Já agora podia investir mais uns euros no ELP (ver foto), o único gira-discos do mundo que utiliza raios laser no lugar da «agulha»: toca os LP sem lhes tocar como se fossem CD. Afinal, o que são mais uns euros se podem ajudar a preservar este tesouro discográfico?...
O ELP utiliza cinco feixes laser para recuperar das espiras já gastas o som analógico original: um para o canal esquerdo, outro para o canal direito (nos LP estéreo), dois para garantir que o braço de leitura se mantém estável sobre o centro das espiras; e o quinto para manter o braço sempre à mesma distância do disco (no caso dos discos empenados). Fotodiodos medem a luz reflectida e traduzem a impressão óptica em sinal eléctrico. Não há qualquer processamento digital do sinal: é som analógico puro!
Como não há contacto físico, alguns dos problemas dos gira-discos convencionais não existem: influência do ângulo de ataque horizontal e vertical da agulha, compensação do peso de apoio e da força centrípta, distorção por efeito geométrico das espiras mais próximas do centro do disco, desequilíbrio entre canais, «feedback» acústico, empenos, excentricidade, etc. E, claro, desgaste. Apenas um problema persiste: os discos têm de ser sempre previamente lavados e aspirados, ou o som tem mais estalos que uma máquina de pipocas. Eu sei porque já o ouvi. Mas funciona mesmo!
A maior parte dos discos monofónicos antigos de 78 r.p.m. têm a parede exterior das espiras em péssimo estado, pois era nesta que o «prego» das velhas grafonolas se apoiava no seu caminho para o centro do disco. Mas o ELP até tem um selector que nos permite optar pela parede interior menos gasta...