ao fundo da sala, sorridente como sempre...
Vejamos: os ultrasimpáticos Paulo e Rui, da Sound Eclipse, têm revelado um enorme “fair-play” e paciência para me aturar. Até porque eu nem sempre tenho sido igualmente “simpático” com eles. Ao contrário de outros (ver carta da éSistemas na secção “Correio”, que os leitores julgarão melhor do que eu), eles lá vão engolindo alguns sapos, e continuam a receber-me e a tratar-me invariavelmente como se eu fosse um 'tio da América', um tipo um bocado esquisito, é certo, que diz o que lhe vem à cabeça, mas cuja experiência pode ter algum valor para quem começa nestas andanças.
O Paulo e o Rui sabem, sobretudo, aceitar as críticas e aproveitam-nas para tentar melhorar. Outros não pensam assim, e tentam ler no que escrevi juízos de intenção quando não passam de juízos de opinião…
Nos últimos três anos, apenas testei três produtos da SoundEclipse: os leitores-CD Inca Katana,os amplificadores Audionet Pré G2/AMP II e o filtro de corrente Isotek Titan
, testes que podem ler no Hificlube, bastando para isso clicar aqui sobre o nome do aparelho respectivo.
Ora, quando entrei na sala da Quadratura/SoundEclipse, pensei para comigo: eh, pá!, lá vou eu desancar outra vez nestes jovens simpáticos. Felizmente havia outra…
Na sala 1203, do Sheraton, a amplificação era Audionet e a filtragem da corrente de sector Isotek. Assim, eu tinha à partida duas referências, além das Usher Dancer, cujas diferentes versões me tinham sido apresentadas, em Las Vegas.
As CP 8871 II tinham chegado há pouco tempo a Portugal e estavam algo “verdes”, o “tweeter” de berílio exibia ainda um ligeiro “brilhozinho nos olhos”, patente na sibilância das vozes femininas e no entusiasmo febril dos instrumentos de sopro - mas não mais que um brilho maroto e cativante, sensual mesmo e cheio de promessas sedutoras.
De resto, ainda que com as naturais variáveis de disco para disco, o som revelou-se límpido, cristalino, e articulado; os médios provaram ter excelente projecção, soltando a música; e os graves exibiram um controle inusitado em tais apertos, sem “overhang” ou arrastamento, com inesperada extensão, respirando a compasso com a música - a marca inegável das grandes colunas de som.
Quando me consegui sentar na “sweet spot”, fui brindado com uma imagem estereofónica bem delineada, com excelente enfoque e sugestões de profundidade que, noutras circunstâncias, devem resultar num palco pouco menos que espectacular.
Reparei também que a selecção discográfica do Carlos Delgado, da Absolut Sound&Vídeo, o outro simpático anfitrião, que fazia aqui papel de “disc-jockey”, incidiu em discos masterizados pelo Prof. Keith Johnson, da Reference Recordings, tradicionalmente doces (quem não sabe ser caixeiro fecha a loja, dizia a minha avó Rosalina), mas que, por outro lado, não sofrem de compressão dinâmica. E as Dancer, apesar do volume não estar muito puxado, sopravam sempre que isso lhes era exigido, sem que os “pórticos” traseiros se incompatibilizassem com a sala - outra marca de uma coluna bem concebida e bem nascida.
Teria sido uma experiência deveras interessante - que chegou a ser aventada pelo Carlos Delgado - ouvir as Usher com o amplificador Leben CS300, uma série limitada que utiliza válvulas originais Mullard, um autêntico bombom audiófilo embrulhado em prata dourada.
Embora já as conhecesse de passagem, as Usher Dancer Compass Dancer Series II Pure Beryllium CP-8871 foram a melhor surpresa do HighEnd Show, Porto 2006.
Uma palavra ainda para o filtro GII MiniSub que, diz-me a minha experiência pessoal, deve ter tido uma quota parte importante nos resultados acústicos, num espaço de exibição integrado num hotel cuja corrente de sector deve estar mais poluída que a água do Rio Douro em noite de cheias. É verdade que os Isotek afectam o equilíbrio tonal, com um ligeiro “uptilt” que, se favorece o recorte dos graves, tem também um efeito de “lifting” dos médios e pode potenciar o brilho, que não a agressividade, dos agudos, mas a limpeza geral do som, a rara ausência de compressão dinâmica e o silêncio intersticial são características únicas e raras.
A não ser que o segredo daquele “ar puro acústico” que se respirava na sala residisse no “Room Animator”, da Phonosophie, o misterioso disco prateado que jazia aos pés da Usher do lado esquerdo (ver foto).
Eunão acredito em bruxas, mas que as há, há…