Aspecto da assistência atenta ao concerto no Hotel Sana Metropolitan
Eu só apareci para a sobremesa (sou guloso por música) e em boa hora o fiz. “Maître” Gaspar tem uma mão especial para escolher discos e não se coibe de passar música e não apenas “som”, como é tradicional nos encontros audiófilos. Do mesmo modo que aceita com bonomia “discos pedidos”, algo também de pouco habitual em demonstrações públicas de áudio highend, pois pode pôr em risco a “coerência” da apresentação, isto é, pode revelar eventuais deficiências do sistema...
Se é verdade que as Revel revelaram a espaços uma certa “metalização” dos metais, passe a aparente redundância, e das cordas, no contexto de algumas das peças sinfónicas servidas, isso deveu-se sobretudo à natureza intrínseca dos registos, refiro-me ao carácter e não à qualidade do som que foi, de uma maneira geral, muito boa.
Jorge 'Maître'Gaspar foi o sacerdote oficiante
Bastou ouvir a Royal Philarmonic Orchestra, sob a batuta de André Prévin, captada pela Telarc, para fazer desvanecer quaisquer dúvidas sobre a excelência das Revel Salon II, em especial ao nível da dinâmica, da presença e da profundidade e estabilidade da imagem, patente também no notável enfoque dos registos operáticos exibidos e na claridade e transparência típicas de uma coluna de baixa distorção.
Muito bem também ao nível das nuances micro e macrodinâmicas patentes na reprodução da voz de Rebecca Pidgeon, The Raven, um disco que já ouvi mil vezes em todas as suas versões, incluindo SACD; no contraste das vozes e estilos de Cristina Branco e Sarah Vaughan e no ataque visceral do sax de James Carter (ver video: peço desculpa pela má qualidade da imagem).
Gostei particularmente da empatia acústica coluna/sala com o grave muito bem controlado, descendo bem fundo, nos registos dos pedais do orgão, sem “pegar” na sala com ressonâncias telúricas sempre impressionantes mas desagradáveis.
José Júdice: não é fácil passar para o lado de lá e sujeitar-se às críticas, por vezes injustas...
Tonalmente, as Revel Salon II soaram-me “secas”, no bom sentido de ausência de “sobredimensionamento” dos intervenientes, que foram exibidos à escala natural; ou ênfase nos registos médio-baixos, tão ao gosto “percutivo” americano, não sofrendo, contudo, da “esqualidez” nos médios e médio-altos que rouba naturalidade à reprodução musical, revelando assim boa linearidade de resposta.
Apesar da multiplicidade de unidades activas, à distância de cerca de 3,5 metros a que me sentei, sobre o canal esquerdo, embora não atingindo a perfeição de uma “point-source”, como a Quad 2905, nem a sua integridade, coerência e pureza tímbrica, que, admito, condicionou um pouco a minha apreciação acústica, pois tinha acabado de as ouvir, as Revel Salon II soaram-me como um todo coeso e particularmente dinâmico, neste aspecto na linha das Wilson Watt/Puppies e das excelentes Hansen Prince, que tanto me impressionaram na CES 2008.
Creio estarmos perante uma coluna extraordinária ao nível da concepção, da construção e da execução acústica. Embora reserve uma opinião definitiva com base em eventuais audições posteriores, esta audição preliminar constitui já um excelente indicador.
A Revel Salon II é uma coluna para todas as estações, mostrando-se à vontade com todos os géneros musicais, independentemente das forças em presença, adequando o palco às necessidades de espaço de coabitação. E por falar em coabitação pacífica, estão muito bem conseguidas em termos estéticos assim vestidas de lacado de piano.
Embora só me refira às Revel Salon II, que são afinal quem dá a cara pela equipa, o excelente leitor CD/SACD da EMM Labs CDSA e o fabuloso ASR Emitter II Exclusive Akku tiveram uma enorme responsabilidade no resultado final.
A vantagem destas tertúlias à volta da fogueira de um sistema único é permitirem-nos uma apreciação mais calma sem o stress de ter que visitar a sala ao lado e todas as outras salas de um show colectivo. Só assim foi possível dedicar-lhe uma hora de audição. Mais horas lhe teria dedicado não fora para tanto prazer tão curto o tempo...
