Parte 7 – Jardins de Som – audições de JVH
JVH continua a sua peregrinação auditiva, agora pelo ´Jardim de Sons´
Sala Ajuda I – Ultimate Audio
‘O que as define é a precisão geral das imagens no amplo espaço habitado pelos músicos, com perfeita definição de timbres e relações espaciais, que tornam o ouvinte num espectador privilegiado, tal a sensação de realidade e presença.
A integração da gama média e do agudo é tão perfeita que se diria estar na presença de um transdutor electrostático. E não me refiro apenas ao tweeter-de-fita, do tipo ‘quasi-ribbon’, cujo princípio de transdução é similar, refiro-me à velocidade de resposta das unidades de médios e à total ausência de ‘overhang’, que se traduz numa resposta transitória alucinante e um patamar de silêncio de um negrume fantasmagórico.
Com as Raidho não se parte em busca das grandes massas orquestrais, pois a capacidade para deslocar ar é limitada, daí o recurso a um ‘subwoofer para se impor na enorme sala Alter-Real.
Com as Raidho, procuram-se as correctas relações de espaço e tempo, que distinguem a técnica interpretativa da arte pura e transformam a audição de um disco – de qualquer disco, de qualquer tipo de música – numa experiência sensorial gratificante.
Transparência, elevada resolução e focagem exemplar de todos e cada um dos intervenientes no amplo palco da imagem estereofónica.’
In reportagem audioshow 2017
A Big Band de Harry James soou, eh, BIG! ...
O ano passado escrevi isto sobre o desempenho das Raidho 2.1, então apresentadas pela Delaudio. Não foi por a Raidho ter mudado a distribuição para a Ultimate Audio que algo mudou na qualidade destas colunas dinamarquesas. Se mudou foi para melhor, porque o modelo 4.1 tem uma resposta de graves notável para uma coluna tão ‘estreita’, e não precisa de subwoofer para nada.
A Big Band de Harry James soou, eh, BIG! O ataque da tarola e dos metais é alucinante. E o brilho, aparentemente excessivo, é assim mesmo que soa ao vivo, para quem já ouviu um trompete a poucos metros.
O mesmo se pode dizer do concerto de Vivaldi. Ouvi as 4 Estações, ao vivo, em Veneza, e a sensação é exactamente esta, incluindo o ressoar das cordas baixas na acústica da sala.
As Raidho 4.1, que custam 117.000 euros, atenção!, não são simpáticas para registos menos cuidados, como se provou quando Jorge Gaspar passou uma gravação ao vivo de uma cantora notável, que não consegui identificar (o Jorge Gaspar tem sempre uma surpresa na manga...), com excesso de fricativas e sibilância mas com muita atitude.
Quase que dá para ver que Anette Askvyk é loira!...
Mas a voz de Anette Askvyk, numa produção de estúdio, soou perfeita, com presença e todo o detalhe de quem nos canta ao ouvido, incluindo o som das bolhas de saliva e o jogo dos lábios e língua para articular as palavras, como podem constatar nos vídeos abaixo. Quase que dá para ver que é loira!...
Sala Ajuda III - Ajasom
A primeira sensação é de espanto, depois de incredulidade. Há até quem vá lá ver para acreditar que são mesmo aqueles ‘ananases de Marte’ que estão a tocar a música que se ouve na sala toda. Eu já ouvi as mbl radialstrahler dezenas de vezes e continuo incrédulo.
Muito recentemente, nos preparativos para o audioshow 2018, fiz uma visita ao auditório da Ajasom-Damaia, e publiquei uma descrição com análise auditiva no Hificlube, onde tento explicar o princípio de funcionamento e os resultados sonoros, que podem ler aqui.
Tudo o que eu lá escrevi se aplica como uma luva ao que se ouviu na Sala Ajuda III, e passo a transcrever alguns excertos, que não dispensam a leitura integral do teste auditivo acima referido:
‘o ponto de escuta, a chamada ‘sweet spot’, não é tão crítico, e é até bastante ‘alargado’, não nos obrigando a ficar sentadinhos no lugar. Pode andar pela sala, sem que isso afecte muito a tonalidade e a estabilidade.’
…’os pontos fortes são a naturalidade do som e a forte sensação de presença física, num palco holográfico com projecção verdadeiramente 3D...’
…’a reprodução da ambiência e da reverberação e o ‘decay’ das notas é absolutamente fascinante, assim como o timbre dos instrumentos...’
…’há momentos em que a presença do saxofone chega a assustar, como se saísse de rompante de dentro daquele balão... ‘
‘…esta é uma audição imprescindível e urgente, pois nunca ter ouvido as mbl 101E é uma falta grave na cultura audiófila de qualquer pessoa. Depois de as ouvir, vai perceber...’
Tal como no auditório da Ajasom, o que se ouviu foi: ‘um ‘som irradiante’ – e radioso – que nos obriga a redefinir o conceito de altafidelidade na reprodução de música gravada’.
Aqui ficam dois curtos vídeos que, de alguma forma, ilustram o que fica dito quanto à reacção das pessoas e ao som que as mbl produzem:
Stay tuned (continua)
Atenção: não se esqueça de participar no Sorteio do Hificlube.
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