Portugal não fazia parte dos 40 países representados nos cerca de 450 expositores. Mas os nossos principais distribuidores estavam lá todos, e nesta reportagem damos natural relevo aos que reconhecem a importância do Hificlube no contexto nacional do mercado do highend.
Não só enquanto montra dinâmica, que divulga e promove; mas também como referência crítica que, ao “ensinar” a separar o trigo do joio, auxilia indirectamente os leitores e distribuidores na avaliação prévia dos produtos já representados e facilita a selecção dos novos lançamentos que vão surgindo no mercado.
As reportagens dos “shows” são hoje uma autêntica “competição” internacional, na qual o Hificlube participou, nas 5 Partes já publicadas na universalidade da língua inglesa, o que fez de imediato “disparar” os pageviews, tendo-se conseguido alguns “furos” em primeira mão, recorrendo ao imediatismo da imagem, sobretudo aos videos exclusivos, que permitem ao leitor uma “visão” privilegiada a partir do “interior” do evento.
Iniciamos hoje a Parte 6, a primeira em língua portuguesa, com uma nova ronda pelas principais novidades das marcas à venda em Portugal, embora nos 5 “episódios” já publicados haja referências também a marcas e produtos que, não sendo distribuidas em Portugal, se nos impuseram pela sua “visibilidade” e/ou “audibilidade”.
Quando se é colocado perante 900 marcas, expostas em 450 espaços e salas, há que fazer escolhas. Foi o que fizemos. Podem não ser consensuais e estamos abertos ao contraditório. Mas são as nossas. E estamos prontos para as defender na praça pública com argumentos sérios.
O High End Show cresceu tanto que quatro repórteres diferentes podem “ver” quatro shows diferentes, dando relevo a marcas e produtos diferentes, segundo os seus interesses pessoais, editoriais e comerciais, deixando os leitores perplexos sobre se terão afinal estado todos no mesmo sítio. É esta diversidade que torna o áudio highend tão apelativo e motivo de polémicas sem fim na redes sociais.
A audiofilia é uma religião e cada um vive livremente a sua fé, como os membros da Hare Krishna que, enquanto decorria o High End Show, manifestavam a sua alegria na Marienplatz, em Munique, distribuindo fruta aos passantes:
A selecção nacional no High End 2014, por JVH – Parte 1: IMACUSTICA
Até por ter começado há 30 anos, a Imacustica distribui e representa a maior parte das grandes marcas de highend com estatuto e nome estabelecido no mercado mundial. Mas até aqui eu tive de estabelecer prioridades e compromissos: não é possível dar a todas as marcas o mesmo tratamento editorial.
A principal vantagem é que fazem também parte do portfolio do mesmo grupo internacional de distribuição e assim não estão tão dispersas pelo “terreiro da feira”.
A filosofia comercial da Fine Sounds Group e da Sumiko é de exposição e divulgação, pelo que a audição tradicional, com público sentado e porta fechada (ou constantemente a bater com o entra e sai...), foi substituida pelo corrupio de muitos dos quase 20 mil visitantes do High End 2014: homens, mulheres, crianças e... até cães. Não vi lá ninguém da Troika, muito menos preocupações com a crise e o deficit...
No palco, onde actuou Barbara Belloni, a mesma que abrilhantou o jantar de gala da apresentação das Ex3ma (Atenção: o que se ouve no video é o som de um mini PA do grupo, não são as Lilium nem os McIntosh, que só lá estavam para tocar nos intervalos com videos de concertos.
Nestas condições, não me foi possível incluir as belíssimas Sonus Faber Lilium no concurso “X-Factor“ (aguardo pela sua estreia em Portugal), limitando-me a fotografá-las agora, tirando partido da excelente iluminação geral. Até havia uma versão pintada a ouro!, uma exigência do mercado de Singapura...
Não deixei, contudo, de fazer um video para os leitores ficarem com uma ideia das suas potencialidades, alimentadas por um dos novos amplificadores da AR Galileo Series GS150, (re)desenhados por Livio Cucuzza, que eu pensei que eram do museu da AR até que descobri que eram afinal novos modelos.
Audio Research Galileo Series: eppur si muove
O Fine Sounds Group mandou o designer Livio Cucuzza para a fábrica da Audio Research em Minneapolis, no Minnesota (um clima que pede válvulas no Inverno) e deu-lhe carta branca para (re)desenhar a imagem de marca. O resultado está à vista:
Os modelos da Galileo Series
Devialet SAM: Best Of Innovation
A Devialet merece um destaque especial. Foi a empresa start-up que mais cresceu nos últimos anos e mais evoluiu em termos tecnológicos. E agora também em termos comerciais e de marketing. Dos 70 funcionários, 46 são engenheiros, a maior parte da área informática, o que mostra bem qual o caminho que a Devialet pretende seguir no futuro.
Se a tecnologia AHD já era revolucionária, porque conciliava o melhor de dois mundos: a pureza da Classe A e o poder eficaz da Classe D, a nova tecnologia SAM (ver pdf) é o “ovo de Colombo” e venceu o nosso 'Best Of Innovation'.
Nota: a voz de Mariza foi gravada directamente no auditório da Devialet. O fado foi uma cortesia da Devialet pela presença de portugueses na sala (nós...).
Avalia-se a performance técnica de (quase) todas as grandes colunas de som do mundo (no caso deste video das B&W 800), registam-se os resultados que são disponibilizados para carregamento no site da marca directamente para um chip, e o “seu” Devialet passa a “falar” a mesma “língua” das suas colunas.
Será que o próximo programa da Devialet vai ser aplicado ao...ouvinte, ajustando o som da coluna à sua capacidade auditiva, a partir de um teste audiométrico individual enviado para a Devialet para processamento? Fica a ideia. É que há muita gente que não ouve bem e não sabe...