Parabéns à Audiomania e à Audioelite.
Eu só apareci para a sobremesa (sou guloso por música) e em boa hora o fiz. “Maître” Gaspar tem uma mão especial para escolher discos e não se coibe de passar música e não apenas “som”, como é tradicional nos encontros audiófilos. Do mesmo modo que aceita com bonomia “discos pedidos”, algo também de pouco habitual em demonstrações públicas de áudio highend, pois pode pôr em risco a “coerência” da apresentação, isto é, pode revelar eventuais deficiências do sistema...
Se é verdade que as Revel revelaram a espaços uma certa “metalização” dos metais, passe a aparente redundância, e das cordas, no contexto de algumas das peças sinfónicas servidas, isso deveu-se sobretudo à natureza intrínseca dos registos, refiro-me ao carácter e não à qualidade do som que foi, de uma maneira geral, muito boa.
Jorge 'Maître'Gaspar foi o sacerdote oficiante
Bastou ouvir a Royal Philarmonic Orchestra, sob a batuta de André Prévin, captada pela Telarc, para fazer desvanecer quaisquer dúvidas sobre a excelência das Revel Salon II, em especial ao nível da dinâmica, da presença e da profundidade e estabilidade da imagem, patente também no notável enfoque dos registos operáticos exibidos e na claridade e transparência típicas de uma coluna de baixa distorção.
Muito bem também ao nível das nuances micro e macrodinâmicas patentes na reprodução da voz de Rebecca Pidgeon, The Raven, um disco que já ouvi mil vezes em todas as suas versões, incluindo SACD; no contraste das vozes e estilos de Cristina Branco e Sarah Vaughan e no ataque visceral do sax de James Carter (ver video: peço desculpa pela má qualidade da imagem).
Gostei particularmente da empatia acústica coluna/sala com o grave muito bem controlado, descendo bem fundo, nos registos dos pedais do orgão, sem “pegar” na sala com ressonâncias telúricas sempre impressionantes mas desagradáveis.
José Júdice: não é fácil passar para o lado de lá e sujeitar-se às críticas, por vezes injustas...
Tonalmente, as Revel Salon II soaram-me “secas”, no bom sentido de ausência de “sobredimensionamento” dos intervenientes, que foram exibidos à escala natural; ou ênfase nos registos médio-baixos, tão ao gosto “percutivo” americano, não sofrendo, contudo, da “esqualidez” nos médios e médio-altos que rouba naturalidade à reprodução musical, revelando assim boa linearidade de resposta.
Apesar da multiplicidade de unidades activas, à distância de cerca de 3,5 metros a que me sentei, sobre o canal esquerdo, embora não atingindo a perfeição de uma “point-source”, como a Quad 2905, nem a sua integridade, coerência e pureza tímbrica, que, admito, condicionou um pouco a minha apreciação acústica, pois tinha acabado de as ouvir, as Revel Salon II soaram-me como um todo coeso e particularmente dinâmico, neste aspecto na linha das Wilson Watt/Puppies e das excelentes Hansen Prince, que tanto me impressionaram na CES 2008.
Creio estarmos perante uma coluna extraordinária ao nível da concepção, da construção e da execução acústica. Embora reserve uma opinião definitiva com base em eventuais audições posteriores, esta audição preliminar constitui já um excelente indicador.
A Revel Salon II é uma coluna para todas as estações, mostrando-se à vontade com todos os géneros musicais, independentemente das forças em presença, adequando o palco às necessidades de espaço de coabitação. E por falar em coabitação pacífica, estão muito bem conseguidas em termos estéticos assim vestidas de lacado de piano.
Embora só me refira às Revel Salon II, que são afinal quem dá a cara pela equipa, o excelente leitor CD/SACD da EMM Labs CDSA e o fabuloso ASR Emitter II Exclusive Akku tiveram uma enorme responsabilidade no resultado final.
A vantagem destas tertúlias à volta da fogueira de um sistema único é permitirem-nos uma apreciação mais calma sem o stress de ter que visitar a sala ao lado e todas as outras salas de um show colectivo. Só assim foi possível dedicar-lhe uma hora de audição. Mais horas lhe teria dedicado não fora para tanto prazer tão curto o tempo...
Parabéns à Audiomania e à Audioelite.