Desculpem, mas não resisti: para mais tarde recordar...
A maior parte do tempo as KEF Muon estiveram apenas em exibição semi-activa, ou seja, com música de fundo, até porque a imponência delicada - passe a contradição, mas é essa mesmo a sensação que se tem perante elas - e o design futurista de Ross Lovegrove eram suficientes para impressionar qualquer visitante.
Mas eu tive oportunidade de assistir a uma demonstração formal das sua qualidades sonoras, e em verdade vos digo, que o som não se fica trás do aspecto, sobretudo o grave, que é tenso, intenso e extenso, e a imagem estereofónica é do tipo IMAX...
Todos os outros grandes sistemas em demonstração, no MOC de Munique, sofriam com a comparação, e alguns deles fizeram-me sofrer a mim. Mas, como sempre, houve agradáveis surpresas
ADAM
O espectacular OSS, Olympic Sound System, foi demonstrado numa sala atarracada, com amplificação Electrocompaniet, estando eu, que até gosto de ouvir no campo próximo, quase com o nariz em cima das colunas. Talvez por isso, ficou muito aquém do prometido. É bom? É, sem dúvida. Trocava as Muon pelas OSS? Não.
Trata-se de um sistema activo integral, concebido por Klaus Heinz, com 6.000W de amplificação, composto por 4 colunas por canal em alumínio: uma imponente torre que esconde dois altifalantes de 51 cm de diâmetro; torre de médio-graves com oito altifalantes de 9 polegadas cada; coluna de médios, com 2x6 unidades ART, tipo ribbon, em configuração dipolar (ou bipolar, pode optar); coluna de agudos com 2 x4 unidades ART. Tudo controlado digitalmente com processamento de 27 bits.
ANALYSIS
As Amphitryon são uma cópia descarada das minhas amadas Apogee, que, num momento de desespero, vendi, tendo um dos pares ido parar em boas mãos: o António Flórido. Pelo menos sei que estão a ser bem tratadas...
Mas comparar as Analysis com as Apogee é o mesmo que comparar o cú com as calças, perdoem-me a expressão. Há para aí críticos como Alvin Gold e Steven Cochlin a dizer que são do outro mundo. Ora eu, quando me cruzo com eles, é que tenho a sensação que eles andam noutro mundo...
AVANTAGARDE
Basta olhar para impressionar. Uma pessoa entra numa sala destas e sente-se pequenina.
Mas depois de ter ouvido as Trio Omega com o BassHorn de três módulos, il n'y a plus rien. Com dois módulos é bom, mas o som estava algo agressivo.
Com uma excepção: quando puseram a tocar o LP Stripped, dos Rolling Stones. Uau!
CABASSE
Fui lá à procura das “Esferas” e fiquei triste e desiludido: tinham-nas emprestado à revista Stereoplay para uma daquelas palestras longas, chatas e arrastadas, faladas e discutidas em alemão, sobre técnicas de gravação, à qual foi assistir, claro, depois conto, porque acabou por ser interessante.
Em lugar das “Esferas”, o distribuidor alemão da Cabasse ofereceu aos visitantes as Baltic II, que já tínhamos ouvido em Lisboa, e as Artis, que me lembram aqueles seres estranhos de outro planeta que aterram no deserto no início do filme “O 5º elemento”. O som está muito próximo de “La Sphère”, com excepção da coerência e extensão do grave.
JUNGSON
As Deity, assim se chamam, foram a primeira grande surpresa de Munique. A Jungson é uma das muitas empresas chinesas OEM, que fabricam equipamentos para marcas europeias, mas pelos vistos também têm ideias próprias. E que ideias!...
Estive para colocar as Deity na secção “Coisas Esquisitas” mas, depois de as ouvir, fiquei com muito respeito por elas: notável coerência de fase, decay perfeito, tímbrica e tonalmente muito equilibradas; excelente extensão do grave; imagem estereofónica absolutamente fabulosa, se considerarmos que foram demonstradas num contentor. Toda a restante electrónica era Jungson. Já ouvi muita “chinesice” na minha vida: esta deixou-me com os olhos em bico e com os ouvidos em paz...
MAGNEPAN
Sempre com amplificação Jeff Rowland, as 20.1 tocaram melhor que em anos anteriores, talvez porque a fonte era o LP. Mas depois de ter descido ao centro da terra, com alguns dos sistemas aqui descritos, falta-me a oitava inferior...
Muito mais importante foi a apresentação privada e exclusiva, numa suite do Hotel Renaissance, do Magnepan Custom System. Fica aqui uma foto para abrir o apetite. Irei publicar um artigo exclusivo sobre esta revolução doméstica do hifi. Você não sabe o que é WAF, wife acceptance factor, até ver e ouvir isto!...
MBL
Em Las Vegas a coisa correu mal e aquilo soou pior: falta de integração e som agressivo. As colunas atrasaram-se na alfândega e não houve tempo para montar tudo com rigor germânico.
Em Munique, não havia desculpas para aquilo que eu ouvi. A sala estava sempre cheia, claro. Mas eu acho que a maior parte das pessoas estava lá para “ouver” e não para ouvir o aparato tecnológico das MBL 450+Subs. Esta moda de colocar uma coluna em cima da outra a fazer o pino, soa-me algo pornográfica (no preço, claro)...
Com o dinheiro que aquele sistema custa, comprava um par de KEF Muon e uma casa nova...
TANNOY
Quando saí da sala da MBL, pensei para comigo: estes gajos estão surdos, ou sou eu? Quando entrei na sala da Tannoy, as monstruosas Westminster estavam a tocar tão alto - e tão mal - com amplificação Accuphase, que eu cheguei a pensar que o único tipo que lá vi sentado estava a cumprir pena...
