É um facto que vim a Munique com o objectivo declarado de ver e ouvir finalmente as furtivas CLX. A foto que publiquei em primeira mão mundial não lhes faz justiça, em especial a versão “Art design” em vermelho burgundy. Assim talvez já justifique o preço que pedem por elas: entre os 25 000 e os 30 000 dólares, conforme o acabamento da moldura - do mais simples em madeira clara ao mais luxuoso em alumínio lacado.
Há ainda uma versão CLX 25, comemorativa do aniversário da Martin Logan, em alumínio anodizado em negro ou cor natural (as que estavam em demonstração activa com amplificação McIntosh e fonte EMM), mas eu, sinceramente prefiro o “burgundy” e a minha esposa também.
Tal como eu as tinha descrito, as CLX são compostas por dois painéis: um painel CLS Xstat curvilíneo, igual ao de todos os outros modelos híbridos da marca, com 145 cm, montado lado a lado com um novo painel plano de duplo diafragma, também com 145 cm, e triplo isolador, um vertical e dois horizontais. O segredo da descida da resposta aos 40Hz reside sobretudo na “asa” lateral que impede que a onda frontal “veja” a onda traseira de fase invertida (trata-se de um dipolo) e se cancelem mutuamente quando o comprimento de onda aumenta na razão inversa da descida de frequência.
A “asa” ou “baffle” , assim como a caixa das “ferramentas” (fonte de alimentação, filtros, etc.) é composta de um material biodegradável à base de bambu com o nome comercial de EcoSound, pelo que quem as comprar fica com a consciência descansada: são terra e à terra hão-de voltar.
Ouvi-as durante cerca de meia-hora, com vários tipos de música, e a primeira impressão, além da velocidade, transparência e claridade que são ex-libris da Martin Logan, foi a de um som algo tenso e seco; dinâmico, sem dúvida, mas sobre o brilhante, com uma big-banda a soar eh...”big” mas mais “acutilante” do que estou habituado a ouvir ao vivo. O grave está lá e faz-se ouvir em faixas com boa batida como se de um altifalante convencional se tratasse. Mas atenção: para aplicações home cinema é aconselhável um subwoofer, pois a resposta em frequência é de 56Hz-23kHz.
À saída fiquei um pouco à conversa com David Allen para lhe agradecer a amabilidade de me ter facultado a foto da CLX em primeira mão mundial, fiz a fotografia da ordem e comentei “en passant” que as CLX era do tipo “high strung”. Allen, diplomático como sempre, confessou que aquele modelo tinha apenas uma semana de rodagem, e que elas se soltam ao fim de um mês ou dois, em especial o grave. O mais curioso é que no fundo da sala, por detrás de um painel promocional, as CLX soavam muito
mais naturais.
Ao contrário das colunas de painel único, como as CLS, as CLX precisam, tal como as Statement, nas quais se inspiraram, de algum distanciamento em relação ao ouvinte. Até porque utilizam um filtro divisor aos 360Hz.
As CLX são muito sensíveis (90dB) e, embora não sejam fáceis de alimentar, devido à baixa impedância nas altas frequências (0,7 ohms aos 20kHz!), não precisam de amplificadores muito potentes. Estou a pensar nos DarTZeel, com os quais devem fazer um excelente casamento, ou umas válvulas da Audio Research...
Na circunstância, cada CLX tinha como suporte um amplificador MC501. O prévio era o fabuloso C500 Controler/Tube amplifier, tendo como fonte um leitor CD/SACD da EMM.
A Martin Logan mostrou ainda o novo modelo Spire, que é um cruzamento das Vantage com as Summit com apenas um altifalante de graves de 10 polegadas e a frequência de corte aos 360Hz.