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2011

Ces 2011: Áudio Do Arco-da-velha: Audible, Audio Powers, Cayin, Earo, Everything But The Box, Jadis, Ocean, Perfect 8, Silbatone, Soundlab, Thiel, Trenner&friedl, Zu Audio , Not For Sale

Ces 2011: Áudio Do Arco-da-velha: Audible, Audio Powers, Cayin, Earo, Everything But The Box, Jadis, Ocean, Perfect 8, Silbatone, Soundlab, Thiel, Trenner&friedl, Zu Audio , Not For Sale

  AUDIBLE
 
 

 
 
Primeiro, monta-se um altifalante Fostex full range num violoncelo sem cordas, depois dá-se-lhe um nome de casta de vinho: Merlot, Pinot Noir, Burgundy. De Pinot Noir, gosto muito. Deste, nem por isso. Mas estes gajos pensam que nos podem vender tudo o que lhes passa pela cabeça, só porque somos audiófilos aka maluquinhos do som?!...
 
 
AUDIO POWERS
 
 
 
 
 

Os amplificadores, que utilizam válvulas 833TNT (designação bem apropriada para estas válvulas!) são espectaculares e tocam rock como ninguém. Nada de quartetos de cordas, flautas e pífaros: rock da pesada. Uau! Levam o prémio “Arco-da-velha 2011”...
 

 

E a malta da Audio Powers também tem muito rock e muito power nas veias. Great stuff, man!... 


CAYIN
 
 

 
 

De uma coisa ninguém pode acusar a Cayin: de falta de imaginação. Os circuitos de amplificação a válvulas poderão ser convencionais e até utilizar as vulgares KT88 e 12AX7. Mas as caixas saltam à vista!...


 
 

 

O amplificador com paredes de vidro é o Qualia Indigo Tube Monaural Power Amplifier “Altitude”. Ainda pensei que era “Atitude” mas não era mesmo “Altitude”.

 

O som era bastante melhor que o inglês da brochura, que está ao nível das traduções dos meus textos pela Google. A propósito publiquei em 2004 , na antiga página do Hificlube, um artigo intitulado O carteiro toca sempre duas vezes com alguns exemplos caricatos...

 

Como a Qualia tem escritórios em Palos Verdes, na Califórnia, podia ter contratado alguém para fazer a revisão. Esta deve ser a maior algaraviada em inglês que já li num catálogo.


EARO
 

 

 
 
Earo Eight, coluna activa com altifalante único full range, do tipo Fostex, de origem escandinava. Ao contrário de outros modelos com idêntica configuração soam muito naturais. As cores são demasiado “chamativas” para o gosto meridional.


 




EVERYTHING BUT THE BOX

 
 

 
 
O nome está bem caçado. Na verdade, as caixas estão lá: são esferas estilizadas. O som de caixa é que talvez não. Em teoria, dentro de esferas não se formam ondas estacionárias. Mas é impossível abstrair-nos de que as colunas estão ali à nossa frente, tal o excesso visual. Interessante ou apenas diferente? Novidade, novidade,  não são, pelo menos para os leitores do Hificlube (ver reportagem do Highend 2010).
 

 

 
 
São búlgaras, fabricadas em alumínio e resina de poliester e vendem-se em todas as cores do arco íris. A nossa Megaudio fazia um brilharete na CES. Isto se, de facto, o que se pretende é bom som e não fogo-de-artifício. O subwoofer lembra o pião do tempo de Flash Gordon...


 
 








JADIS











Delicioso som de válvulas, numa sala enorme. Não sei como se designam as colunas de corneta. Mas eram as colunas mais pequenas que estavam a tocar o inefável Stimela. Talvez Eurythmics IV. Requinte francês para americano ouvir. A sala estava vazia. Pérolas a porcos?... 






OCEAN WAY AUDIO

 
 

 
 
Ouvir música com monitores Ocean é uma experiência inolvidável. Nós pensamos que as colunas comerciais têm graves até ouvirmos isto a rosnar. Amplificação: Viola.
 


 
Não admira que George Lucas as utilize no seu estúdio do Skywalker Ranch para reproduzir as baixas frequências galácticas...




PERFECT EIGHT

 
 

 
 
May the Force be with you. Aqui coloca-se a questão de quem foi primeiro: o ovo ou a galinha. A Waterfall ou a Perfect? A Crystal já sabemos que não foi a inventora das colunas com paredes de vidro. Não sei se o PC (Partido Comunista Português) pode exigir direitos de autor.
 
 
 


 
 
As Force são suiças e o preço é bem capitalista. Com amplificação Ypsilon de que não tenho sido ultimamente particular fã, soaram muito bem com música clássica. 
 
