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Audioshow 2013 - Parte 2

Cartaz do Audioshow 2013, na fachada do Pestana Palace (cavalariças)

Por junto, terei publicado 200 reportagens de hifishows e afins, incluindo, claro, todos os audioshows, mesmo quando a razão ditava não ao coração.


Podia puxar dos galões e dizer que o “nosso” show é como o país que temos: enfim não está mal, só que lá fora é que é bom. Mas não. Em Lisboa, jogo em casa, e sinto-me orgulhoso do povo audiófilo a que pertenço, que engloba os organizadores, distribuidores, demonstradores e visitantes. Todos. Com matizes que só a amizade sabe gerir.


Há profissionalismo, bom gosto, bom atendimento, comportamento informal mas civilizado. E entusiasmo, conhecimento de causa e desejo de conhecer. E os leitores. De há muito. De há pouco. Posso fazer-lhe uma pergunta? E os reencontros de amigos. Ora deixa cá ver, a última vez que nos vimos faz agora um ano... no audioshow! E rimo-nos. O tempo passa, a paixão pelo áudio fica. É ela o elo. Que nos liga. Mal ou bem.


Gravo aqui, sob ameaça de copyright violation, fotografo acolá, esta flashada não saiu bem: delete, try again, filmo tudo à volta, arriscando-me a violar em público também as privacidades alheias, entro numa sala, sento-me, ou não, e saio agora para entrar depois na sala ao lado e dali para a do fundo com fila à porta. Paciente. Nem sempre. E regresso uma e outra vez. Ou não. Que isto de escrever não é um dever é um prazer. Ai, que prazer ter um dever e não o fazer...


Sistema highend ou lowend, caro, barato, de preço estratosférico ou mesmo em conta, se ao menos tivesse dinheiro na conta. Soa bem, soa mal, está frio, é da acústica da sala, do soalho que vibra, do tecto alto, da música baixa, do ruído dos sacos de plástico da Focal, da porta que bate, da gente que fala, que espreita por trás da coluna, do debate alargado no corredor estreito: isto é que é bom, ou nem por isso, eu acho que, talvez um dia, nunca se sabe, já ouviste aquele?, ai se eu o pudesse comprar...


Os shows são todos diferentes e todos iguais. O nosso é diferente, porque sim, e não por ser mais igual que os outros. E eu leio a surpresa, o espanto nos olhos dos estrangeiros que entrevisto. Não era esta a imagem que tinham de Portugal. Das suas gentes. Dos audiófilos nacionais e da sobriedade educada do seu entusiasmo.


Ah, Lisbon what a wonderful city! E o Pestana Palace, o rio de prata lá em baixo, a ponte, a vossa golden gate, ligando as duas margens: it’s like a dream when I look out of the window... and the food, my God, the food! E a diversidade cultural, a história gravada em cada pedra da calçada íngreme, o gosto musical, a pose natural.


Há aqui pessoas de todas as idades. E muitos jovens, mulheres e até crianças. Todos parecem felizes. Será da luz morna da cidade branca? Do sol ou do som? I wonder...


Mas o país não está afinal na bancarrota?, perguntam.


Portugal, como um todo histórico e cultural, geográfico até, porque não?, devia ser considerado património da humanidade, pronto. Voilá, la solution...


Pois eu acho que o maior património da humanidade é o povo português.

Cartaz do Audioshow 2013, na fachada do Pestana Palace (cavalariças)


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