Num certame com o pomposo nome de High Performance Audio, muitos dos expositores apresentaram como grande novidade as suas iPod Docks!...
Krell Kid/Papa Dock
A Krell já tinha mostrado o caminho com o seu “new KID on the block”, agora foi a vez dos fabricantes de amplificadores a válvulas, como, por exemplo, a Manley e a Shanling.
Manley Stingray II c/iDock
Shanling STP10
Outros fabricantes em tempos dedicados à excelência das fontes digitais apanharam também o comboio do Ipod. Foram vendidos 160 milhões de Ipod em todo o mundo. Não custa nada dar a entender aos consumidores que com a “dock” certa o iPod soa tal e qual como um bom CD.
BelCanto UltraDock
Destes o verdadeiro truque de magia à Las Vegas foi realizado pela Belcanto Ultra-Dock que, em associação com a Sonic Focus, transforma faixas de áudio comprimido e bandas sonoras da iTunes (vídeo, suponho) em 7.1 canais de som a 96kHz/24-bit!! Excuse me, importa-se de repetir?... Bom, pelo menos é o que eles dizem, que eu não ouvi, só vi o que ficou registado na foto...
Mas embora houvesse muitas salas onde a fonte privilegiada ainda era o bom e velho gira-discos analógico, são os “servers” agora que dão cartas em Las Vegas. No fundo, um “server” não é mais que a jukebox do século XXI. Põem-se centenas de CD lá para dentro registados numa hard-drive e cria-se um interface inteligente para seleccionar aquele que queremos. Até ao dia em que hard-drive pifar e vai ter de começar tudo de novo... Isto para não falar nas “toneladas” de jitter que nos “servem” com o sinal. John Atkinson testou o “server” da McIntosh e mediu jitter na casa dos nanosegundos, quando as melhores fontes digitais andam abaixo dos 150 picosegundos.
Talvez seja por isso que a Lyngdorf me disse que não vai comercializar o seu “server” enquanto não arranjar maneira de se ver livre do jitter.
Sala da Sooloos system c/ amplificação VAC e colunas Talon
De todos os “servers” que vi, o que me pareceu mais interessante, até por ter um interface intuitivo instalado num monitor touch screen com design moderno foi o Sooloos (não percebo para que são tantos ooos). E não fui só eu, porque vi o Ricardo Franassovici entrar para a sala de reuniões e ficar lá um tempão a conversar...
Sistema completo da Sooloos
A Sooloos funciona um pouco como a Nespresso: compra-se o controlador e a drive e podem depois arquivar-se os CDs em discos rígidos de até 3 terabytes, incluindo as capas para poder escolher com o dedo no ecrã! Segundo percebi, também se podem comprar já discos rígidos com CDs gravados.
Para já o Sooloos tem uma enorme desvantagem: aquilo funciona apenas como um arquivo de CDs. Não dá para fazer downloads da iTunes. Mas pode servir para carregar o seu iPod.
Sonneteer Morpheus
O Morpheus da Sonneteer, por exemplo, é um conceito wireless que faz streaming de áudio digital e pode ser ligado a 8000 estações de rádio da Internet e aos 20 000 sites de vídeo on demand. Como opção pode vir artilhado com leitor-CD e amplificador de 50W. Mais low end e mais jovem, portanto.
PS Audio Memory Link
Muito interessante também é a drive Memory Link da PS Audio. Lê os discos e vai registando sequencialmente até 3 minutos de música na cache interna de 64MB. Deste modo, diz o Paul McGowan, reduz o jitter para valores ínfimos de 0,5 picosegundos. E agora a contradição entre termos: a ideia é registar depois este sinal limpinho num “server”. I beg you pardon! O Sooloos, que é considerado o melhor, tem valores de jitter da ordem de 1 nanosegundo. Não será o mesmo que dar o ouro ao bandido? Mas como drive de um DAC externo como o Chord 64 é capaz de ser boa ideia, até porque é relativamente barato: 1650 dólares...