 

SILBATONE
 
 

 
 

Em Munique, quando entrei na sala, as enormes cornetas Western Electric surpreenderam-me. Desta vez, eu já estava preparado. As Western estavam reforçadas com unidades de médios e agudos. Mas aquilo tinha muito tamanho e pouco rastilho! Havia ali qualquer coisa que não estava bem. Olhei para a minha mulher, e ela desatou a rir e fugiu da sala, quando eu exclamei em voz alta em português: mas que raio de som é este?! O meu Tivoli toca melhor que isto, disse ela cá fora. Mas eu não desisti, e voltei ao local do crime.


 

 
 
De repente, entram uns tipos no palco sonoro. Não resisti a filmar a cena. Parece que os altifalantes full range na garganta da corneta não estavam a tocar, a avaliar pela expressão do tipo que meteu a cabeça na boca da coluna. Cheguei a pensar que ele se ia atirar lá para dentro. Lá puseram a coisa a tocar, e o som melhorou substancialmente, mas entretanto acabou-se a bateria da máquina, pelo que só registei o mau som e a cena que acho impagável. Pensando bem, o meu material também falhou, pelo que estamos todos desculpados...


 

 

Lá dentro, havia um par de colunas do tempo da minha avó, montadas em cima de uma mesa, a tocar baixinho. Depois, desligaram-nas. Parece que o som que faltava nas colunas grandes estava a sair pelas pequenas...

 

Estes episódios são fundamentais para manter o moral alto quando o jetlag nos puxa para baixo. Sobretudo, depois de saber que os amplificadores a válvulas custavam 150 000 dólares. Ah, mas usamos válvulas raríssimas da Siemens e da Marconi que já não existem em lado nenhum do mundo. Eu acho que o meu avô tinha um caixote com válvulas destas no sotão do tempo da primeira guerra. Terei deitado aquilo fora?...


SOUNDLAB
 
 

 

Sabem que sou um fã da Soundlab. Mas até esta marca famosa pelas dimensões (demasiado) generosas das suas colunas electrostáticas, não consegue fugir às exigências do mercado. Há cada vez mais esposas que batem o pé às excentricidades audiófilas dos maridos: Nem penses pôr aqui na nossa sala estes monstros, que até assustam as crianças – e a minha mãe, coitadinha. Queres som electrostático?, compra colunas de encastrar nas paredes...

 

A Soundlab fez-lhes a vontade. Atenção, a coluna de som é só o “miolo” central, a caixa de madeira à volta faz aqui as vezes da parede da casa. Toca bem? Toca. Tão bem como os “monstros” que estão na foto atrás delas? Nem pensar. Curioso o facto de estas serem as primeiras colunas electrostáticas do mundo que não precisam de ser ligadas à corrente!...


THIEL
 

 

A Thiel fez 30 pares de 3.7 Gibson. Os acabamentos das caixas foram feitos na própria Gibson Custom Shop.


Os americanos adoram estas coisas, e os 30 pares já estão encomendados. São lindas e tão macias ao toque que se tornam quase sensuais. Revivalismo e alta tecnologia de mãos dadas.


 




TRENNER&FRIEDL

 
 

 
 
De tweeters de diamante já todos ouvimos falar. Mas estas colunas utilizam um diamante a sério.
 



 
 
Bom, no fundo é um cristal da Swarovsky lapidado segundo a golden-ratio, que funciona como dispersor do supertweeter a 360º montado numa corneta Tactrix. Mais um adepto da sequência de Fibonacci. Mais uma peça de áudio do arco-da-velha...
 



 
 
As Duke custam 180 000 dólares. Um dote demasiado elevado para uma cara tão feia. Ainda se o dispersor fosse um diamante verdadeiro...
 
 


 
 
Se bem me lembro o som era bom. A amplificação era da Jeff Rowland. Foi aqui que se ouviu o primeiro produto digital de sempre da Jeff Rowland: o USB DAC Aeris.
 
 
ZU AUDIO
 

 


As novas colunas Dominance tocaram a contento deste crítico. Também por 45 000 dólares não seria de esperar menos. Estranhei que um SET da Yamamoto produzisse aquele som todo, mas afinal havia outro: os graves estavam a ser puxados por um amplificador Pass 30.5, também de Classe A. Som de classe A, indeed.
 
 





NOT FOR SALE
 
 

E termino de novo com a Not For Sale, por ser algo de inusitado no universo do áudio. Um grupo de carolas paga do seu próprio bolso o espaço no The Show, pede equipamento emprestado (desta vez tinha um par de saudosas Apogee Stage c/subs), e passa os quatro dias do certame em audições e libações várias.

 

Não vende, não compra, não exige nada. Não pede opiniões, nem as dá. Não se justifica nem quer justificações. Oferece música e copos (branco e tinto) a todos os que vierem por bem...

Bem hajam, pois. Até para o ano.
 
 
 
 
 

Ces 2011: Áudio Do Arco da velha: Audible, Audio Powers, Cayin, Earo, Everything But The Box, Jadis, Ocean, Perfect 8, Silbatone, Soundlab, Thiel, Trenner&friedl, Zu Audio , Not For Sale


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