A maior parte do tempo as KEF Muon estiveram apenas em exibição semi-activa, ou seja, com música de fundo, até porque a imponência delicada - passe a contradição, mas é essa mesmo a sensação que se tem perante elas - e o design futurista de Ross Lovegrove eram suficientes para impressionar qualquer visitante.
Mas eu tive oportunidade de assistir a uma demonstração formal das sua qualidades sonoras, e em verdade vos digo, que o som não se fica trás do aspecto, sobretudo o grave, que é tenso, intenso e extenso, e a imagem estereofónica é do tipo IMAX...
Todos os outros grandes sistemas em demonstração, no MOC de Munique, sofriam com a comparação, e alguns deles fizeram-me sofrer a mim. Mas, como sempre, houve agradáveis surpresas
ADAM
O espectacular OSS, Olympic Sound System, foi demonstrado numa sala atarracada, com amplificação Electrocompaniet, estando eu, que até gosto de ouvir no campo próximo, quase com o nariz em cima das colunas. Talvez por isso, ficou muito aquém do prometido. É bom? É, sem dúvida. Trocava as Muon pelas OSS? Não.
Trata-se de um sistema activo integral, concebido por Klaus Heinz, com 6.000W de amplificação, composto por 4 colunas por canal em alumínio: uma imponente torre que esconde dois altifalantes de 51 cm de diâmetro; torre de médio-graves com oito altifalantes de 9 polegadas cada; coluna de médios, com 2x6 unidades ART, tipo ribbon, em configuração dipolar (ou bipolar, pode optar); coluna de agudos com 2 x4 unidades ART. Tudo controlado digitalmente com processamento de 27 bits.
ANALYSIS
As Amphitryon são uma cópia descarada das minhas amadas Apogee, que, num momento de desespero, vendi, tendo um dos pares ido parar em boas mãos: o António Flórido. Pelo menos sei que estão a ser bem tratadas...
Mas comparar as Analysis com as Apogee é o mesmo que comparar o cú com as calças, perdoem-me a expressão. Há para aí críticos como Alvin Gold e Steven Cochlin a dizer que são do outro mundo. Ora eu, quando me cruzo com eles, é que tenho a sensação que eles andam noutro mundo...
AVANTAGARDE
Basta olhar para impressionar. Uma pessoa entra numa sala destas e sente-se pequenina.
Mas depois de ter ouvido as Trio Omega com o BassHorn de três módulos, il n'y a plus rien. Com dois módulos é bom, mas o som estava algo agressivo.
Com uma excepção: quando puseram a tocar o LP Stripped, dos Rolling Stones. Uau!
CABASSE
Fui lá à procura das “Esferas” e fiquei triste e desiludido: tinham-nas emprestado à revista Stereoplay para uma daquelas palestras longas, chatas e arrastadas, faladas e discutidas em alemão, sobre técnicas de gravação, à qual foi assistir, claro, depois conto, porque acabou por ser interessante.
Em lugar das “Esferas”, o distribuidor alemão da Cabasse ofereceu aos visitantes as Baltic II, que já tínhamos ouvido em Lisboa, e as Artis, que me lembram aqueles seres estranhos de outro planeta que aterram no deserto no início do filme “O 5º elemento”. O som está muito próximo de “La Sphère”, com excepção da coerência e extensão do grave.
JUNGSON
As Deity, assim se chamam, foram a primeira grande surpresa de Munique. A Jungson é uma das muitas empresas chinesas OEM, que fabricam equipamentos para marcas europeias, mas pelos vistos também têm ideias próprias. E que ideias!...
Estive para colocar as Deity na secção “Coisas Esquisitas” mas, depois de as ouvir, fiquei com muito respeito por elas: notável coerência de fase, decay perfeito, tímbrica e tonalmente muito equilibradas; excelente extensão do grave; imagem estereofónica absolutamente fabulosa, se considerarmos que foram demonstradas num contentor. Toda a restante electrónica era Jungson. Já ouvi muita “chinesice” na minha vida: esta deixou-me com os olhos em bico e com os ouvidos em paz...
MAGNEPAN
Sempre com amplificação Jeff Rowland, as 20.1 tocaram melhor que em anos anteriores, talvez porque a fonte era o LP. Mas depois de ter descido ao centro da terra, com alguns dos sistemas aqui descritos, falta-me a oitava inferior...
Muito mais importante foi a apresentação privada e exclusiva, numa suite do Hotel Renaissance, do Magnepan Custom System. Fica aqui uma foto para abrir o apetite. Irei publicar um artigo exclusivo sobre esta revolução doméstica do hifi. Você não sabe o que é WAF, wife acceptance factor, até ver e ouvir isto!...
MBL
Em Las Vegas a coisa correu mal e aquilo soou pior: falta de integração e som agressivo. As colunas atrasaram-se na alfândega e não houve tempo para montar tudo com rigor germânico.
Em Munique, não havia desculpas para aquilo que eu ouvi. A sala estava sempre cheia, claro. Mas eu acho que a maior parte das pessoas estava lá para “ouver” e não para ouvir o aparato tecnológico das MBL 450+Subs. Esta moda de colocar uma coluna em cima da outra a fazer o pino, soa-me algo pornográfica (no preço, claro)...
Com o dinheiro que aquele sistema custa, comprava um par de KEF Muon e uma casa nova...
TANNOY
Quando saí da sala da MBL, pensei para comigo: estes gajos estão surdos, ou sou eu? Quando entrei na sala da Tannoy, as monstruosas Westminster estavam a tocar tão alto - e tão mal - com amplificação Accuphase, que eu cheguei a pensar que o único tipo que lá vi sentado estava a cumprir pena...