Muitas vezes pergunto-me o que me faz correr para Las Vegas pela enésima vez. A CES é dominada por electrónica de consumo que, embora me interesse enquanto utilizador, não entra nas minhas cogitações audiófilas. E o pior é que a CES, de tão mediática, é o tipo de Feira que já era antes de o ser. Todos sabem antecipadamente o que lá vão encontrar.
Do Venetian directamente para o seu computador, tudo sobre os Grandes Sons de Las Vegas
Uma vez mais vamos assistir a:
Batalha fraticida entre Blu-Ray e HD-DVD: com os primeiros a anunciar a adesão ao formato de mais estúdios, quando não mesmo a decisão há muito esperada da Warner optar definitivamente pelo Blu-Ray; e os segundos a exibir leitores HD-DVD ao preço da chuva;
Fabricantes de plasmas e LCD a anunciarem sem pudor que “a minha é maior que a tua” com a Panasonic a ameaçar exibir um plasma de 150 polegadas de diagonal com resolução de 1080p “and beyond”;
As grandes multinacionais (Panasonic, Philips, Sony, etc.) a anexarem todo o terreno disponível do Pavilhão Central, empurrando os pequenos e médios fabricantes para a periferia ou a mudarem-se para a CEDIA, como a Denon;
A área do áudio e cinema em casa nas mãos de fabricantes asiáticos com modelos avulsos copiados de marcas famosas.
O resto são ipods, jogos, consolas, computadores e telefones, robots e gente, gente, gente...
Perante isto, eu devia era ficar em casa quietinho a curar a constipação e a ler na internet o que lá se passou, pois vão lá estar milhares de repórteres que jogam em equipa e acabam sempre por chegar primeiro do que eu que sou só um e não tenho o dom da ubiquidade.
Mas isto é um vício, sabem, meus amigos, caro como todos os vícios, e igualmente mau para a minha saúde física e financeira. Regresso sempre tenso e teso. Mas feliz. Porque, na área que nos interessa a nós, audiófilos, a CES é um mundo, assim eu consiga ir a todo o lado.
No Venetian, há 190 salas de som highend. Algumas repetem-se de ano para ano. Mas é sempre preciso tentar pelo menos entrar em todas à procura das novidades. No Alexis e no St. Tropez, que ficam foram de mão e obrigam a uma deslocação de táxi, estão outras 80 salas de material esotérico, quase todo chinoca e a válvulas. Aquilo parece um bazar do Oriente com velas acesas e os lojistas à porta a convidar os jornalistas a entrar para tomar chá de jasmim. De tal modo que marcas como a Audio Research, Halcro e Wisdom resolveram transferir-se este ano para o Venetian, não vão pensar que também são fabricadas na China (lá chegaremos...).
Depois, há ainda os hotéis de luxo, onde se refugiam as grandes marcas audiófilas para fujir à multidão ululante. A Krell marca presença estática na Feira e demonstra por convite numa suite do Mirage, assim como a Wilson. A Martin Logan vai obrigar-me a gastar uma pipa de massa em táxi para verificar se é desta que vão demonstrar as CXL que me mostraram em segredo em Munique (veja aqui a descrição e a foto exclusiva: debaixo da capa está o segredo).
No meio disto tudo há o jogo, os fabulosos restaurantes e os espectaculares shows do Cirque Du Soleil (só me falta ver o Le Rêve, no Wynn), mas vou poupá-los aos pormenores sórdidos.
Desta vez vou equipado para poder publicar directamente de Las Vegas, logo a partir do dia 07 de Janeiro (assim o hotel Bellagio me disponibilize uma linha de alta velocidade) para não perder a corrida com as minhas congéneres online. Se tudo correr bem, os leitores do Hificlube vão ser os primeiros a saber algumas das novidades audiófilas.
Quanto à restante electrónica de consumo, eu não passo de um grão de areia na máquina de propaganda mediática, e não me peçam que me vá enfiar numa sala de congressos no meio de mil ou dois mil jornalistas só para ouvir a palestra do Bill Gates. Fico no quarto a ver na televisão...
Stay tuned.
