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2008

Highend 2008_ Parte 5: Coisas De Que Gostei Assim-assim



ACOUSTIC PLAN/VEENA

São dipolos, embora não sejam “planares”, electrostáticas ou ribbons, e não tocam nada mal. Lembram vagamente as Sonus Faber Elipsa mas o princípio é outro. Aqui fica esta singela referência. Pela terceira vez. Depois digam que não avisei...


ANALYSIS

Não sei se tomei os gregos de ponta por nos terem levado a taça da Europa. Mas desta vez não gostei dos amplificadores Ypslon, das colunas Mythos, idem das Analysis (na foto acima), que são uma espécie de sucedâneo das minhas amadas Apogee. Elas pensam que são Apogees mas não são - só parecem Apogees. Nem são full-ribbon: o grave é isodinâmico. Apesar de tudo, estavam a tocar um pouco melhor que em Las Vegas (ver video).
JVH c/ as Apogee Diva no Festival de Música da Póvoa do Varzim


Felizmente, as Apogee vivem agora na Austrália. E já era tempo de o Manuel Dias voltar a importá-las. Para eu me deixar fotografar com elas vinte anos depois, com mais vinte quilos de gordura e menos vinte gramas de cabelo...


AUDIO PHYSICS

Scorpio II, com amplificação Lindemann. A AF atingiu aquele ponto no desenvolvimento em que se está borrifando para impressionar o povão audiófilo. O som das suas colunas é neutro, suave e relaxado. Só têm um problema: a imagem holográfica só existe mesmo na sweet spot. Ora nestas ocasiões festivas a maior parte da pessoas (incluindo eu) ouve muitas vezes de lado e de pé. Portanto, quaisquer “críticas” a estas ou outras colunas devem ser lidas com a tradicional pitada de sal...


AUDIO RESOLUTION ELLIPSE

Hesitei em incluí-las na habitual secção das “Coisas Esquisitas” ou “Estranhas Formas de Vida”, que irei publicar lá mais para a frente (gastei a massa, agora tenho de fazer render o peixe...). Mas para meu espanto as Ellipse até nem tocavam nada mal: grave profundo, poderoso e controlado pelos amplificadores internos (activas). A fonte Esoteric era o novo X-05. Ajudou à festa - e muito. Eu sei porque tenho cá um em casa...

A construção é estranha mas tem lógica: forma cilindroelíptica (ohne parallele Wände=sem paredes paralelas) com o woofer colocado no topo (teria outro por baixo, estilo tandem?).


B&W/CYRUS

Um estranho casamento que só podia ter sido feito na velha Albion. Embora a B&W, aqui para nós, seja como o Manchester, pertence a um investidor americano. E o som estava um pouco americanado. Atenção: eu não disse amaricado! Fiquei até surpreendido pela fogosidade da amplificação Cyrus.


BÖSENDORFER

Uma marca aristocrática, de gente fina. De gente demasiado fina e de nariz empinado. E logo eu, que sou da região saloia. Nada a dizer do som das colunas: A Tribute to Our Ears, lê-se na brochura. Admito que tocam bem e a banda é muito mais larga do que as suas dimensões deixam adivinhar: Natürlichkeit des Originalbildes und spürbare Live-Atmosphäre. Que é como quem diz: verosimilhança do evento original e transparência da atmosfera “ao vivo”. Talvez.

Mas a vedeta não eram as colunas, era a Dra. (atenção: Doutora!) Anne-Marie Kern que “ao vivo” é tal e qual como na foto: competente e altiva. Reza a lenda que quando ouviu Caruso nas Bösendorfer terá dito: Caruso Is Alive. He sang for me. É curioso que, nos anos cinquenta, a bela soprano Anna Moffo já tenha dito o mesmo da sua própria voz, quando a ouviu gravada pela primeira vez...


ESOTERIC


A Esoteric jogou com a selecção toda, incluindo o amplificador a válvulas Model A-100. Até no vídeo se nota a característica limpidez do som Esoteric. O algodão não engana... (ver video).


EVENTUS AUDIO

Foi o melhor som que já ouvi às Eventus Nebula. O casamento de dois anos com os amplificadores Soulution começa a dar os seus frutos.


GAMUT

O amigo Pestana que me perdoe mas as Superior não me soaram superiores às Gamut Phi7. Trata-se, creio, de um semi-protótipo e estou certo que vão ser afinadas no bom estilo Gamut: sólido, ritmado e cheio. Lá robustas e bem construídas são elas...


HIRAGA



Mestre Jean Hiraga, um dos meus gurus de longa data, que me perdoe também, mas as suas colunas de “corneta metida na boca do lobo”, apesar da amplificação a válvulas Melody, soaram-me muito pouco melodiosas. Noutras condições, noutro local, com outro espírito, talvez... no M,O,C, não. Talvez nas catacumbas de Paris...(ver Memórias).


MONITOR AUDIO

Vivo com elas há uns meses e sei do que são capazes, que é muito mais do que mostraram em Munique. Mas para quem gosta de um som límpido e detalhado, com dinâmica abundante, o emparelhamento da excelente Accustic Arts com as PL 300 deixava muito pouco ou nada a desejar.

Fiquei bem impressionado com a qualidade da fonte, que tinha as características que normalmente atribuo ao “low-jitter”: novo Transporte de Referência c/Processador a válvulas da Accustic Arts.


MYTHOS

Eu acho que a Mythos é grega, e deve ter ido buscar inspiração na arte sacra da Igreja Ortodoxa. Acontece que parecem e soam muito pouco ortodoxas. Uma questão de tempo ou de espaço? The Sounds We Love, diz a excelente brochura, que relacionar os sons e os materiais com a natureza: a terra e o mar. Eu vi-me um pouco grego para os entender - aos sons, diga-se...


TRIANGLE

Impressionante set-up com as Magellan a dar a volta ao mundo do som para provar que a terra é redonda - não a música que me soou brilhante apesar da amplificação Octave. Talvez fosse da sala (reflexos secundários do tecto falso?) , pois gostei mais das Quatuor, que são mais baixas.


VIENNA ACOUSTICS

Voltei a não gostar das The Musik, apesar da amplificação Krell. Creio que o problema é meu, porque toda a gente à minha volta adorou. Será da desarticulação mecânica do corpo superior cuja visão influencia a “articulação” da minha audição?

Der Zeit ihre Kunst, der Kunst ihre Freiheit. Talvez não seja ainda o meu tempo, ou eu não tenha o espírito suficientemente livre de preconceitos para compreender esta obra de Arte “descontrutiva” de Gustav Klimt. Mas só vocês sabem como eu fiquei rendido às pequenas e clássicas Haydn Grand. Estarei a ficar conservador? O Jorge Gaspar ainda me vai obrigar a engolir um sapo de... Musik. Deus queira, que sim...


WILSON AUDIO

Pobres Duette. Eu ainda lhes propus contratarem o Luís Campos para “passar” música durante o Highend, de Munique. Mas aquilo é música que se toque? Na Alemanha, a pátria de alguns dos maiores compositores da humanidade? Plim-plim, tlim-tlim, tlum-tlumm...I rest my case...(ver video)

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