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2008

Ces 2008_parte 9: The Tape Project Ou Os Moinhos De Vento



Fiz uma merecida pausa para ir até ao Alentejo “ressacar” do excesso de gente de Las Vegas: depois de uma Feira com 150 000 pessoas e um hotel com 2 000 quartos, nada melhor que uns dias numa Pousada deserta no Marvão.


Numa época em que já se considera o iPod uma fonte audiófila (ver Parte 8), e que o sonho dos yuppies do som é ter um “server” na sala para lhes servir a música, um grupo de carolas juntou-se para comercializar cópias em fita magnética de matrizes a 15 ips. Segundo eles, que só trabalham com registos analógicos, é o mais próximo que alguma vez um audiófilo vai estar da matriz original. Nem CD, nem LP, nem SACD - nada se lhe compara.


Lembro-me que uma vez assisti na EMI/Valentim de Carvalho à transcrição de uma matriz dos Supertramp para LP e não havia comparação possível: o som da matriz não é só mais dinâmico, tem mais “substância”, mais conteúdo harmónico e, ao mesmo tempo, é mais denso e mais transparente, o que parece ser uma contradição entre termos, mas descreve bem a sensação de plenitude que se experimenta.

A mesma sensação que voltei a experimentar agora em Las Vegas, na sala da TAD, onde estavam presentes os promotores desta iniciativa quixotesca, cujo potencial acústico foi demonstrado à saciedade pelo excelente sistema de som instalado.


E digo quixotesca porque considero que esta iniciativa não tem qualquer viabilidade económica, nem mesmo nos EUA, a não ser que todos os revendedores de high end americanos optem por utilizar “tapes” nas suas demonstrações e levem os clientes a fazer o mesmo. Para começar o catálogo é extremamente limitado: dez títulos por ano! Depois, as fitas não podem ser reproduzidas em qualquer gravador de bobinas. Especificações sine qua non: 15IPS half track stereo and set to the IEC curve (formerly CCIR).
Technics RS 1500 'kitado' por Tim de Paravicini


O Technics RS 1500 (na foto) pode ser adaptado com uma cabeça de reprodução especialmente concebida pela Flux Magnetics e a electrónica a válvulas pela Bottlehead Corp.
Sala de demonstração de Tim de Paravicini no Hotel Venetian


Quem quiser ir mais longe só tem de pedir a Tim Paravicini (outro dos promotores) para “kitar” o seu Technics com válvulas ou à ATR Service Corp. se preferir o solid state.
Ampex ATR-100, como fonte de música na sala da TAD. no Hotel Venetian


Os mais exigentes podem ainda optar pelo Ampex ATR-100 (na foto) ou por um transporte da Studer Revox artilhado pela JFR Magnetic Science.


Como vêem é tudo material que qualquer audiófilo português arranja logo ali ao virar da esquina, embora eu conheça pelo menos um que sempre afirmou que ainda não há nada que bata um gravador de bobinas: Eduardo Rodrigues, da Pedro's Hifi. E tem lá gravações para o provar...


The Tape Project:


10 primeiros títulos a editar este ano

Embalagem da edição de Jacqui Naylor, The Number White (foto cortesia The Tape Project


Albeniz, Fruhbeck de Burgos - Suite Espanhola; Jacqui Naylor. The Number White; Dave Alvin, Black Jack David; Malcolm Arnold, Overtures; David Oikstrah - London Symphony Orchestra - Horenstein - Hindemith; Robert Cray, False Acusations; Bill Evans, Waltz for Debby; Mose Allison - Creek Bank; Sonny Rollins - Saxofone Colossus; Eiji Oue/Minnesota Orchestra - Exotic Dance from the Opera.


Mais informações:TAPE PROJECT


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