Em baixo nos Artigos Relacionados, os leitores do Hificlube podem consultar as reportagens integrais de 2004 a 2007 para ficarem com uma ideia muito próxima do que vai ser 2008. Assim fosse tão fácil na vida...
Do Venetian directamente para o seu computador, tudo sobre os Grandes Sons de Las Vegas
Uma vez mais vamos assistir a:
Batalha fraticida entre Blu-Ray e HD-DVD: com os primeiros a anunciar a adesão ao formato de mais estúdios, quando não mesmo a decisão há muito esperada da Warner optar definitivamente pelo Blu-Ray; e os segundos a exibir leitores HD-DVD ao preço da chuva;
Fabricantes de plasmas e LCD a anunciarem sem pudor que “a minha é maior que a tua” com a Panasonic a ameaçar exibir um plasma de 150 polegadas de diagonal com resolução de 1080p “and beyond”;
As grandes multinacionais (Panasonic, Philips, Sony, etc.) a anexarem todo o terreno disponível do Pavilhão Central, empurrando os pequenos e médios fabricantes para a periferia ou a mudarem-se para a CEDIA, como a Denon;
A área do áudio e cinema em casa nas mãos de fabricantes asiáticos com modelos avulsos copiados de marcas famosas.
O resto são ipods, jogos, consolas, computadores e telefones, robots e gente, gente, gente...
Perante isto, eu devia era ficar em casa quietinho a curar a constipação e a ler na internet o que lá se passou, pois vão lá estar milhares de repórteres que jogam em equipa e acabam sempre por chegar primeiro do que eu que sou só um e não tenho o dom da ubiquidade.
Mas isto é um vício, sabem, meus amigos, caro como todos os vícios, e igualmente mau para a minha saúde física e financeira. Regresso sempre tenso e teso. Mas feliz. Porque, na área que nos interessa a nós, audiófilos, a CES é um mundo, assim eu consiga ir a todo o lado.
No Venetian, há 190 salas de som highend. Algumas repetem-se de ano para ano. Mas é sempre preciso tentar pelo menos entrar em todas à procura das novidades. No Alexis e no St. Tropez, que ficam foram de mão e obrigam a uma deslocação de táxi, estão outras 80 salas de material esotérico, quase todo chinoca e a válvulas. Aquilo parece um bazar do Oriente com velas acesas e os lojistas à porta a convidar os jornalistas a entrar para tomar chá de jasmim. De tal modo que marcas como a Audio Research, Halcro e Wisdom resolveram transferir-se este ano para o Venetian, não vão pensar que também são fabricadas na China (lá chegaremos...).
Depois, há ainda os hotéis de luxo, onde se refugiam as grandes marcas audiófilas para fujir à multidão ululante. A Krell marca presença estática na Feira e demonstra por convite numa suite do Mirage, assim como a Wilson. A Martin Logan vai obrigar-me a gastar uma pipa de massa em táxi para verificar se é desta que vão demonstrar as CXL que me mostraram em segredo em Munique (veja aqui a descrição e a foto exclusiva: debaixo da capa está o segredo).
No meio disto tudo há o jogo, os fabulosos restaurantes e os espectaculares shows do Cirque Du Soleil (só me falta ver o Le Rêve, no Wynn), mas vou poupá-los aos pormenores sórdidos.
Desta vez vou equipado para poder publicar directamente de Las Vegas, logo a partir do dia 07 de Janeiro (assim o hotel Bellagio me disponibilize uma linha de alta velocidade) para não perder a corrida com as minhas congéneres online. Se tudo correr bem, os leitores do Hificlube vão ser os primeiros a saber algumas das novidades audiófilas.
Quanto à restante electrónica de consumo, eu não passo de um grão de areia na máquina de propaganda mediática, e não me peçam que me vá enfiar numa sala de congressos no meio de mil ou dois mil jornalistas só para ouvir a palestra do Bill Gates. Fico no quarto a ver na televisão...
Stay tuned.
Em baixo nos Artigos Relacionados, os leitores do Hificlube podem consultar as reportagens integrais de 2004 a 2007 para ficarem com uma ideia muito próxima do que vai ser 2008. Assim fosse tão fácil na vida...