Alemanha, o país mais desenvolvido da Europa, é paradoxalmente também a última reserva natural de gira-discos analógicos, amplificadores de válvulas e colunas de corneta ou Horn Loudspeakers, que têm uma verdadeira legião de fiéis indefectíveis, para quem tudo o que não se “enquadre” nesta “tipologia” não é alta fidelidade, é electrónica de consumo. Ponto final. Parágrafo.
Esta filosofia continua bem viva no High End, de Munique, onde a dimensão de algumas das salas permite alojar sistemas de “corneta” gigantescos, como as Western Electric 13A, fabricadas em 1926 para a Warner Brothers.
O sistema foi montado exclusivamente para este show pelo Presidente da Silbatone Acoustics, M.J. Chung, um excêntrico coreano, que investiu 100 000 euros do seu bolso para exibir na Alemanha um produto que à partida não pretendia vender, até porque não tem preço...
O High End 2014 pautou-se entre dois pólos opostos: de um lado, equipamento vintage de 1926 como as Western Electric; do outro a desmaterialização digital da música e a sua transmissão sem fios, também designada por streaming, directamente (e sem intermediários) do computador ou smartphone para a coluna de som.
O problema destes sistemas, mesmo quando são obras de arte, como é o caso da Avantgarde Trio+BassHorn, é a dimensão, além do preço, daí a anedota: ele é que tem um par de “horns” em casa e ela é que pede o divórcio...
O sistema Trio+Triple BassHorn não se fica atrás das Western Electric, em dimensão e espectacularidade, com a vantagem da beleza e dos acabamentos de luxo, mas a Avantgarde conseguiu com as Zero o feito de conciliar a tradição e a tecnologia digital, “domesticando” as cornetas que antes levavam muitas mulheres com razão a dizer aos maridos: ou elas ou eu!
Avantgarde Zero: a “quadratura do círculo”
A Zero é uma “corneta” circular de irradiação esférica, montada numa caixa rectangular simples, que ocupa pouco espaço e é autosuficiente: tem amplificação, conversão D/A e DSP integrado e funciona sem fios (wireless via protocolo de comunicação AirPort Express): as colunas comunicam entre si via radio e só precisa de ligar uma delas a uma fonte digital via USB, SPDIF ou AES-EBU.
Ou seja, a Zero não parece mas é da mesma família da monstruosa Western Electric, só que está nos antípodas desta: é pequena, moderna, actual e tecnologicamente avançada.
Deve ser o único caso em que um audiófilo pode ao mesmo tempo ser feliz no casamento e ter um par de “horns” em casa...
Nota: pode aceder à brochura em inglês aqui
Dali
Sob o tema “The sound of LIVE” a dinamarquesa Dali, também distribuida em Portugal pela Luz e Som, expôs, exibiu e demonstrou a Rubicon Series, aproveitando muita da tecnologia desenvolvida para a Epicon, mas numa versão mais acessível.