‘The Best Show on Earth’ realiza-se no M.O.C., em Munique, nos dias 18 a 21. JVH vai estar presente para fazer a cobertura jornalística do evento. Leia o melhor texto em Português e veja as melhores fotos e vídeos aqui no Hificlube.
Todos os anos por esta altura – e já lá vão quase 30 anos – sou confrontado com o mesmo dilema: informar depressa, com base na imagem (fotos, vídeos), ou informar bem, com base no texto e na descrição pormenorizada dos equipamentos. Em ambos os casos, é preciso tempo: no primeiro, para editar e publicar as fotos e os vídeos, que os leitores consomem como pastilha elástica; no segundo, o texto ainda que sucinto teria de ter as proverbiais mil palavras por cada imagem simples, e não há ninguém que em ‘tempo útil’ (e, por útil, hoje, entende-se imediato) consiga descrever por palavras o que aconteceu em 500 salas com 1 500 marcas, no meio de milhares de visitantes.
Uma solução adoptada pela crítica internacional é ‘falar’ apenas das novidades porque, de facto, sala após sala, muitas vezes o que vemos e ouvimos são as mesmas pessoas, no mesmo local, com o mesmo equipamento a tocar a mesma música. Já escrevi em outros anos que, se utilizasse imagens de ‘shows’ anteriores, ninguém daria pela diferença.
A organização tem consciência disso e consegue todos os anos obter um justo equilíbrio entre continuidade e evolução, com novas iniciativas, como o ‘quiosque’ exclusivamente dedicado aos auscultadores ou até um apontamento de carácter humanitário com um sorteio de umas colunas ucranianas Volya. Este ano ofereceram o modelo NoLimits (foto em baixo), que parece um ‘woofer’ gigante, no valor de 30 mil dólares para o sorteio, cujo receita reverte a favor do Centro de Oftalmologia Pediátrica do Hospital Universitário de Saarland.
Mas cada ‘Highend’ tem uma identidade própria que se reflecte nas tendências, isto é, qual o rumo do áudio, para além da megalomania (que nem sequer é a única mania…) do tamanho, do peso e do preço. Não é difícil encontrar no M.O.C. (o correspondente à nossa FIL), colunas do tamanho de ‘bungalows’ ou que custam tanto como uma casa; gira-discos com centenas de quilos; e auscultadores e cabos de dezenas de milhares de euros, que parecem jibóias estendidas no chão, cuja justificação ‘científica’, só por si, ocuparia o editor durante uma semana. Mas este ano temos também, por exemplo, o que será talvez a universalização do MQA, com cada vez mais marcas a adoptar o formato, incluindo Audioquest, Aurender, dCS, Esoteric, Krell, Lumin, Mark Levinson e muitos mais. E também o regresso do ‘som surround’ agora com 26 canais controlados por processamento digital, metade dos quais no tecto (ver foto).
Muitos dos principais fabricantes americanos já desistiram da CES, que foi um fracasso este ano, e apostam agora forte no poderoso mercado europeu, sobretudo na Alemanha, que é o motor da economia da UE. Quer se goste ou não, os factos estão aí para provar e basta olhar para o High End Show para perceber para onde correm todos os rios do áudio europeu e mundial.
Finalmente, temos a polémica anual da ‘feira de vaidades’: qual o melhor som? Há quem adore polémicas e vá lá só para ‘fazer sangue’ tipo ‘troll’, declarando preto-no-branco que este som era ‘o melhor’ porque sim, ou que o ‘som’ que a revista concorrente escolheu não passa de uma ‘joke’, muitas vezes de acordo com preconceitos ou interesses mais ou menos obscuros (estão neste caso, muitos repórteres americanos); e quem fuja da polémica como diabo da cruz (a maior parte dos britânicos), alegando que não há condições num ‘show’ para ouvir os equipamentos em condições, o que até é verdade mas também é muitas vezes por preguiça. Eu vejo-os lá pelas ‘capelinhas’ e pelos bares…
Ou quem, como eu, tente ouvir a maior parte das demonstrações e comente depois sobre o que ouviu e gostou, o que não significa que seja ‘melhor’, pois implicaria ouvir todos nas mesmas condições, arriscando mesmo assim ferir susceptibilidades. Porque isto é como no futebol: o que para uns é penalty ‘de caras’ para outros é um mergulho descarado para a piscina. Pelo sim, pelo não, eu há muitos anos que utilizo o vídeo-árbitro, o que só contribui ainda mais para a polémica…
A nossa aposta vai ser mais uma vez na imagem (fotos e vídeos), numa primeira fase, porque chega mais depressa aos leitores, seguindo-se a escrita mais elaborada já depois de regressados a casa para sarar as feridas do combate e publicar as memórias de mais uma batalha audiófila.
Os leitores do Hificlube que não querem perder nenhum episódio desta série só têm de se manter sintonizados nesta página. Podem participar, comentar, criticar e até não gostar. Só vos peço que comparem com a concorrência antes de votar…
Venham daí a Munique com JVH.
Algumas novidades acabadas de chegar à nossa redacção
Sonus faber
Vai apresentar pela primeira vez a Sf16, inspirada na clássica ‘Snail’, a primeira coluna concebida por Franco Serblin. A Sf16 foi apresentada mundialmente na WOM Convention 2016.
E ainda:
- a nova versão na cor Wenge (ver aqui as Serafino Homage Tradition na cor Wenge) de toda a Olympica Collection
- e os protótipos dos Sonus faber active subwoofers Gravis U1 e U2
McIntosh
Dois novos produtos:
- o integrado MA8900
- o leitor SACD/CD MCD350