Rick Rubin, co-presidente da Columbia –e quem diz Columbia diz Sony – declarou no início de Setembro, numa entrevista ao New York Times, que a era do CD tinha acabado:
“Na era da música digital, com iPOds e todas as ferramentas para pirataria ao dispor dos consumidores, o nosso negócio é do período jurrásico. Se queremos sobreviver, vamos ter de reiventá-lo”.
Ora isto, vindo de um alto responsável de uma empresa que vende discos é, no mínimo, bizarro. A não ser que fosse o prenúncio de algo que estava para vir.
De facto, Rubin foi ainda mais longe ao afirmar que, no futuro, nem o iTunes vai escapar, porque o seu modelo assenta na necessidade de comprar um leitor dedicado. Talvez por isso Steve Jobs tenha lançado entretanto o iPhone.
Porque, no futuro próximo, é de música ao telefone que as grandes empresas vão sobreviver. Tal como acontece já hoje com certos pacotes de televisão por cabo, o consumidor paga uma mensalidade e vai ao servidor buscar a música toda que lhe apetece ouvir sem pagar mais por isso.
O que Rubin não disse é que, entretanto, a Universal Music, Sony BMG, Warner Music e EMI, se tinham associado à Sandisk para lançar um novo formato áudio: Slot-Music, que se baseia na venda livre de memórias miniSD prégravadas (pouco maiores que uma unha humana) – e isentas de DRM. Não ocupam espaço nas prateleiras e podem ser vendidas até nas caixas dos supermercados, junto às pastilhas elásticas.
Nota: Eu acho que estão a ser optimistas: com uma coisa tão pequena vai ser o gamanço generalizado, pois se até os CDs têm de ter “chips” de segurança...
As Mini-SD podem ser reproduzidas pela maior parte dos telefones da última geração e são vendidas com um adaptador USB para computador. Com 1 a 16GB de capacidade (apenas 1GB na fase inicial por causa do preço) contêm áudio MP3, imagens e até vídeo. E o consumidor pode utilizar o espaço extra para gravar as suas próprias selecções musicais. O preço será igual ou inferior ao dos actuais CD. E a qualidade do som, dizem, é “CD-quality” (onde é que eu já ouvi isto?).
Quando o telefone toca...
Percebo agora a lógica do novo modelo de DAC da Chord. O QBD76 é o sucessor do DAC64 e, além da qualidade do som que saca dos CD (e me está a deixar completamente rendido – teste em evolução fascinada) tem um receptor Bluetooth. Liga-se o telefone, PDA, PC, etc. carrega-se em play numa música gravada na memória e ele faz o “lock” e...o telefone toca no seu sistema de som!...
Há muitos, muitos anos, publiquei um artigo no DN, intitulado “Nostradamus”, onde prefetizei tudo isto. E em 1992, num artigo intitulado “Audio Espacial”, publicado na revista Audio, avisei os leitores do que já veio e do que ainda está para vir. Tenham medo, tenham muito medo...
O fosso entre audiófilos e os...outros, os consumidores “normais”, é cada vez maior e tem tendência para aumentar. De um lado o telefone, do outro...o LP, cuja notícia da morte prematura foi muito exagerada. Veja-se o sucesso do lançamento dos SME pela Imacústica.
No futuro, será o LP a única fonte audiófila disponível no mercado para justificar o investimento em sistemas highend? Quem diria que o mundo gira ainda a 33 r.p.m. ...
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