Não, não é o famoso hit de Space Oddity, de David Bowie (1969), mas arrisca-se a ser um sucesso também. Ground Control é o mais recente tweak da AudioPrism. Lembram-se da polémica da CD SpotLight, com a qual a AudioPrism propunha que se pintassem as bordas dos CD de verde para absorver os “restos” de luz do laser que se perdiam no interior do disco em alta rotação e provocavam jitter? Publiquei até um artigo de humor na famosa última página negra da revista Audio a brincar com esta história da carochinha, que afinal tinha bases científicas.
E do mais recente CD Blacklight, um estabilizador fosforescente, que exposto à luz brilhava como uma imagem da nossa senhora de Fátima, daquelas que os turistas compram para colocar na mesa de cabeceira e me deixavam aterrado, à noite na cama, quando eu era miúdo?
Pois, desta vez, a AudioPrism acertou no jackpot com o Ground Control. É de todos os acessórios da AudioPrism, que eu já testei, o que tem resultados mais óbvios para qualquer pessoa.
Que o digam alguns dos importadores e visitantes do recente Highend, de Aveiro, que tiveram o privilégio de assistir às minhas experiências secretas com o novo tweak da AudioPrism.
A minha intenção, ao levar comigo algumas amostras para Aveiro, foi apenas científica, e não comercial. Como diz o tipo da banha-da-cobra, eu não fui lá para enganar ninguém, até porque era também a minha primeira experiência com o Ground Control. E o facto de ter sido feita em público - e com o público - ajudou-me a acreditar que não era eu que estava a ouvir coisas.
Aquilo tem de facto um efeito positivo (e reversível!) no som das colunas: o foco, a definição e o silêncio de fundo melhoram audivelmente. Mas afinal o que é o Ground Control?
O acessório, que se vende nos modelos Standard e Gold, apresenta-se nas versões forquilha, banana e RCA. As duas primeiras colocam-se no borne negativo das colunas e/ou dos amplificadores e a RCA numa qualquer entrada (negativo também) do prévio ou integrado. As minhas experiências dizem-me que só as versões para coluna/amp produzem um efeito imediatamente audível.
Aparentemente, não passa de banha da cobra. Como é que uma forquilha na ponta de um anel de fio magnetizado de transformador, muito fino (num loop com 40 metros!) revestido de tecido, pode alterar – para melhor – o som de uma coluna? Beats me, really, guys!
Bom, talvez não passe afinal um filtro RF. A Audioprism diz que é uma terra virtual, eu diria antes uma terra-de-bolso, que se pode levar para todo o lado. Para o Hotel Melia, por exemplo, onde com tanta electrónica ligada à rede, uma referência de terra limpa pode produzir efeitos benéficos. As vozes ficam mais claras e fáceis de entender, o grave ganha contornos e o palco sonoro relevo. Tudo parece ficar mais definido no espaço.
Cá em casa tenho uma vara de dois metros de cobre enterrada no quintal. Com uma terra desta qualidade, o Ground Controlnão devia fazer qualquer diferença. E, de facto, não faz a mesma diferença que todos nós ouvimos em Aveiro. Mas num prédio de apartamentos na cidade...
A Audioprism apenas comercializa a invenção, cujo autor é Bud Purvine, o conhecido fabricante dos transformadores O-Netics, que colaborou com a McIntosh na época áurea dos amplificadores a válvulas.
Na secção Media, os leitores podem abrir um pdf com a explicação mais ou menos científica mais ou menos comercial do funcionamento do Ground Control. Para quem não domina o inglês, posso adiantar que o GC é uma tentativa bem sucedida para emular a velha referência de terra em estrela, que se utilizava antigamente nos amplificadores a válvulas, e que os novos amplificadores dispensaram a contar com a terra que a companhia de electricidade nos fornece nas nossas tomadas: uma autêntica esponja de lixo electrónico tóxico que pode estar montada a quilómetros da nossa casa...
Em Aveiro, experimentei o GC nas colunas Monitor Audio, nas TAD, nas Focal Diablo e nas Sonus Faber. Com todas elas os resultados foram positivos (atenção: a banana ou forquilha é montada apenas no negativo de ambas as colunas) e foram de tal modo audíveis que o Delfim Yanez e o José Filipe queriam comprar-me logo ali os acessórios.
Na sala da Imacústica, montei o GC nos amplificadores da Devialet. Todos os presentes ouviram diferenças para melhor. O Luís Campos estava fora de si e pediu mesmo licença para dizer uma asneira, que lhe foi concedida, mas não utilizou por pudor. Ou como deixou escapar há uns anos na rádio em directo um conhecido locutor: cum c*******, senhores ouvintes!...
Mais definição, mais controlo, mais espaço, mais silêncio, mais informação. E basta retirar os acessórios para tudo voltar para trás, o que significa que estão lá a fazer alguma coisa...
Os preços andam entre os 150 e os 250 dólares. Não é preciso alterar nada, soldar nada, pelo que não perde a garantia das colunas. E eu acho que quem resolver importar isto (ou comprar directamente), pode dar-se ao luxo de fazer uma campanha de “experimente hoje, pague amanhã”, porque isto primeiro estranha-se, depois entranha-se...
A diferença não é tão óbvia que eu arriscasse o meu pescoço num teste cego. Mas se houver interessados em distribuir esta “magia negra”, eis os contactos:
AudioPrism
Bryan Collet
E, já agora, digam que vão da minha parte. Juro que não tenho qualquer percentagem que não seja no prazer acrescido que vão ter com os vossos sistemas e a consciência do meu dever de audiófilo cumprido... Teste da SixMoons Teste da Stereo Times