Abrimos a hostilidades com a Gryphon, a marca de maior prestígio do vasto portfolio internacional da UAE, que apresentou o novo leitor-CD topo de gama da Ethos, que só toca mesmo CDs e custa uma pequena fortuna, cerca de 30 mil euros. Mas não lhe falta nada: 32-bit/384 e DSD512 nativo, com opção para upsampling 384 e DSD128. Dez filtros digitais à escolha.
Rune Skov é um verdadeiro mestre-de-cerimónia, um animal de palco, que domina bem o inglês e cria empatia rapidamente com os ouvintes. Movimenta-se como um jogador de área, deambulando constantemente no campo, o que dificultou a minha tarefa de o manter enquadrado no ecrã.
A Gryphon apresentou-se a grande altura com um sistema integralmente Gryphon - e não são muitas as marcas que se podem gabar disso - composto basicamente por fonte Ethos, prévio Pandora, amplificadores Mephisto monoblocos e colunas Trident II.
O sistema foi montado na habitual morada da Gryphon no MOC, uma sala de boas dimensões, e a boa organização eliminou à partida muitas das variáveis que tornam a avaliação do som e a captação de imagens um pesadelo para os jornalistas. Sendo as Trident II um sistema de graves activos, foi fácil, até durante a demonstração, afinar a qualidade dos baixos, adequando-o às necessidades do programa musical. E embora a sala seja de tamanho razoável, as Trident II sentiram-se muito mais à vontade que as enormes Kodo, pois estas precisam de mais espaço para se expandir acusticamente.
Por outro lado, também ao contrário de muitos outros distribuidores presentes, que cultivam a escuridão, a sala estava bem iluminada, permitindo captar imagens vídeo de boa qualidade.
Acresce que a demonstração, pelo menos aquela a que eu assisti (obrigado Rune, por teres reservado duas 'sweet spots' para o Hificlube), foi feita em regime de 'porta fechada', sem o constante entra e sai, senta, levanta, porta que bate, conversa lateral, que impede os ouvintes de se concentrarem. Isto tem vantagens evidentes, no que diz respeito à imprensa, que não tem assim de andar a lutar por um bom lugar para trabalhar; mas limita obviamente o número de visitantes 'nómadas', que nunca estão mais de cinco minutos em cada lugar, o que pode levar à discrepância de opiniões na eterna polémica de qual foi o melhor som. Melhor ou mais ouvido? eis a questão.
Não só muitos jornalistas não tiveram o tratamento VIP que foi dispensado ao Hificlube, que de outro modo teria também falhado o concerto já esgotado, a maior parte dos visitantes apenas só pôde ver as Trident II a tocar música de fundo; e não uma audição completa em condições ideais, no que se pautou como a melhor demonstração de um grande sistema de colunas no MOC.
Foi este o Melhor Som do High End 2019?
Havia outros grandes sistemas, que não cheguei a ouvir, nomeadamente as Living Voice, onde não arranjei cunha para me sentar na 'sweet spot', que estava permanentemente ocupada; ou as Kharma, só para referir dois, mas terão sido mais, pois a nossa política comercial é dar prioridade às marcas dos nossos patrocinadores.
Direi apenas que foi, talvez junto com as mbl X-treme, o melhor grande sistema de colunas que ouvi este ano no MOC, ainda que com 'estilos' diferentes: a X-treme é 'expansiva' no grave e conciliadora no médio-agudo; a Trident II é 'intensiva' e dominadora no grave, com um recorte excepcional nos médios e um agudo que não parece ter limites. Os Mephisto assistiram a tudo isto como se não fosse nada com eles. Ou, como comentou o meu filho, que fez a sua primeira reportagem em Munique: 'mesmo nos picos dão a sensação de estar a 20% da sua capacidade de debitar energia...'. E se o Rune gosta de carregar no pedal, e que bem que sabe escolher a música...
Ouvi outros sons de excelente qualidade, a partir de sistemas de colunas de médio-grande e médio porte, não necessariamente de médio preço, como sabem os leitores que têm seguido esta reportagem, e por isso me abstenho de os referir a todos aqui.
Mas deixem que seja Rune Skov a apresentar o sistema Gryphon. As duas faixas demo são reproduzidas a partir dos 5:29: primeiro Voodoo, pelo Sonny Memorial Quartet, depois Joyce Donato numa área sublime de Bellini: Adelson e Salvini, Act 1: "Dopo l'oscuro nembo", ambas gravadas na sala em separado com um gravador digital a 96/24, o que nos permitiu dobrar na edição o som original de fraca qualidade captado pela câmara:
A vol d'oiseau
Antes de percorrer a longa galeria de marcas da UAE, vejam este vídeo breve sobre algumas delas em exposição, com som directo sem preocupação de qualidade, como acontece com o que acabaram de ver/ouvir:
Avantgarde
Ayon
CH Precision
A CH Precision comemorou o 10ºAniversário e exibiu-se em cinco salas. Nós temos imagens de pelo menos três: a principal , onde fez equipa com a Vivid e apresentou a nova série 10; e nos duetos com as Marten Django Orchestra e as belas Estelon Forza. Muitas das imagens e vídeos restantes foram sendo publicados ao longo da reportagem e também apontamentos em directo a partir de Munique, que podem ainda seguir no Facebook.
Elac
A principal atracção era a nova Série Carina, que dispensa a unidade de médio-agudo concêntrica habitual nos projectos de Andrew Johnson, e volta ao tradicional tweeter de-fita AMT da Elac. Mas havia outras novidades:
Fezz Audio
Kii Audio
Luxman
MSB Technology
A californiana MSB abandonou os ‘ouriços’, aqueles amplificadores que eram todos eles ‘palhetas de dissipação’, e lançou agora os modelos S500 e M500 com um design moderno e excelente construção. Os monoblos têm, como o nome indica 500W por canal.
O curioso é que o modelo estéreo também apregoa 500W por canal. A fonte de alimentação é inesgotável: 1 milhão de microfarads! estes fazendo parelha com as Magico M6, o que me permitiu captar uma gravação com som excelente, a partir de um excerto de Get Lucky, dos Daft Punk. Juro que gravei isto na sala directamente das colunas. Parece um disco, não é?...
Rockport
Raidho
As TD3.8 que são as Raidho que, desde que me lembro, melhor tocaram no MOC (no Domingo, ao fecho do show), com amplificação Chord. Na Sexta-feira soaram um pouco 'boomy' e demasiado vivas no topo. Mas no Domingo transfiguraram-se...
O que distingue as TD3.8 é o baffle mais largo que o habitual, que permite a montagem de woofers de 8 polegadas. E as unidades em sanduíche de tântalo e diamante. Ora comparem lá com o som de anos anteriores, e digam que eu não tenho razão:
T+A
TW Acustics
VTL
Outras representações da UAE:
Anthem/Paradigm
Lumin
MAG-LEV Audio
Mr.Speakers
van den Hul
Links para os álbuns de fotos e vídeos em directo publicados no Facebook da autoria de Pedro Henriques
Álbum fotográfico:
https://business.facebook.com/pg/HIFICLUBE.NET/photos/?tab=album&album_id=2395504803806133
Álbum de vídeos em directo:
https://www.facebook.com/HIFICLUBE.NET/playlist/57287640653737
Nota importante: artigo publicado com o patrocínio da Ultimate Audio Elite