JVH e Tube Dude no Hifi08 (bArtaudio)
O som de dois amplificadores, independentemente da sua origem ou génese, é tanto mais idêntico quanto mais idêntico for o seu comportamento no “detector de mentiras”, ou seja, no “null-test”, uma técnica polémica muito utilizada por David Haffler e Bob Carver nos anos oitenta, e que em Portugal tem Tube Dude como um dos seus defensores, embora com algumas engenhosas variantes.
O Null-Test (ver Media) consiste basicamente em comparar num osciloscópio o sinal original antes e depois de amplificado, feitos os necessários ajustes. Claro que uma coisa é um sinal de teste, outra é música, e nem sempre um bom desempenho estático corresponde a um bom desempenho dinâmico. Consciente disso, Tube Dude afirma, numa longa thread no Forum Hifi, que:
“Se com uma coluna como carga e com sinal musical, a saída é uma réplica exacta da entrada, esse amp não distorce, nem pode ser melhorado. Essa é a essência do meu 'null-test'...
Por outro lado, o amplificador é apenas uma parte de um todo, como o próprio Tube Dude admite:
“No caso dos amplificadores pode-se usar o null-test , mas isso apenas prova fidelidade à fonte e não a fidelidade de todo o sistema.”
E mais à frente:
“Quando eu falo em null tests e outras coisa no género, elas não são mais do que ferramentas para o design de amps, mas o árbitro final vai ser sempre o ouvido humano, e é apenas nele que deves confiar...”.
Mas podemos confiar nos nossos ouvidos? Parece que sim.
Na última convenção da AES, que se realizou em 3 de Outubro, em S. Francisco, a Liberty Instruments apresentou um trabalho técnico, intitulado “Detecting Changes in Audio Signals by Digital Differencing”, que responde a esta questão filosófica que tem feito correr rios de tinta (e de sangue audiófilo).
A Liberty Instruments desenvolveu o DiffMaker v3, um freeware que permite determinar a diferença absoluta entre dois registos áudio, retirando da equação as diferenças devidas a nível, tempo e frequência. O resultado é apenas o que mudou entre dois registos. Assim, é possível ouvir o efeito introduzido no som de um sistema por um componente ou acessório: cabos de sinal, coluna ou de sector, condensadores, resistências, desmagnetizadores, bases e pés antivibração, todos os tweaks que possa imaginar e, claro, leitores CD, amplificadores, etc.
Se não existir qualquer diferença ouve-se apenas silêncio na substracção digital de um registo por outro. Se se ouvir alguma coisa, então há uma diferença. Qual? Aqui é que a porca torce o rabo. Só os ouvidos é que podem responder...
Eis uma boa prenda de Natal. E é de borla...
P.S. Aqui para nós eu não consegui abrir os testes disponíveis em formato dyf. Mas talvez vocês consigam e me expliquem como. Enquanto espero vou tentando tocar de ouvido e descrever as diferenças que oiço. Porque lá que as há, há...
COMO ABRIR OS FICHEIROS DYF
No Audio Diffmaker, vá ao menu 'Dyf File Sets' e escolha 'Load a Dyf File Set'. Surgirá uma janela do explorador que lhe permitirá carregar qualquer dyf que tenha no disco. Ao abrir vai-lhe perguntar se quer guardar as faixas a comparar de forma definitiva no disco, ou apenas temporariamente (apagando-as quando abrir novo ficheiro dyf). Posto isto é só ouvir e comparar... ou ouvir a comparação.
Nota: Hificlube agradece a colaboração do leitor Vladimiro