E vou utilizar agora a papinha de informação já feita que a Imacustica me enviou por email:
O Devialet 110 passa a Devialet 120
120W/canal;
SAM (speaker active matching) – um sistema revolucionário que equaliza na perfeição a saída do amplificador com as colunas, permitindo que estas revelem as suas máximas potencialidades;
Novas aplicações iOS & Android, permitem que o seu Devialet seja ligado através de um Smartphone;
Ligação USB bidireccional, permite uma fácil digitalização dos seus discos de vinil, directamente para o computador.
O Devialet 170 passa a Devialet 200
200W/canal;
Possibilidade de interligação com vários Devialet (até 8 unidades);
SAM;
Novas iOS & Android app;
Ligação USB bidireccional.
Novo Devialet 400
Monoblocos duplos, com 400W/canal;
Consistem num Devialet 200 Master e num Devialet 200 Slave;
O Devialet 200 Slave não possuí placa de “streaming”, nem controlo remoto. São interligados por um cabo digital fornecido;
O Devialet 240 passa a Devialet 250
250W/canal;
Possibilidade de interligação com vários Devialet; (até 8 unidades) SAM;
Novas iOS & Android app;
Ligação USB bidireccional.
O Devialet 500 passa a Devialet 800
Monoblocos duplos, com 800W/Canal. Consistem num Devialet 250 Master e num Devialet 250 Slave. O segundo aparelho não possuí placa de “streaming”, nem controlo remoto. São interligados por um cabo digital fornecido;
SAM;
Novas iOS & Android app;
Ligação USB bidireccional.
Nota: já em demonstração - Imacustica Porto - o Devialet 120 optimizado com a nova tecnologia SAM para as Venere 2.5. Marque a sua audição!
O duo Alexia
Havia vários pares de Alexias em demonstração associadas a electrónicas de diferentes géneses e concepções. Debrucei-me apenas sobre duas salas: Alexia/Dan’ D’Agostino/dCS; Alexia/Constellation.
A minha preferência tem ido para electrónica Constellation: Inspiration/Performance, mas desta vez preferi marginalmente o que ouvi na sala da dCS com amplificação Dan D’Agostino Momentum monoblocks. Talvez porque já não há mais pachorra para o Stimela, ainda que já comece a faltar também para os Dire Straits...
Martin Logan Neolith
Se o Ricardo Franassovici ou o Manuel Dias sabiam fecharam-se em copas e guardaram bem o segredo. Não tinha conhecimento da existência das Neolith, a versão Monolith do séc. XXI que estava a ser desenvolvida há 3 anos.
E que bem que ela toca: uma das 5 melhores colunas em demonstração no High End 2014, junto com as Estelon Extreme, as Rockport Altair, as Focal Utopia e as Living Voice Vox Olympian, estas na categoria de cornetas domesticamente aceitáveis. Porque as Magico Ultimate III estão numa categoria à parte.
As Magico S5 estavam a tocar muito bem com electrónica Soulution e cablagem Vovox, um dos grandes sons do High End, diga-se em abono da verdade. Mas nada me tinha preparado para o que experimentei na sala das Magico Ultimate.
De tal forma, que me deitei às 3 da matina para poder publicar em inglês (com enorme sucesso mundial: foram registados leitores da Sibéria ao Vaticano, espero que tenha sido o Papa Francisco!...) o texto que podem ler aqui.
O texto quebrou definitivamente o gelo entre mim e Alon Wolf, que fez questão de me cumprimentar e à minha esposa, antes de partir para os E.U.A., e criou também uma grande polémica nas redes sociais.
Há quem acuse Alon de obter estes resultados à força de processamento digital prévio, como única forma de conseguir um correcto alinhamento de fase a partir de cornetas de dimensões tão diferentes.
Deixem-nos lá falar! Aquilo não tem apenas um som amplo e natural, é tudo sólido, tão tridimensionalmente físico que assusta, ou seja, não produz no palco sonoro hologramas ectoplásmicos, mas corpos tangíveis, palpáveis.
Nunca, e repito, nunca! ouvi sons de percussão dos gigantescos taiko com esta tensão, intensidade e extensão, num espaço tão pequeno (o clipping nos picos deve-se ao microfone da câmara e não às Ultimate cuja reprodução dos taiko é arrepiante).
Uau! é pouco, por isso aqui vai: Uaaauuu!
Metronome
O transporte/conversor Kalista/Nauticaa só tem um defeito: o preço! De resto, deve ser um dos poucos sistemas do mundo cujo design resolve os sentimentos contraditórios dos que não conseguem esquecer os gira-discos. E a qualidade do som é irrepreensível.
DarTZeel
Os poderosos e refinados DarTZeel NHB-458 monoblock, que foram apresentados ainda na forma de protótipo no Audioshow 2010 em Portugal, casaram as Marten Coltrane Supreme II, e tocaram muito bem, sobretudo a partir do terceiro dia.
DarTZeel LHC 208, amplificador integrado com capacidade de streaming digital a 352,8/24 and 2 x DSD apresentou-se em exibição estática.
Micromega
A linha “My” cresceu e multiplicou-se, agora também há o Micromega MyAmp e as colunas MySpeaker. E ainda: MyGroov (phono stage) e MyCable. Acho que não se esqueceram de nada. Talvez um MyStreamer...
Nordost
E fechamos com uma visita às jóias da coroa da Imacústica: a exibição de cabos Nordost. Palavras para quê? Ou se tem dinheiro, ou não se tem, o resto é conversa fiada...
No próximo episódio da saga: ULTIMATE AUDIO ELITE