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2006

Os Olhos Azuis De Bond



Fui ver James Bond ao Alvaláxia, Sala 3. A imagem estava um espanto, o som um horror: alto, estridente, agressivo, duro, distorcido, desfasado. Para os meus ouvidos delicados, habituados a ouvir som reproduzido por painéis electrostáticos aquilo merecia uma acção por danos corporais.



Pondo de parte a polémica sobre se Daniel Craig encarna bem a figura de 007 - e eu admito que já vi bem pior com muito menos polémica: George Lazenby, por exemplo - este é um dos melhores filmes da longa série Brocolliana: paisagens e gente bonita, ambientes requintados, acção, porrada, gadgets, humor, sexo q.b., no melhor estilo soft Bond para toda a família, e algumas cenas muito bem conseguidas como a perseguição a pé.



Contudo, o que me chamou a atenção no filme foi o facto de o sistema de segurança de um Clube de luxo nas Bahamas utilizar discos ópticos Blu-Ray para armazenamento de dados. Sendo Bond agora um produto MGM/Columbia Tristar, é natural que a Sony puxe a brasa à sua sardinha sempre que pode.



A decisão da Sony de entrar no cinema pela porta dos fundos (aplicações informáticas e jogos), onde a superioridade do Blu-Ray é imediatamente óbvia para o utilizador, parece-me uma estratégia correcta. Tornar o Blu-Ray o formato óptico universal, eis a nova tarefa de Bond para vencer o vilão HD-DVD.



Já perceberam agora a escolha de um actor de olhos azuis para o papel de Bond?

My name is Ray, Blu-Ray...

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